Conheça 21 tendências da telemedicina para 202122 de dezembro de 2020/em Tecnologia e Inovação, Telemedicina /por Rafael Figueroa 19 min. de leituraEm 2020 a pandemia da Covid-19 impactou todos os setores da sociedade e a área da saúde precisou se adaptar não apenas para combater a crise sanitária mundial, mas também para buscar novas soluções e tecnologias de atendimento aos pacientes. Pensando nisso, reunimos neste post 21 tendências da telemedicina e da área da Saúde que visualizamos para 2021.A telemedicina ganhou ainda mais força e importância no dia a dia de médicos, enfermeiros, demais profissionais da saúde, e claro, dos pacientes. Num país de dimensões continentais como o Brasil, a telemedicina traz inúmeras oportunidades para ampliação dos serviços de saúde às pessoas, com qualidade e custo acessível.Numa pesquisa realizada com 2.258 médicos de todo o Brasil em fevereiro, antes mesmo dos picos da Covid-19 no país, a maioria dos profissionais (90% dos entrevistados) já via na tecnologia uma forma de melhorar o atendimento à população. Com as tecnologias proporcionadas pela Telemedicina, que permitem a segurança dos dados e a privacidade entre médico e paciente, 70% deles responderam que acreditam ser possível ampliar o atendimento médico além do consultório. A pandemia da Covid-19 reforçou a necessidade de investimento na telemedicina. E como a evolução da tecnologia não pára nunca, a cada ano há novidades nesse campo da saúde. Entre as tendências da saúde – e mais especificamente da telemedicina – para 2021 estão a preocupação com a segurança de dados, a ampliação do uso de inteligência artificial, o crescimento da teleconsulta, entre outras. Veja a seguir 21 tendências da telemedicina e da área da Saúde em geral para 2021. 1. Crescimento das HealthtechsO crescimento acelerado das empresas de tecnologia para saúde, as chamadas healthtechs, é uma realidade há pelo menos 10 anos e a tendência é de que o segmento cresça ainda mais. Observando somente os três anos mais recentes, vemos que: em 2018 foram mapeadas 248 healthtechs atuando no Brasil; em 2019, 386 soluções; e, em 2020, 542 empresas de tecnologia na saúde, de acordo com mapeamento HealthTechs brasileiras – Distrito HealthTech Report. 2. Aceleração do processo de adoção de novas tecnologias pela área da saúdeSe antes da Covid-19 a utilização de tecnologias na medicina já vinha crescendo, a pandemia acelerou ainda mais esse processo. Em uma revisão bibliográfica sobre o tema, os pesquisadores Akeni Lobo Coelho, Indyara de Araujo Morais, Weverton Vieira da Silva Rosa falam dessa tendência e demonstram a importância das novas tecnologias para a saúde em todo o mundo, especialmente em tempos de pandemia.3. Preocupação crescente com segurança dos dados na saúdeA Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil em 2020, mas por causa da pandemia, as sanções previstas por essa legislação começarão a ser aplicadas em 2021. A LGPD determina uma série de ações necessárias para tratamento e armazenamento de dados. Por isso é essencial que todas as clínicas, hospitais, laboratórios e instituições de maneira geral adequem seus sistemas de cadastro e prontuários (sejam eles físicos ou eletrônicos). Entre as tendências em telemedicina para 2021, a preocupação com dados está em alta. Os profissionais precisam escolher bem as plataformas de telemedicina utilizadas, para garantir que as informações sejam criptografadas e estejam seguras. Episódios de vazamentos de dados, como os que ocorreram com o hospital Albert Einstein e com o Zoom, reforçam essa tendência e necessidade de investimento.4. Ampliação do uso de Inteligência ArtificialCada vez mais os algoritmos de Inteligência Artificial estarão presentes em clínicas e hospitais ajudando médicos. Uma análise da produção científica do período de 2009 a 2019 publicada na Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, editada pela Fundação Oswaldo Cruz, mostra o crescimento da produção científica sobre aprendizado de máquina aplicado à saúde, sendo os Estados Unidos o principal polo de pesquisa na área. No setor privado, para citarmos um exemplo, no início de 2020, só a empresa Microsoft anunciou investimentos de US$40 milhões em inteligência artificial. Com essa tecnologia é possível criar e entender padrões e, com isso, acelerar