As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil, sendo responsáveis por aproximadamente 380 mil óbitos por ano no país. Boa parte dos problemas de coração poderiam ser solucionados ou amenizados com tratamento precoce, por isso o acompanhamento médico e a realização de exames cardiológicos são tão importantes.
Nesse contexto de necessidade de atendimento na casa dos milhares, a tecnologia entra com um ótimo facilitador para os profissionais de saúde, auxiliando em diagnósticos e tratamentos.
Um bom exemplo são as pesquisas sobre inteligência artificial (IA) na Cardiologia, que vêm crescendo ano a ano: de 2001 para 2019, o número de artigos envolvendo IA e cardiologia saltou de 1 para 209 no portal PubMed.
A aplicação de IA aos exames cardiológicos, no entanto, não se restringe ao meio acadêmico. Segundo um estudo do Distrito Dataminer, só no Brasil há 702 startups com foco de atuação em IA, sendo que a área de saúde e biotecnologia é a que concentra o maior número delas, com 12,5%.
Já estão disponíveis no mercado soluções que utilizam inteligência artificial para utilização em clínicas e hospitais e as opções só aumentam. A transformação digital na saúde vem numa crescente há alguns anos e foi impulsionada pelo cenário imposto pela Covid-19 em 2020. Quem quer se manter atualizado e competitivo no mercado da saúde não pode fechar os olhos para essa realidade.
Uma das aplicações de inteligência artificial para exames cardiológicos que já vem sendo utilizada é a priorização de laudos de eletrocardiograma conforme a urgência do caso. Esse tipo de solução pode até parecer distante do dia a dia da saúde brasileira, mas a verdade é que nosso país já desenvolve e utiliza tecnologias de ponta.
Um exemplo de sucesso do uso do sistema que utiliza IA em exames cardiológicos está na cidade de Tarumã, interior de São Paulo, com implantação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com uma solução de telemedicina para laudos de eletrocardiograma da Portal Telemedicina, a cidade viu seu índice de morte por infarto agudo de miocárdio cair em 22%. Os telelaudos chegam aos médicos em Tarumã em até 10 minutos, agilizando significativamente o atendimento.
O infarto do miocárdio está entre as doenças cardiovasculares que mais matam. De acordo com uma pesquisa feita pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o problema é mais grave nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, justamente onde a concentração de médicos especialistas é menor. Nesse cenário, a telemedicina e a IA são ainda mais relevantes.
Outra solução de inteligência artificial para cardiologia vem sendo pesquisada e testada pelo Laboratório Aterolab, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Lá, um algoritmo foi desenvolvido para analisar dados de prontuários de pacientes atendidos em hospitais públicos e privados. A pesquisa foi apresentada em congressos no Brasil e na Dinamarca, onde ficou em primeiro lugar como melhor trabalho.
Na Inglaterra, um estudo analisou, com o auxílio de IA, imagens de exames de rotina, com o objetivo principal de encontrar uma forma de medir o fluxo sanguíneo dos pacientes, dispensando procedimentos invasivos. Com esse método, os cientistas conseguiram prever ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e até morte, entre os quadros estudados.
A inteligência artificial pode ter aplicações nas mais diversas áreas da saúde, desde a utilização para atividades simples e repetitivas, como agendar consultas, até o auxílio na prevenção, diagnóstico, monitoramento e tratamento de doenças graves.
Como as máquinas têm a capacidade de analisar grandes quantidades de dados com uma velocidade impensável para qualquer humano, elas podem ser desenvolvidas e programadas para auxiliar em todos os níveis de atenção à saúde (primária, secundária ou terciária).
Para além da aplicação em exames cardiológicos, existem exemplos de utilização de IA para prevenção e diagnóstico de câncer, doença de Alzheimer e até mesmo facilitando a identificação de casos de Covid-19.
No combate à Covid-19, um algoritmo foi desenvolvido para detectar indícios de coronavírus em Raios-X e Tomografias e priorizar os casos graves. Ele faz uma varredura nos exames, avaliando alterações e sinalizando para os médicos em até 10 minutos os casos suspeitos.
É importante ressaltar, no entanto, que nenhum algoritmo fará o trabalho sozinho e o médico não será substituído. A inteligência artificial auxilia o profissional de saúde em suas atividades, acelerando processos, porém não emite nenhum laudo ou diagnóstico. Esse tipo de ação é, inclusive, proibido pela Anvisa. Legalmente, apenas médicos são capacitados para laudar.
Leia também: Como funciona o exame de ressonância cardiovascular
Os médicos não serão trocados por máquinas, mas aqueles que transitam bem entre as tecnologias, tirando o melhor proveito que cada uma possa oferecer, certamente serão, gradualmente, os profissionais mais requisitados e mais bem-remunerados.
A inteligência artificial tem inúmeras vantagens, tanto para quem atende, quanto para os pacientes. As objeções em adotá-las muitas vezes ocorrem por falta de conhecimento dos profissionais, já que a IA ainda não é objeto de estudo de todos que se formam em Medicina.
Entre os principais benefícios da inteligência artificial podemos citar:
– Automação de tarefas repetitivas: assim o médico pode se focar no cuidado ao paciente;
– Identificação de padrões e auxílio em análise preditiva: a partir da avaliação de um grande volume de dados de diferentes pacientes ou do monitoramento de variados indicadores e sintomas de uma única pessoa, a IA consegue identificar padrões, incluindo patologias antes mesmo que elas se manifestem. Com isso o médico é empoderado ao utilizar a máquina para garantir maior acurácia nos laudos e diagnósticos e iniciar tratamentos precoces que possam oferecer mais qualidade de vida ao paciente;
– Priorização de casos graves: a identificação de padrões e do que está fora do padrão normal em exames, como nas áreas de cardiologia ou radiologia que citamos acima, também permite que a IA priorize na fila de atendimento do médico os casos graves de diversas doenças;
– Otimização de recursos: com o cruzamento de dados feito por IA entre necessidades de atendimento versus recursos disponíveis é possível fazer melhores alocações, como no uso e distribuição de leitos;
– Auxílio em cirurgias: robôs inteligentes podem analisar avaliações pré-operatórias para orientar os movimentos do médico durante a cirurgia, diminuindo em até 20% o tempo de internação de um paciente.
A solução de telelaudo de eletrocardiograma da Portal Telemedicina utiliza inteligência artificial e permite que clínicas e hospitais tenham acesso a um laudo de qualidade, emitido por um especialista, em apenas poucos minutos.
O laudo de ECG via telemedicina é uma alternativa segura, confiável e acessível para gestores de saúde que querem investir em tratamentos de qualidade com tecnologia de ponta.
Para saber mais sobre esse serviços, seus benefícios e como oferecê-lo em sua clínica ou hospital, confira nossa página de Telelaudo de Eletrocardiograma e agende uma conversa com um de nossos consultores.
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