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O que é e como funciona a teleconsulta

15 min. de leitura

Umas das frentes da telemedicina, a teleconsulta é uma consulta médica em que o paciente está distante fisicamente do profissional de saúde. Em 2020, durante a pandemia mundial de Covid-19, o governo federal liberou esse tipo de atendimento, que até então não era permitido, por meio da lei Nº 13.989, de 15 de abril.

A liberação foi feita após pedido do Conselho Federal de Medicina frente a uma demanda muito alta. Em um primeiro momento a teleconsulta foi utilizada para solucionar quatro problemas principais:

  • Ajudar a desafogar os pronto-atendimentos que estavam lotados;
  • Proteger pacientes com sintomas leves ou que buscavam orientação para que não precisassem se deslocar até um pronto-atendimento com alto risco de contaminação;
  • Preservar a saúde de médicos em grupo de risco, possibilitando o monitoramento de seus pacientes à distância;
  • Permitir que pacientes que vivem em áreas remotas, com déficit de atendimento médico, pudessem ser atendidos;

Mas os gargalos solucionados com a teleconsulta foram além e a prática ganhou mais espaço e adeptos não só no Brasil, mas no mundo todo. 

Neste artigo, vamos explicar o que é e como funciona o atendimento via teleconsulta, por que ao que tudo indica essa é uma prática que permanecerá mesmo após a pandemia, o que uma clínica médica precisa para realizar este tipo de atendimento e os serviços de teleconsulta disponibilizados pela Portal Telemedicina.

 

Teleconsulta: a nova possibilidade de interação entre médicos e pacientes

A teleconsulta é a possibilidade de realizar uma consulta médica de forma remota, por meio de tecnologias seguras de comunicação online, como videoconferência ou aplicativos de vídeo-chamadas, utilizando computadores, tablets ou smartphones para a função. Em linhas gerais, pode ser feita das seguintes formas:

  • Entre médicos – quando um clínico geral busca assistência de um especialista, como uma segunda opinião no diagnóstico, um medicamento mais indicado, ou até mesmo orientações sobre a realização de um procedimento. O paciente pode ou não estar presente. Essa modalidade é chamada de teleinterconsulta.
  • Entre médico e paciente – de forma direta, sem a mediação de outro médico ou profissional da saúde;
  • Síncrona – a interação é imediata ou a resposta é fornecida num curto período de tempo. Um exemplo é a consulta em vídeo entre médico e paciente;
  • Assíncrona – acontece em horários diferentes e não exige interação direta entre o paciente e o médico.

As consultas à distância podem ser iniciais (primeiro atendimento), de acompanhamento, urgência ou de supervisão (com a troca de experiências entre profissionais), e atendem desde cuidados primários e enfermagem até diferentes especialidades médicas como: radiologia, dermatologia, cardiologia, neurologia, pneumologia, psiquiatria, reabilitação, oftalmologia e outras.

A teleconsulta pode ser feita por Whatsapp ou Google Meet?

A teleconsulta não é apenas uma chamada de vídeo tradicional, pois ela tem a troca de informações pessoais e confidenciais, por isso precisa ser feita por meio de uma plataforma adequada e dentro das regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Além disso, uma plataforma de telemedicina oferece outros recursos ao médico, como envio de uma prescrição digital eletrônica válida em qualquer farmácia, recurso para o paciente anexar exames, além da integração de dados para visualização do histórico médico do paciente em seu sistema. 

Algumas ferramentas permitem ainda outros recursos, como teleinterconsulta, ou seja, caso o profissional queira uma segunda opinião pode entrar em contato por videochamada com o médico de outra ou da mesma especialidade. 


Vantagens da teleconsulta

Entre as vantagens da teleconsulta, podemos destacar a extensão do serviço médico para pacientes de regiões geográficas de difícil acesso ou com dificuldade de locomoção e a maior precisão de diagnósticos – já que os casos podem ser discutidos com vários especialistas, principalmente em hospitais que não dispõem no seu corpo clínico especialidades como cardiologia e neurologia. 

Durante a pandemia do novo coronavírus, por exemplo, a teleconsulta facilita o acesso de pacientes a médicos pneumologistas e infectologistas, uma vez que podem consultar com profissionais de qualquer região do país.

Outros pontos que pesam a favor da teleconsulta são a otimização de tempo e de custos, tanto para médicos quanto para pacientes, pois o atendimento não requer deslocamentos e as demandas podem ser solucionadas com mais agilidade; e ainda a segurança das informações, já que dados médicos, armazenados e distribuídos dentro das normas de segurança e interoperabilidade já definidas para o país, possuem um grau de privacidade muito maior do que prontuários físicos.

