Dislalia (Transtorno Fonológico): O que é, tipos, causas, diagnóstico e tratamento
Atualizado em 2 de setembro de 2025 por Jhonatan Gonçalves
A dislalia, também conhecida como transtorno fonológico, é um distúrbio da fala bastante comum, principalmente em crianças. Caracteriza-se pela dificuldade em articular corretamente os fonemas, comprometendo a comunicação, a vida escolar e até a autoestima.
Embora seja frequente, a dislalia pode gerar dúvidas em pais, educadores, médicos e fonoaudiólogos. Neste artigo completo, vamos explorar o que é a dislalia, seus tipos, causas, sinais de alerta, formas de diagnóstico, tratamento e como a telemedicina pode apoiar nesse processo.
O que é Dislalia (transtorno fonológico)?
A dislalia é um transtorno da linguagem caracterizado por falhas na pronúncia dos sons da fala. Pode ocorrer de diferentes formas:
- Omissão de sons – dizer “asa” em vez de “casa”.
- Substituição – “tato” em vez de “gato”.
- Distorção – alteração no modo como o fonema é articulado.
- Adição – inserção de sons extras.
Essas alterações comprometem a clareza da fala e, quando não tratadas, podem impactar a leitura, escrita e desenvolvimento social.
Tipos de Dislalia
A Dislalia pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com sua origem e características:
Tipos de dislalia e suas características
Causas e fatores associados
As causas da dislalia são multifatoriais e podem envolver aspectos físicos, auditivos, emocionais e ambientais:
- Hábitos de sucção prolongada (mamadeira, chupeta, dedo);
- Problemas dentários ou musculares;
- Alterações anatômicas da cavidade oral (ex.: língua presa, fenda palatina);
- Lesões neurológicas;
- Deficiências auditivas;
- Falta de estímulo comunicativo na infância;
- Fatores emocionais e psicológicos, como ansiedade ou insegurança.
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Como identificar a Dislalia?
Pais, professores e profissionais de saúde devem estar atentos a sinais como:
- Fala “enrolada” ou de difícil compreensão após os 4 anos;
- Troca frequente de sons específicos (como “r” por “l”);
- Frustração da criança ao tentar se comunicar;
- Dificuldade em acompanhar atividades escolares ligadas à leitura e escrita.
A avaliação clínica é feita pelo fonoaudiólogo, que analisa a articulação dos fonemas, investiga causas associadas e determina o tipo de dislalia.
Diagnóstico da Dislalia
A avaliação deve ser feita por um fonoaudiólogo, que irá:
- Mapear os fonemas comprometidos.
- Verificar se há causas auditivas ou neurológicas.
- Diferenciar de outros distúrbios, como apraxia da fala, disartria ou gagueira.
Exames complementares com otorrinolaringologista e neurologista podem ser necessários em casos específicos.
Diagnóstico diferencial
É fundamental diferenciar a dislalia de outros transtornos da fala e da linguagem.
Dislalia x Outros distúrbios de fala
Sinais de alerta por idade
É esperado que, até os 4 anos, a fala esteja relativamente estruturada. Procure avaliação se notar que a criança:
- Troca ou omite sons com frequência.
- Fala de forma difícil de compreender após os 4 anos.
- Apresenta frustração ou isolamento ao tentar se comunicar.
Impactos da Dislalia
Se não tratada, a dislalia pode causar:
- Dificuldades de alfabetização.
- Problemas de socialização e autoestima.
- Desempenho escolar abaixo do esperado.
- Isolamento e estigmatização.
Tratamento da Dislalia
O tratamento depende do tipo e da causa, mas geralmente envolve:
Fonoaudiologia
- Exercícios específicos para corrigir fonemas;
- Atividades lúdicas que estimulam linguagem;
- Treino de respiração, ritmo e entonação.
Abordagem multidisciplinar
- Otorrinolaringologista – para avaliar causas auditivas;
- Odontopediatra – em casos de alterações dentárias;
- Neurologista – quando há condições neurológicas associadas;
- Psicólogo – para apoio emocional.