a realização de diagnósticos e tratamentos. Uma das aplicações de inteligência artificial durante a pandemia da Covid-19 foi desenvolvida pela Portal Telemedicina e consiste na utilização de um algoritmo que detecta indícios de Coronavírus em Raios-X e Tomografias e, dessa forma, contribui para a priorização de análise dos casos graves. Dentro do grande campo da Inteligência Artificial, outra tendência são as pesquisas que envolvem o conceito de Fairness. No contexto de aprendizado de máquina, um algoritmo com Fairness apresenta resultados de decisões tomadas pela IA que são independentes de vieses, especialmente relacionados a variáveis consideradas sensíveis, como as características dos indivíduos que não devem se correlacionar com o resultado (gênero, etnia, orientação sexual etc.).5. Médicos cada vez mais digitaisA tecnologia não vai substituir o médico, mas o médico que não utiliza tecnologia será substituído por aquele que sabe transitar com facilidade no meio tecnológico. Cada vez mais os profissionais da saúde estão aderindo à telemedicina e entendendo as tecnologias como aliadas, especialmente depois da pandemia do coronavírus. Na Pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, realizada pela Associação Paulista de Medicina com profissionais de todo o país no início de 2020, 62% dos entrevistados responderam que utilizam alguma tecnologia de armazenamento de dados de pacientes e/ou compartilhamento de informação em sua clínica ou hospital. Questionados sobre a relação entre telemedicina e suas carreiras, 44% veem esse campo como uma oportunidade e outros 24% acreditam que ela possa ser uma oportunidade no longo prazo. Vale destacar que esses dados são de antes do início da pandemia que, como já vimos, acelerou ainda mais o processo de adoção de novas tecnologias pelos profissionais da saúde.6. Integração e Ciência de Dados A big data é uma tendência em telemedicina para 2021. Cada vez mais os dados de pacientes serão estruturados em sistemas que, utilizando inteligência artificial, irão dar velocidade ao trabalho dos médicos. Sistemas e plataformas integrados facilitam o processo e dão uma visão holística dos pacientes aos gestores de saúde.Além disso, com a indústria 4.0, a integração acontecerá também com equipamentos. Essa integração da ciência de dados com a saúde permite processos muito mais eficientes, redução de custos e um atendimento de mais qualidade aos pacientes. 7. Valorização do médico de família ou clínico geralTer uma visão integral do paciente e conhecer seu histórico são fatores que contribuem para diagnósticos e tratamentos mais rápidos e eficazes. Essa visão é própria do Médico de Família ou do Clínico Geral, dois profissionais que tendem a ser cada vez mais valorizados. No sistema público de saúde, o Programa Saúde da Família (PSF) prioriza equipes multidisciplinares e generalistas para o atendimento básico. O PSF representa uma grande oportunidade de expansão da telemedicina. Entre outros benefícios, a adoção de tecnologia nesse nível de atendimento tende a diminuir filas nos hospitais. Outro dado que aponta para a tendência da valorização do Médico de Família é o aumento da busca dessa especialidade entre os estudantes de medicina. De acordo com a pesquisa Demografia Médica 2020, nos últimos 10 anos essa foi a especialidade que mais expandiu o número de residentes.8. Segmentação do mercado de TelemedicinaA telemedicina engloba inúmeras subáreas e especialidades: telediagnóstico, teleconsulta, telemonitoramento, teleterapia, telecardiologia, telerradiologia, teleoftalmologia, entre outras. Há diversas tecnologias em desenvolvimento para atender às mais diferentes necessidades e uma das tendências em telemedicina para 2021 é a segmentação cada vez mais clara deste mercado. O relatório Distrito Healthtech demonstra essa realidade, listando a quantidade de empresas para distintas subáreas, como teleatendimento (25 startups), telediagnóstico (18) e telemonitoramento (10). 9. Análise multimodal de exames e dados clínicosComo a inteligência artificial pode analisar uma quantidade imensa de dados, a tendência com o desenvolvimento dessa tecnologia é a análise multimodal de exames e dados clínicos, com a possibilidade de união do conhecimento de várias especialidades em um único diagnóstico. Além disso, na seleção de linhas de tratamento as perspectivas mais promissoras dizem respeito à medicina baseada em desfecho e à medicina personalizada. 