Em resumo, destacamos os seguintes benefícios:

  • Diminuição de distâncias: acesso a médicos especialistas, mesmo que o paciente esteja em regiões remotas
  • Diagnósticos mais precisos: os médicos podem obter uma segunda opinião e trocar conhecimento com outros especialistas;
  • Agilidade no tratamento ao paciente;
  • Redução de custos de operação nas clínicas;
  • Segurança da informação: armazenamento dentro das normas definidas por país.

A teleconsulta durante a pandemia

A telemedicina avançou muitos anos em um com a chegada da pandemia de Covid-19, não só em relação à permissão da teleconsulta, mas também por ter acelerado vários processos tecnológicos na área da saúde. 

Além disso, ela rompeu resistências culturais ao processo de teleconsulta, tanto por parte de pacientes quanto dos próprios médicos.

Em pesquisa realizada pela Associação Médica Brasileira (AMB), 92,1% dos médicos entrevistados opinavam que a teleconsulta continuaria fazendo parte da prática médica mesmo após a pandemia. E mais da metade (59%), disse que pretendia utilizar o modelo de  atendimento aos pacientes mesmo depois desse período. 

Levantamento da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge ) mostrou que cerca de 90% das consultas online realizadas durante os primeiros 12 meses da prática resolveram o problema do paciente. Ou seja, um percentual muito pequeno de pessoas que procuraram essa forma de atendimento realmente precisou de uma consulta presencial. 

Em muitos casos, as consultas eram apenas para informações relacionadas à Covid-19, como proceder e monitoramento, outras para situações como dor de garganta, resfriado, e às vezes para pegar a prescrição médica atualizada de um medicamento de uso contínuo. 

O que é preciso para realizar a teleconsulta

Para realizar a teleconsulta a clínica médica precisa de um sistema com tecnologia de ponta que garanta a segurança dos dados repassados entre profissionais da saúde e entre paciente e médico, além do armazenamento seguro destas informações. 

Na hora de buscar a plataforma para implementar na clínica, também é importante verificar a experiência da empresa que oferta o serviço, se ela é referência na área da inovação e se tem equipe médica qualificada disponível para as teleinterconsultas.

Portal Telemedicina apresenta serviços para auxiliar médicos e empresas

Para ajudar nas ações de combate à propagação do novo coronavírus no Brasil, a Portal Telemedicina disponibiliza o SOS Portal, uma plataforma white label que pode ser usada por clínicas médicas e operadoras de saúde para atenderem os seus pacientes e por empresas que desejam oferecer atendimento aos seus colaboradores com a equipe de médicos da Portal. 

A plataforma da Portal Telemedicina para a teleconsulta é segura e ágil para que os profissionais possam agendar suas consultas online e atender aos pacientes garantindo a segurança dos dados através de teleconferência gravada e possibilidade de inserir documentos como exames de sangue, laudos anteriores, entre outros, que auxiliem na interação clínica. 

A ferramenta também disponibiliza acesso a especialistas, caso o profissional queira consultar outro profissional para ter uma segunda opinião. A plataforma pode ser utilizada por profissionais de outras áreas da saúde, como psicólogos e nutricionistas. 

Além disso, a plataforma conta com tecnologia avançada capaz de detectar os sinais vitais do paciente, como frequência cardíaca, frequência respiratória, nível de estresse e oxigenação do sangue, através da câmera do celular.

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Teleorientação para empresas

A Portal Telemedicina também colocou à disposição durante a pandemia de Covid-19 um serviço de teleorientação voltado a empresas e planos de saúde para dar suporte e atendimento a trabalhadores ou conveniados durante este período. 

A proposta por meio deste aplicativo é evitar que pacientes com sintomas compatíveis com o novo coronavírus e de outras patologias tenham de procurar os serviços de urgências e emergências para consultas quando não houver necessidade.

Além de protegê-los, evitando que se exponham a áreas de maior risco de contaminação, o serviço agiliza o atendimento a um especialista caso preciso, pois o paciente já sai com o encaminhamento médico. 

Caso no serviço de teleorientação o médico identifique que o paciente tem sintomas compatíveis com Covid-19, já repassa orientações e afasta o profissional do trabalho. Além de dar agilidade ao atendimento, este serviço contribui para a redução de riscos desse paciente contaminar outras pessoas que frequentem o mesmo ambiente de trabalho. 