Orientações para a família
- Incentivar a fala correta sem repreensão;
- Estimular a comunicação com conversas e leitura;
- Evitar o prolongamento de hábitos prejudiciais (mamadeira, chupeta).
Importância do diagnóstico precoce
Quanto antes a dislalia for identificada, melhor o prognóstico. A intervenção precoce previne dificuldades escolares e sociais, permitindo que a criança desenvolva plenamente sua comunicação.
Prevenção e prognóstico
- Estimular a comunicação desde cedo.
- Evitar o uso prolongado de chupetas e mamadeiras.
- Introduzir leitura e brincadeiras de linguagem na rotina.
- Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico e menor o tempo de tratamento.
Mitos e verdades sobre a Dislalia
❌ “Dislalia passa sozinha.” – Nem sempre. Muitos casos persistem sem tratamento.
✔️ “Com intervenção fonoaudiológica precoce, é totalmente tratável.” – Verdade.
❌ “Dislalia é o mesmo que gagueira.” – Não, são distúrbios diferentes.
Tópicos de interesse para médicos e profissionais
Embora a dislalia seja mais discutida em âmbito familiar e escolar, existem aspectos fundamentais que interessam diretamente aos profissionais de saúde:
Indicadores clínicos para encaminhamento precoce ao fonoaudiólogo
O diagnóstico precoce faz diferença no prognóstico. Entre os principais indicadores estão: atrasos persistentes na articulação de fonemas, trocas sonoras inadequadas para a idade e queixas recorrentes de professores e familiares.
Protocolos e escalas para avaliação fonoaudiológica padronizada
Profissionais podem utilizar ferramentas como o ABFW – Teste de Linguagem Infantil e escalas internacionais para análise fonológica, auxiliando no acompanhamento objetivo da evolução do paciente.
Relação entre Dislalia e distúrbios auditivos
A avaliação auditiva deve ser parte essencial do protocolo diagnóstico, já que déficits de audição podem estar associados às dificuldades de articulação.
Avanços tecnológicos em terapias digitais
Softwares, aplicativos e jogos digitais têm se mostrado aliados no tratamento, aumentando o engajamento infantil e permitindo acompanhamento remoto em alguns casos.
Condutas em casos de Dislalia associada a síndromes genéticas
Pacientes com síndromes como Down ou Williams podem apresentar dislalia como sintoma associado. Nesses casos, recomenda-se uma abordagem interdisciplinar, envolvendo médicos, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
Conclusão
A dislalia, ou transtorno fonológico, é um distúrbio de fala comum, mas que pode trazer grandes impactos se não tratado. O diagnóstico precoce, aliado à fonoaudiologia e ao apoio familiar, garante excelentes resultados. A telemedicina surge como aliada para ampliar o acesso ao cuidado especializado.
FAQ (Perguntas Frequentes)
O que significa Dislalia?
A dislalia é um transtorno da fala caracterizado por dificuldades na articulação de sons e fonemas, sem relação com problemas neurológicos ou auditivos.
Quais os sintomas da Dislalia?
Os principais sintomas incluem trocas de fonemas, omissão de sons em palavras, dificuldade em pronunciar determinados fonemas e fala de difícil compreensão para pessoas fora do convívio familiar.
Como diagnosticar Dislalia?
O diagnóstico é realizado por meio de avaliação fonoaudiológica, que analisa o desenvolvimento da fala, a articulação de fonemas e, em alguns casos, exames complementares para descartar causas auditivas ou neurológicas.
A dislalia tem cura?
Sim, especialmente quando diagnosticada cedo e tratada com fonoaudiologia.
Qual a diferença entre dislalia e atraso de fala?
Atraso é quando a criança demora a começar a falar; dislalia ocorre quando já fala, mas troca ou omite sons.
Quando procurar um fonoaudiólogo?
Se a criança tiver mais de 4 anos e ainda apresentar trocas frequentes de sons ou dificuldade para ser compreendida.