Telemedicina no SUS: A Transformação da saúde pública no Brasil
Atualizado em 13 de novembro de 2024 por Redação
A telemedicina está revolucionando a saúde pública no Brasil, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), ao tornar o atendimento médico mais acessível e eficiente em regiões remotas. Desde a pandemia de COVID-19, esse serviço tem sido uma ferramenta essencial para ampliar o acesso à saúde e otimizar a gestão de recursos. Neste artigo, você entenderá como a telemedicina funciona no SUS, seus benefícios, as legislações envolvidas e os desafios que ainda precisam ser superados.
O que é a telemedicina e como funciona no SUS?
A telemedicina utiliza tecnologias de informação e comunicação para oferecer serviços médicos a distância, como consultas e diagnósticos. No SUS, isso acontece de várias maneiras:
- Plataformas de teleconsulta: Permitem que médicos atendam pacientes remotamente, reduzindo a necessidade de deslocamentos e o tempo de espera.
- Triagem virtual e consultas online: Pacientes passam por uma triagem inicial para avaliação de sintomas, e, se necessário, são encaminhados para consultas online. Nesses atendimentos, médicos podem realizar diagnósticos, prescrever medicamentos e solicitar exames.
- Telediagnóstico: Exames realizados em locais remotos são enviados digitalmente para análise por especialistas, agilizando diagnósticos e permitindo tratamento mais rápido.
- Teleinterconsulta: Médicos de diferentes especialidades podem consultar uns aos outros para discutirem casos, aumentando a precisão dos diagnósticos.
Quais são os benefícios da telemedicina no SUS?
A telemedicina no SUS oferece uma série de benefícios que são essenciais para o fortalecimento da saúde pública no Brasil:
- Acesso ampliado: Em regiões isoladas ou com falta de médicos especialistas, a telemedicina permite consultas e orientações sem que os pacientes precisem viajar longas distâncias.
- Redução de custos: Com consultas a distância, os custos com deslocamento são reduzidos, tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.
- Agilidade e eficiência no atendimento: A telemedicina permite o acesso rápido a exames e diagnósticos, reduzindo o tempo de espera para tratamentos.
- Qualidade do cuidado: A facilidade de consulta entre médicos e a possibilidade de segunda opinião aumentam a precisão do diagnóstico e a qualidade do atendimento oferecido.
Importância de um prestador de qualidade
Para que a telemedicina no SUS funcione de forma eficaz, é essencial que os prestadores desses serviços tenham:
- Segurança de dados: A proteção dos dados dos pacientes é fundamental para assegurar a confiança no sistema.
- Infraestrutura técnica robusta: O sistema precisa de uma infraestrutura confiável para evitar falhas durante os atendimentos.
- Profissionais capacitados: A capacitação de profissionais é essencial para que eles se adaptem ao uso das plataformas e ofereçam um atendimento de qualidade.
Programas de telemedicina no SUS: Telessaúde Brasil Redes e Telesus
O Telessaúde Brasil Redes é um dos programas que promovem a telemedicina no SUS. Esse programa oferece suporte técnico e capacitação a profissionais de saúde, fortalecendo a rede de teleconsultas e telediagnósticos com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento na rede de saúde pública, da atenção básica a de média e alta complexidade, por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação.
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Já o Telesus, criado para enfrentar os desafios da COVID-19, contribuiu significativamente para o desenvolvimento dos serviços de telemedicina ao implementar o Disque Saúde 136; o Chatbot, disponível na página do Ministério da Saúde na internet; o aplicativo gratuito Coronavírus SUS, e a busca ativa – quando a pasta entra em contato, por telefone, para monitorar a saúde da população, deixando um legado importante, que foi aprimorado com os programas atuais.
RNDS e Telemedicina
A RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde) é uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa integrar e compartilhar informações de saúde de forma segura e eficiente, com o objetivo de melhorar a gestão dos serviços de saúde no Brasil.
A RNDS permite a troca de dados entre sistemas de diferentes esferas, como o SUS, unidades de saúde e outros órgãos do governo, utilizando padrões técnicos e protocolos para garantir a interoperabilidade e a confidencialidade das informações. Sua implementação busca promover uma gestão mais eficaz, o acesso a dados de saúde em tempo real, o que auxilia a atuação do médico através da telemedicina, e consequente melhoria da qualidade dos atendimentos. A partir da centralização dos dados de saúde, profissionais da área podem acessar todo o histórico de saúde, permitindo um atendimento mais personalizado e diagnósticos mais precisos.
