Telepediatria: como funciona a consulta pediátrica online e quando usar
Atualizado em 26 de dezembro de 2025 por Redação

A telepediatria é a aplicação da telemedicina no atendimento pediátrico, permitindo que crianças e adolescentes sejam acompanhados por pediatras à distância, com segurança, respaldo legal e uso de plataformas digitais adequadas.
Mais do que uma tendência, a telepediatria se consolidou como uma solução estratégica para ampliar o acesso à saúde infantil, reduzir filas em serviços presenciais e apoiar pais e responsáveis na tomada de decisão clínica — especialmente em situações que não configuram urgência ou emergência.
Neste artigo, você vai entender o que é telepediatria, como funciona na prática, quando é indicada, quais são seus benefícios, limites e como a tecnologia contribui para a saúde das crianças.
O que é telepediatria?
Telepediatria é a modalidade da telemedicina voltada ao atendimento remoto de crianças e adolescentes, realizada por pediatras por meio de plataformas digitais seguras, com registro em prontuário, consentimento do responsável legal e соблюncia às normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Na prática, a telepediatria permite:
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Teleconsultas pediátricas;
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Orientações clínicas e de rotina;
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Prescrição de medicamentos (quando indicado);
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Solicitação e avaliação de exames;
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Acompanhamento de quadros clínicos leves e condições crônicas estáveis.
O atendimento ocorre com foco na anamnese detalhada, observação clínica possível por vídeo e diálogo direto com pais ou responsáveis.
Aspectos da telemedicina pediátrica
Já regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) há quase um ano, por meio da Resolução nº 2.314/2022, a prática de telemedicina deve seguir algumas regras e boas práticas que valem para todas as especialidades, incluindo a pediatria. Conheça algumas delas:
- Fiscalização: todos os atendimentos realizados devem ser registrados em prontuário físico e no Sistema de Registro Eletrônico de Saúde (SRES) do paciente.
- Termo de consentimento: o atendimento só pode ser realizado com autorização do paciente ou de seu representante legal. Além disso, a anuência permite também a transmissão de imagens coletadas em exames e dados do paciente.
- Segurança das informações: além do sigilo profissional, todas as informações sobre o paciente devem ser coletadas, armazenadas e tratadas de acordo com as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Plataformas de telemedicina também precisam seguir essas normas.
- Acompanhamento clínico: pacientes com doenças crônicas e casos que demandam acompanhamento a longo prazo não podem ser atendidos somente via telemedicina. Consultas presenciais precisam ser feitas com intervalos não maiores do que 180 dias.
Todas as diretrizes se aplicam à prática da pediatria e podem ser conferidas na resolução publicada pelo CFM.
Telepediatria é regulamentada no Brasil?
Sim. A telepediatria segue as mesmas regras da telemedicina, regulamentadas no Brasil pela Resolução CFM nº 2.314/2022, que estabelece diretrizes claras para o atendimento médico remoto em todas as especialidades, incluindo a pediatria.
Entre os principais pontos da regulamentação, destacam-se:
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Consentimento informado: o atendimento só pode ocorrer com autorização do responsável legal da criança ou adolescente;
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Registro em prontuário: todas as teleconsultas devem ser devidamente registradas, com rastreabilidade;
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Segurança da informação: as plataformas devem cumprir a LGPD e garantir sigilo médico;
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Limites clínicos: a telemedicina não substitui o atendimento presencial em casos que exigem exame físico direto ou intervenção imediata;
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Acompanhamento contínuo: pacientes pediátricos com condições crônicas devem alternar teleconsultas com avaliações presenciais periódicas.
Quando a telepediatria é indicada?
A telepediatria é especialmente útil em situações de baixa complexidade clínica, acompanhamento e orientação. Exemplos comuns incluem:
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Dúvidas sobre sintomas leves (febre baixa, tosse, resfriados);
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Orientações sobre alimentação infantil;
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Acompanhamento de crescimento e desenvolvimento;
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Esclarecimento sobre calendário vacinal;
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Avaliação inicial de queixas gastrointestinais leves;
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Ajustes de tratamento já em andamento;
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Orientações pós-consulta ou pós-alta.