O aplicativo de teleorientação disponibilizado pela Portal Telemedicina gera guias através de assinatura e certificado digital. O serviço funciona 24 horas por dia, de segunda a segunda. Ele está disponível para planos de saúde e empresas que têm interesse em ampliar a proteção da saúde de seus colaboradores. As empresas ou operadoras podem utilizar médicos próprios para utilização da tecnologia.

 

Atendimento remoto no Brasil

A telemedicina no Brasil chegou a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2019, mas após pressão de conselhos regionais o órgão recuou e decidiu ampliar a discussão sobre o tema.

Após meses de tramitação no Congresso, finalmente, a Lei da Telemedicina (Lei nº 14.510) foi sancionada em 27 de dezembro de 2022 e a atenção médica à distância teve seus critérios estabelecidos legalmente de forma definitiva.

Desta forma, o teleatendimento médico pode ser utilizado sempre que necessário, conforme avaliação dos profissionais que possuem liberdade para utilizar a modalidade.

O modelo também requer o consentimento do paciente que deve estar ciente sobre regras do modelo e quanto à segurança de seus dados. A fiscalização das normas éticas da prática de telesaúde seguem os padrões critérios usados para o atendimento presencial e é responsabilidade dos conselhos federais das profissões envolvidas.

Serviços de teleinterconsulta

Através de sua avançada Central Médica Online, a Portal Telemedicina também faz uso da teleconsulta em casos de segunda opinião entre profissionais de saúde. Como cliente da Portal, as clínicas médicas e hospitais que não contam com especialistas em seu corpo clínico, têm a possibilidade de tirar dúvidas e trocar informações com os nossos especialistas, como cardiologistas, radiologistas, ortopedistas e neurologistas, disponíveis horas por dia de segunda a segunda. Além, é claro, de obterem laudos médicos em poucas horas para Espirometria, EEG, ECG, Tomografia, Raios-X, Mamografia, Acuidade Visual e Ressonância Magnética.

Além da medicina

Outras profissões da área da saúde contam com regulamentações específicas sobre teleconsulta:

  • Enfermagem – permite a execução de prescrição médica à distância somente em casos de urgência ou emergência (Resolução COFEN Nº 0487/2015);
  • Fonoaudiologia – permite apoio por avaliação à distância, mas com profissional fonoaudiólogo presente junto ao paciente (Resolução CFFa nº 366/2009);
  • Psicologia – regulamentou e detalhou várias modalidades de serviços psicológicos à distância, tanto em caráter clínico quanto de pesquisa (Resolução CFP Nº 011/2012).

Como outros países estão utilizando a Teleconsulta

Os Estados Unidos estão bastante avançados na discussão da teleconsulta e a legislação permite este tipo de atendimento entre médico e paciente. Os estados apenas regulamentam alguns pontos. 

Um bom exemplo americano é o programa CCHT (Care Coordination and Home Telehealth) que presta atendimento remoto aos veteranos de guerra do país, que já conta hoje com mais de 50 mil pacientes. Pelo CCHT, pacientes e médicos se interconectam através de estações de videoconferência instaladas em vários lugares estratégicos e um estudo mostrou que este atendimento ajudou a reduzir as internações hospitalares e os custos de atendimento, além de gerar elevada satisfação dos pacientes. O projeto se propagou e hoje existem ações semelhantes em quase todos os estados norte-americanos, principalmente naqueles mais rurais.

Na Europa, a grande maioria dos países possuem legislação sobre teleconsulta. A China, em 2010, iniciou o projeto piloto denominado Ideal Life. São mais de 100 mil pacientes da província de Shandong utilizando quiosques interativos e dispositivos de monitoramento remoto. Já o Canadá utiliza a teleconsulta por meio de telefonia ou internet para áreas rurais e urbanas; o México permite a teleconsulta para pacientes que vivem em comunidades rurais desde de 2001, e a Austrália (desde 1994) e no Japão (desde 1997) liberaram esta forma de consulta.

Para saber mais sobre telemedicina e as inovações tecnológicas para o atendimento de pacientes continue acompanhando as atualizações do blog da Portal. Se tiver alguma dúvida, entre em contato ou fale com um dos nossos consultores. 

Monica Jorge

Comunicadora com dez anos de experiência em redação e edição de conteúdos voltados para a área de saúde, tecnologia e educação. Especialista em marketing digital na Portal Telemedicina.

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