Telemedicina neurológica inclui teleconsulta, telemonitoramento, teleducação, além da emissão de diversos de laudos à distância
Assim como muitas especialidades da medicina, a área da neurologia também se beneficia das inovações tecnológicas. A telemedicina na neurologia é uma opção viável para laudos de exames, consultas remotas e para o contato entre médicos de diferentes especialidades ou da mesma para segunda opinião, além de trazer inúmeras vantagens para clínicas e hospitais.
Neste artigo, você vai conhecer as principais aplicações da telemedicina na neurologia, as vantagens de adotar a telemedicina e os benefícios da emissão de laudos à distância.
A neurologia é a especialidade que se dedica à avaliação, diagnóstico e tratamento do sistema nervoso central e de seus componentes. Nem todos os municípios contam com médicos dessa área ou com centros de atendimento neurológico nas proximidades, e uma das formas para levar essa especialidade a mais cidades e pacientes é por meio da adoção da telemedicina.
Regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a telemedicina permite que os médicos e pacientes se encontrem via teleconsulta e tenham contato remoto, além de possibilitar a emissão de laudos à distância, agilizando o atendimento nas clínicas e hospitais. A modalidade da telemedicina já está sendo adotada tanto no atendimento médico particular quanto em unidades de saúde da rede pública.
O neurologista Wlademir Bacetic Ban explica que no caso da neurologia a telemedicina inclui diversos fatores: “É a internet das coisas, as plataformas, os softwares, os neurologistas, tudo isso interligado. A telemedicina pode ser utilizada de formas distintas, desde urgências, como quadros de enxaqueca crônica, até questões clínicas e laboratoriais de rotina”.
Além disso, o médico destaca a possibilidade do uso da telemedicina em pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para estudos de estados de coma e das variações eletrofísicas que ocorrem no sistema nervoso.
O próprio conceito da telemedicina diz respeito ao uso das tecnologias de comunicação e informação para a realização de consultas, acompanhamento médico e outros procedimentos relacionados à medicina.
Saiba mais: Teleconsulta, telemedicina ou telediagnóstico: qual a diferença?
No caso da neurologia, há diversas formas pelas quais a telemedicina pode ser aplicada no atendimento de pacientes. Conheça algumas delas:
Quando se fala em telemedicina, a teleconsulta é uma das práticas mais lembradas. Ela pode ser feita entre um médico e um paciente – da mesma forma como uma visita ao consultório, porém, via internet, e se popularizou durante a pandemia de Covid-19, quando passou a ser autorizada
No entanto, a teleconsulta não se limita a esse atendimento: é possível também que médicos de diferentes especialidades conversem entre si, por meio da chamada teleinterconsulta. Um exemplo disso é quando um clínico geral busca a assistência de um especialista para troca de informações para obter uma segunda opinião em um diagnóstico, bem como sobre um medicamento ou a realização de um procedimento.
Segundo o médico especialista Wlademir Ban, a primeira consulta pode ser realizada por meios digitais, exceto em casos de emergência: “Após realizar anamnese completa, o neurologista pode solicitar uma consulta presencial para buscar informações que serão obtidas somente ao exame neurológico”.
Porém, o neurologista ressalta que, em casos clínicos nos quais a anamnese e a evolução do paciente sustentem uma hipótese diagnóstica que não demonstre a necessidade do exame neurológico – como é o caso de diversas cefaleias e epilepsias – o acompanhamento pode se dar por telemedicina até o momento em que o especialista sentir a necessidade da consulta presencial.
A prática de telemonitoramento se refere ao acompanhamento dos parâmetros de saúde de um paciente supervisionado remotamente pelo médico da especialidade.
Esse monitoramento à distância permite que o médico dê orientações ao paciente – prática conhecida como teleorientação e que foi muito utilizada durante a pandemia de Covid-19. A teleorientação pode substituir as visitas presenciais ao consultório, clínica ou hospital nos casos em que as dúvidas podem ser tiradas por canais como a internet, telefone e até mesmo aplicativos de mensagem instantânea.
O telediagnóstico consiste na emissão de laudos à distância, por meio de imagens e dados compartilhados com o médico especialista pela internet. Após a realização de um exame neurológico, as informações ficam salvas na nuvem, podendo ser acessadas por um médico especialista credenciado para emitir o laudo do exame.
