A atuação do profissional de enfermagem do trabalho nas organizações16 de agosto de 2017/0 Comentários/em Gestão de Clínicas e Hospitais, Medicina do Trabalho /por incuca 6 min. de leitura Já tratamos aqui no blog sobre o funcionamento das enfermarias internas, implantadas dentro de empresas e organizações públicas e privadas. Estes espaços de saúde geralmente estão ligados ao trabalho da equipe do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), que tem como objetivo promover a saúde e proteger a integridade física dos trabalhadores. Hoje vamos nos aprofundar um pouco mais na área de enfermagem do trabalho e abordar a atuação dos profissionais do setor.Para o atendimento direto dos funcionários, os ambulatórios e enfermarias de empresas geralmente contam com enfermeiros e técnicos de enfermagem, ambos com especialização em medicina do trabalho e, em alguns casos, também com médicos do trabalho. De uma forma geral, são realizados atendimentos assistenciais e de primeiros socorros, como medição de temperatura e de pressão arterial e a realização de curativos e cuidados com ferimentos. Apesar deste trabalho ser de extrema importância para um restabelecimento mais rápido da saúde do funcionário, a atuação dos profissionais de enfermagem do trabalho pode e deve ir além. O objetivo é agir de forma preventiva, não sendo apenas um centro de atendimentos de doenças. A equipe de enfermagem do trabalho pode se dedicar também a planejar e efetivar ações de precaução para proteger os funcionários de riscos inerentes à atividade exercida, além de estabelecer medidas que visem, de uma forma ampla, à proteção dos trabalhadores da empresa.Entre estas medidas estão a execução de programas de avaliação da saúde dos trabalhadores, como: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) – previne, controla e monitora prováveis danos à saúde e detecta riscos prévios de doenças associadas ao trabalho;Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – previne os riscos ambientais – agentes químicos, físicos e biológicos – que existem nos ambientes de trabalho;Programa de Conservação Auditiva (PCA) – é um conjunto de medidas, integrado com o PCMSO e com o PPRA, para prevenir a instalação ou evolução das perdas auditivas ocupacionais de trabalhadores expostos a níveis de pressão sonora elevada;Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) – é um formulário que contém todas as informações relativas às atividades desenvolvidas pelo empregado.Com boas políticas de saúde ocupacional é possível chegar a um ambiente de trabalho saudável e ajudar a prevenir uma série de doenças e acidentes laborais. Um investimento importante, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMC), a longo prazo, as empresas que promovem e protegem a saúde dos trabalhadores estão entre as mais bem-sucedidas e competitivas, e também desfrutam de melhores taxas de retenção de funcionários (veja mais sobre ambientes de trabalho saudáveis neste estudo publicado pela entidade). Mas há uma questão que por vezes atrapalha a correta implementação destes programas preventivos e de proteção ao trabalhador – a vontade do próprio empregador. Apesar de uma grande parte das organizações brasileiras dar atenção à saúde e segurança dos trabalhadores – dados do Serviço Social da Indústria (SESI) aponta que 71,6% das indústrias valoriza programas de saúde -, ainda há organizações que não estão dispostas a oferecer um ambiente mais saudável aos seus funcionários, deixando a saúde ocupacional em segundo plano. Dessa forma, a possibilidade de pensar de forma estratégica e preventiva na promoção da saúde do trabalhador acaba sendo um dos principais desafios da área de enfermagem do trabalho, que fica restrita a atuar de forma reativa, tentando reverter ou ao menos amenizar patologias que já estão em estágios mais avançados.Estrutura reduzida dificulta o atendimentoAlém disso, outro fator que dificulta o trabalho da equipe de enfermagem do trabalho é a falta de infraestrutura nos postos internos de atendimento. Por não ter prioridade nos investimentos de muitas empresas, o setor de saúde não consegue prestar um atendimento adequado. Falta de espaço, de equipamentos, de insumos e de equipe especializada acabam por afetar a qualidade do serviço. Podemos destacar algumas das atribuições de técnicos e de enfermeiros do trabalho prejudicadas pela pouca estrutura oferecida:Realizar procedimentos simples e rotineiros como curativos e medicações segundo a prescrição médica, e outros mais complexos, como testes de audição e de acuidade visual;Realizar desinfecção e esterilização de equipamentos, seguindo medidas de biossegurança;Realizar consulta de enfermagem com foco em anamnese (memória), minimizando as licenças;Participar de trabalhos das equipes de saúde multidisciplinares como eventos e palestras sobre saúde e riscos ocupacionais; Planejar e divulgar campanhas de incentivo à saúde como diabetes, hipertensão, vacinação, alcoolismo, tabagismo (fumo), DST’s e primeiros socorros e obesidade.Para atender a todas essas demandas, o setor de enfermagem do trabalho precisa estar bem estabelecido e equipado. Além do atendimento emergencial, a área pode ajudar no planejamento estratégico e na integração dos programas de saúde. Quando não implantados em conjunto compartilhando informações, tendem a ser ineficazes, conforme mostra o estudo do Instituto Hero (Health Enhancement Research Organization). Por fim, é uma área que tem muito a contribuir neste processo de promoção da saúde do trabalhador. https://portaltelemedicina.com.br/wp-content/uploads/2019/08/FOTOO-493.jpg 832 1248 incuca https://portaltelemedicina.com.br/wp-content/uploads/2019/07/telemedica-logomarca.png incuca2017-08-16 00:00:002019-08-12 21:32:36A atuação do profissional de enfermagem do trabalho nas organizações