10. Realização de teleconsultasAs teleconsultas são uma parte do trabalho de telemedicina, porém no Brasil elas não eram permitidas até a pandemia da Covid-19. Por causa do coronavírus e com a necessidade de redução da circulação de pessoas, especialmente em locais potencialmente contaminados como hospitais, clínicas e consultórios, o Ministério da Saúde liberou as teleconsultas no período de pandemia e o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu a possibilidade de atendimento à distância também nessa fase. Em paralelo a isso, o CFM vem discutindo o assunto em uma comissão especial que foi formada especialmente para a revisão da prática de telemedicina no país. Nesse cenário, é muito provável que as teleconsultas continuem sendo permitidas mesmo depois do fim da pandemia. 11. Realização de exames à distânciaDiagnósticos de anemia, catarata, problemas cardíacos, quadros de depressão. Para detectar diversas doenças já há pesquisas para o desenvolvimento de aplicativos de celular que possam realizar exames sem que o paciente precise sair de casa. Outro exemplo é do empresário Elon Musk, que também investe em iniciativas de exames à distância. Sua empresa Neuralink possui um projeto em andamento que promete a implantação de um chip no cérebro humano. O aplicativo de teleconsulta da Portal Telemedicina também conta com uma tecnologia inédita de monitoramento de sinais vitais por vídeo embarcada no app que detecta a frequência cardíaca, saturação de oxigênio e nível de stress.12.Utilização de wearablesDispositivos como o chip desenvolvido por Elon Musk apontam para outra das tendências da telemedicina para 2021: o aumento da utilização de wearables. Estes são dispositivos vestíveis, que possibilitam a coleta e transmissão de dados. Os wearables não são necessariamente implantes. Eles podem ser aparelhos como relógios que se conectam à internet e enviam para um sistema dados de batimentos cardíacos, passos, distância percorrida, qualidade do sono, entre muitas outras funcionalidades. Esse tipo de tecnologia facilita o trabalho de telemonitoramento, uma das áreas da telemedicina. 13. Uso de nuvemDe acordo com o relatório Distrito Healthtech o uso da nuvem para armazenamento de dados dos pacientes é uma das tendências em telemedicina para 2021. Essa ferramenta facilita o compartilhamento de dados e a integração entre sistemas, fazendo com que programas que utilizem inteligência artificial para análise de big data trabalhem melhor. 14. Aumento da integração entre sistemas via Google Cloud for HealthcareO Google Cloud for Healthcare tem como meta organizar informações, tornando-as universalmente acessíveis e úteis, a partir da utilização de padrões abertos para ajudar a permitir o compartilhamento de dados de saúde e a colaboração interativa, e ao mesmo tempo segura, para seus usuários. Imagine se todos os provedores de saúde pudessem colaborar de forma fácil, segura e instantânea enquanto cuidam de você. Esse é o objetivo do Google Cloud for Healthcare e ele está entre as tendências em telemedicina para 2021 porque vem sendo constantemente atualizado com novidades para melhorar a experiência dos usuários. 15. Automatização de processos de maneira geralTodo processo que possa ser automatizado tende a ser mais rápido e eficiente em qualquer área do conhecimento, na saúde e na medicina isso não é diferente. Além das automatizações relacionadas ao atendimento propriamente dito, com a utilização de inteligência artificial, big data etc., outras tarefas do dia a dia de clínicas e hospitais podem se beneficiar da tecnologia e ser feitas de maneira automática. Nessa lista podemos citar gestão financeira, controle de estoque, agendamento de consultas, entre outras.16. Uso de robóticaO relatório Distrito Healthtech também fala no aumento do uso de robótica e de pesquisas para desenvolvimento de assistentes médicos. Na telemedicina, os robôs são aplicados para a telecirurgia, procedimento que ocorre em um local onde o cirurgião não está presente, por meio de teleconferência. Neste caso, um robô é guiado à distância. Esse tipo de prática permite que mesmo em lugares onde não há médicos especialistas residindo, a população seja bem atendida em suas necessidades. 