O telelaudo é uma revolução na medicina, pois aproxima comunidades afastadas ou com escassez de atendimento aos profissionais de diferentes especialidades de grandes centros urbanos.
A telemedicina, bem como sua aplicação na especialidade neurológica, também abarca a teleducação. Uma ferramenta que contribui na atualização e preparação dos profissionais de saúde.
Assim como a telemedicina aproxima pacientes de médicos especialistas, a teleducação é uma forma de fazer com que os profissionais tenham acesso a informação, aulas, palestras, videoconferências e outras formas de aprendizado e crescimento profissional, visando qualificar ainda mais o atendimento.
Além de ampliar as possibilidades de contato entre médicos e pacientes, a telemedicina aplicada à neurologia apresenta inúmeras vantagens para as clínicas e hospitais que adotam esse serviço.
“A telemedicina tem uma palavra-chave: rapidez. Em neurologia, a agilidade nos diagnósticos, condutas e na avaliação das evoluções dos pacientes são de extrema relevância, como poucas outras especialidades podem precisar”, explica o neurologista Wlademir Ban.
Segundo o especialista, a celeridade das ações do médico neurologista está diretamente ligada à capacidade que ele tem de poder agir em prol da saúde dos pacientes, como a possibilidade de abordar pacientes mais rápido em casos de urgência.
Wlademar Ban pontua ainda que, por meio da telemedicina na neurologia, é possível conjugar mais de um profissional simultaneamente, mesmo que estejam distantes geograficamente, além de flexibilizar a análise de exames laboratoriais.
Na área da neurologia, os exames solicitados pelos especialistas podem ser laudados rapidamente via telemedicina. É, como vimos anteriormente, o que chamamos de telediagnóstico. Mas quais são esses laudos?
Segundo Wlademir Ban, as tecnologias digitais permitem que sejam emitidos laudos de exames como eletroencefalogramas, mapeamentos cerebrais e também de exames de imagens, como tomografias e ressonâncias magnéticas, também frequentemente solicitados por neurologistas.
Conheça alguns dos principais exames neurológicos que podem ser laudados à distância:
O eletroencefalograma (EEG) clínico é um exame que registra a atividade elétrica do cérebro. Ele costuma ser utilizado na identificação de alterações no sistema nervoso, como em casos em que o paciente sofreu convulsões ou teve episódios de alteração de consciência.
Exame não invasivo, a polissonografia monitora a atividade cerebral, muscular e a respiração durante o sono do paciente, com o objetivo de diagnosticar distúrbios do sono, como insônia, sonambulismo, terror noturno, e também outras patologias, como a fibromialgia.
Semelhante ao EEG clínico, o EEG ocupacional é um exame utilizado para monitorar a atividade elétrica cerebral dos trabalhadores, com o objetivo de identificar patologias que podem ser decorrentes da atividade laboral.
O EEG com mapeamento cerebral é um tipo de exame que viabiliza a investigação e o diagnóstico de diversas doenças, bem como o monitoramento da atividade cerebral.
A principal diferença deste exame é a utilização da tecnologia para o mapeamento do cérebro, por meio de equipamentos que transformam os dados coletados em imagens, permitindo uma avaliação mais completa e precisa pelo profissional neurologista.
A emissão de telelaudos é uma possibilidade da telemedicina que permite às clínicas e hospitais otimizar os processos de trabalho, reduzir custos e agilizar o atendimento ao paciente.
Por meio do sistema da Portal Telemedicina, é possível que médicos especialistas na área desejada laudem os exames à distância. Esses profissionais estão disponíveis 24 horas, sete dias por semana — dessa forma, o laudo do exame pode ser disponibilizado rapidamente, e entregue ao paciente para que ele prossiga no acompanhamento.
Especialmente para a neurologia, a Portal Telemedicina disponibiliza, em sua plataforma de telediagnóstico, os exames de eletroencefalograma nas variações ocupacional, clínico e com mapeamento cerebral, garantindo a segurança das informações do paciente e a agilidade na emissão dos laudos.
Em casos urgentes, é possível disponibilizar o laudo para o paciente em até uma hora, pois a Portal Telemedicina utiliza um sistema de inteligência artificial que ajuda a detectar alterações nos exames e a fazer uma triagem para o médico responsável pelo laudo.
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