A legislação e a telemedicina no SUS
A telemedicina no SUS é regulamentada pelo Ministério da Saúde, através da Lei 14.510, de 2022, que autoriza e disciplina a prática da telessaúde em todo o território nacional, e outras autoridades competentes como o CFM para garantir a segurança e qualidade dos atendimentos. A legislação cobre aspectos como:
- Segurança e privacidade dos dados: Garantindo que os dados dos pacientes estejam protegidos conforme as normas de proteção de dados.
- Capacitação e certificação dos profissionais: Somente profissionais qualificados e capacitados podem realizar atendimentos pela telemedicina.
O que ainda precisa ser melhorado?
Apesar dos avanços, ainda há áreas que podem ser aprimoradas na telemedicina do SUS, uma delas está relacionada a falta de infraestrutura de tecnologia e conexão com a internet, uma premissa para que atendimentos online possam acontecer. Além disso outros aspectos são:
- Expansão da cobertura: Ampliar o alcance da telemedicina para atender mais áreas remotas, onde a falta de especialistas é crítica.
- Integração com novas tecnologias: Ferramentas como inteligência artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) podem melhorar a precisão dos diagnósticos e facilitar o monitoramento remoto de pacientes.
- Acesso a Especialidades Médicas Raras: A telemedicina pode ajudar a conectar pacientes com médicos de especialidades raras, que podem estar disponíveis apenas em grandes centros.
Como a telemedicina no SUS melhora a experiência do usuário
A telemedicina melhora significativamente a experiência dos pacientes de diversas maneiras. Um dos principais benefícios é o acesso rápido aos cuidados médicos, sem a necessidade de deslocamento, o que facilita a realização de consultas e exames de forma prática e sem as longas viagens que, muitas vezes, são necessárias em atendimentos presenciais. Isso torna o processo de cuidados mais eficiente e menos oneroso para os pacientes.
Além disso, a telemedicina permite um acompanhamento mais próximo e personalizado, especialmente para aqueles que vivem com doenças crônicas. Com o uso dessa tecnologia, os pacientes podem receber orientações contínuas e monitoramento constante, o que é essencial para o tratamento de condições complexas. Esse acompanhamento contínuo garante que os pacientes estejam sempre atualizados e orientados sobre as melhores práticas para o manejo de suas condições de saúde.
Saiba mais: As vantagens da integração de dados na saúde
Parcerias público-privadas: O papel da iniciativa privada
Parcerias com a iniciativa privada podem potencializar o avanço da telemedicina no SUS, trazendo aprimoramento da infraestrutura, inovação tecnológica e capacitação de profissionais:
- Aprimoramento da infraestrutura: Melhoria na tecnologia utilizada nas plataformas de teleconsulta e nos processos de digitalização dos serviços.
- Inovação tecnológica: A adoção de novas tecnologias, como IA, pode otimizar diagnósticos e tratamentos.
- Capacitação de profissionais de saúde: A iniciativa privada pode auxiliar na formação de profissionais para que estejam aptos a atender remotamente com eficiência.
Um exemplo de parceria público-privada de sucesso é o Piauí Saúde Digital, desenvolvido com a tecnologia da Portal Telemedicina em parceria com o governo do Piauí e a Integra Saúde Digital. O programa tem o objetivo de democratizar o acesso a especialidades médicas através da telemedicina, ampliando e melhorando a rede de serviços de saúde. Presente em todas as cidades do estado, já realizou mais 220 mil atendimentos entre teleconsultas e telediagnósticos.
Os resultados têm gerado um impacto positivo como redução de gastos com exames, transporte, redução de filas para consultas com especialistas e agilidade no diagnóstico de doenças. Além disso, a tecnologia possui integração com o e-SUS APS e RNDS, o que facilita tanto a centralização das informações de saúde do paciente quanto os repasses do SUS aos municípios.
Conclusão
A telemedicina no SUS é uma ferramenta essencial para transformar o acesso à saúde pública no Brasil. Com suas vantagens de aumentar o acesso, reduzir custos e melhorar a qualidade do atendimento, ela se torna indispensável para a gestão pública de saúde. No entanto, é necessário continuar investindo em tecnologias e ampliar a cobertura para que mais brasileiros possam se beneficiar desse serviço.
O futuro da telemedicina no SUS depende da continuidade de programas como o Telessaúde Brasil Redes e do suporte de parcerias com a iniciativa privada, que juntos podem levar a saúde pública no Brasil para um novo patamar.
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