17. Utilização de prontuários eletrônicosA utilização de prontuários eletrônicos também favorece a utilização de inteligência artificial para análise de big data. Atualmente, segundo Pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, cerca de 48% dos profissionais de saúde utilizam prontuários eletrônicos em suas clínicas e hospitais. Esse número tende a aumentar. O prontuário eletrônico, quando utilizado com tecnologias seguras, adequadas à LGPD, possui várias vantagens para pacientes e médicos. Ele facilita a localização de informações, reduz erros de transcrição e evita problemas de legibilidade; diminui a necessidade de espaço físico em clínicas e hospitais para armazenamento de papel; e melhora a experiência na jornada do paciente. 18. Prescrição de receitas digitaisO receituário digital é uma forma de enviar receitas aos pacientes à distância. Elas costumam ser em formato PDF e geralmente são enviadas por SMS, Whatsapp ou e-mail. Quem utiliza medicamentos de uso contínuo e, eventualmente precisa de novas receitas para compra, entende a facilidade em receber a prescrição sem precisar sair de casa e ir até o consultório médico apenas para buscá-la.O receituário digital já vinha sendo desenvolvido antes da pandemia da Covid-19, mas foi acelerado por ela. Todo médico pode oferecer receitas digitais a seus pacientes, desde que use algum meio eletrônico e possua assinatura digital válida e certificada por autoridades certificadoras, como o ICP-Brasil. A prescrição eletrônica com assinatura digital é diferente da prescrição digitalizada (cópia digitalizada de uma receita emitida manualmente). Para a compra de medicamentos restritos, como antibióticos, por exemplo, não basta ter uma receita digitalizada, é necessário ter uma receita com assinatura digital. 19. Impressão 3DA impressão 3D possui diversas aplicações na medicina. Duas das mais conhecidas são a fabricação de órgãos para transplantes e a produção de próteses. Essa tecnologia vem sendo bastante utilizada e sua aplicação tende a crescer cada vez mais. 20. Regulamentação e precificaçãoNo Brasil, é quase inexistente a presença de procedimentos e consultas de telemedicina nas tabelas de honorários. Muitos serviços prestados hoje pelos médicos não são cobrados. Questionados sobre esse tema na Pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, 63% dos profissionais responderam não cobrar por atendimentos e interações feitas com os pacientes além do consultório, com ferramentas como Whatsapp, e-mail ou telefone. Outros 23% disseram não saber como cobrar. Mas, na medida que a telemedicina avança, especialmente acelerada pela pandemia em 2020, essas questões entram na pauta de discussão dos médicos, e devem fazer parte do rol de definições e orientações dos órgãos competentes, como o Conselho Federal de Medicina. 21. Educação à distânciaA telemedicina também pode se beneficiar da educação à distância, ou tele-educação, e essa é uma tendência cada vez mais forte. Essa modalidade permite a capacitação de profissionais em distintas áreas e para a própria utilização da tecnologia, já que uma das dificuldades da expansão da telemedicina no Brasil hoje, segundo o professor Dr. Renato Marcos Endrizzi Sabbatini, é a quantidade de médicos com conhecimento para realizar serviços à distância. Diante desse cenário de tendências para 2021, é inegável a necessidade de clínicas e hospitais de investir em tecnologia para atender melhor seus pacientes. É essencial também escolher parceiros e fornecedores de confiança, para evitar problemas técnicos e legais como as questões de segurança de dados que citamos, relacionadas à LGPD. Utilizar tecnologia de ponta oferecida por uma empresa reconhecida no mercado por sua excelência, como é o caso da Portal Telemedicina, é a opção mais indicada para quem quer acompanhar as tendências. Para conhecer mais sobre nosso trabalho e como podemos ajudar seu hospital ou clínica, confira nossa página de Soluções. https://i2.wp.com/portaltelemedicina.com.br/wp-content/uploads/2020/12/7.jpg?fit=1000%2C563&ssl=1 563 1000 Rafael Figueroa https://portaltelemedicina.com.br/wp-content/uploads/2019/07/telemedica-logomarca.png Rafael Figueroa2020-12-22 14:53:232021-01-07 11:01:55Conheça 21 tendências da telemedicina para 2021