Esses atendimentos evitam deslocamentos desnecessários e trazem mais tranquilidade aos pais.
Quando a telepediatria NÃO é recomendada?
Apesar dos benefícios, a telepediatria não substitui o atendimento presencial em situações que exigem avaliação física direta ou intervenção imediata.
Não é indicada em casos de:
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Urgência ou emergência;
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Dificuldade respiratória importante;
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Dor intensa ou persistente;
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Convulsões;
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Trauma, quedas ou acidentes;
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Sinais neurológicos agudos;
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Necessidade de exames físicos detalhados.
Nessas situações, o pediatra deve orientar o encaminhamento imediato ao serviço presencial.
Telepediatria x consulta pediátrica presencial
| Aspecto | Telepediatria | Consulta presencial |
|---|---|---|
| Local do atendimento | Remoto (online) | Clínica ou hospital |
| Indicação principal | Quadros leves e acompanhamento | Urgência, exame físico e casos complexos |
| Acesso | Rápido e ampliado | Pode exigir deslocamento |
| Registro e validade legal | Sim, com prontuário digital | Sim |
| Segurança da informação | Alta, com plataformas certificadas | Alta |
As duas modalidades são complementares, não concorrentes
Vantagens da telemedicina pediátrica
Ao adotar a telemedicina como aliada, médicos pediatras podem perceber diversas vantagens em sua rotina. Confira algumas:
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Atendimento a pacientes de diferentes localidades
A adoção da telemedicina tem como grande benefício a ampliação do atendimento das clínicas e hospitais, bem como a democratização do acesso à saúde. Pessoas de cidades diferentes ou até mesmo de localidades que não possuem infraestrutura médica de qualidade podem se valer dos serviços da clínica ou hospital por meio das teleconsultas pediátricas.
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Agilidade na entrega de laudos
A telemedicina contribui para a rapidez na emissão de laudos médicos, com a automatização de processos e velocidade no contato entre a clínica, o médico e o paciente. O envio digital do resultado de exames minimiza erros, agiliza a entrega e melhora até mesmo o rendimento da equipe médica.
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Redução das filas em hospitais
Por meio da teleconsulta, pais e responsáveis pelas crianças podem entrar em contato com seu médico de confiança de forma mais rápida, sem precisar sair de casa. Para os hospitais, isso é um grande benefício, pois os atendimentos ficam concentrados em casos de urgência, emergência e nos pacientes internados, sem que seja necessário alocar recursos e profissionais para situações que podem ser resolvidas com rapidez via teleconsulta.
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O papel da tecnologia na saúde infantil
Além das teleconsultas, a tecnologia tem impacto direto na gestão da saúde infantil. Plataformas digitais permitem:
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Integração de dados clínicos;
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Monitoramento de indicadores de saúde;
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Análise de exames e imagens à distância;
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Apoio à tomada de decisão médica;
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Atuação preventiva baseada em dados populacionais.
Um exemplo é o projeto desenvolvido pela Portal Telemedicina em parceria com a UNICEF, que utiliza inteligência artificial para integrar bases de dados de saúde infantil e gerar alertas sobre regiões e grupos com maior risco, apoiando políticas públicas preventivas.
Conclusão
A telepediatria representa um avanço importante no cuidado com a saúde infantil, unindo acesso, segurança, eficiência e tecnologia. Quando bem aplicada, ela fortalece o vínculo entre pediatra e família, reduz sobrecarga nos serviços presenciais e melhora a experiência do cuidado.
Mais do que uma alternativa, a telepediatria é hoje uma ferramenta estratégica para uma pediatria moderna, integrada e centrada na criança.
Perguntas Frequentes
Telepediatria é segura para crianças?
Sim, desde que realizada em plataformas certificadas, com prontuário, consentimento do responsável e avaliação médica adequada.
Bebês podem ser atendidos por telepediatria?
Sim, especialmente para orientações, acompanhamento e triagem inicial. O pediatra avalia a necessidade de atendimento presencial.
A telepediatria substitui a consulta presencial?
Não. Ela complementa o cuidado pediátrico, sendo indicada para situações específicas.
É possível prescrever medicamentos na telepediatria?
Sim, quando clinicamente indicado, com prescrição digital válida.







