Fibrilação atrial de alta resposta ventricular: O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
Atualizado em 10 de julho de 2025 por Redação
A fibrilação atrial de alta resposta ventricular (FARV) é uma condição cardíaca que merece atenção urgente. Trata-se de um tipo de fibrilação atrial — a arritmia cardíaca sustentada mais comum no mundo — associada a uma frequência ventricular acelerada, o que pode causar sintomas intensos e aumentar o risco de complicações cardiovasculares.
Neste artigo, você vai entender o que é FARV, como ela se manifesta, os riscos que oferece à saúde e quais são as opções de diagnóstico e tratamento disponíveis, inclusive com apoio da telemedicina.
O que é fibrilação atrial de alta resposta ventricular?
A fibrilação atrial de alta resposta ventricular ocorre quando os átrios do coração apresentam uma atividade elétrica desorganizada (fibrilação atrial) e essa desorganização é transmitida de forma rápida para os ventrículos, fazendo com que eles batam em ritmo acelerado — geralmente acima de 100 batimentos por minuto (bpm), mesmo em repouso.
Essa resposta rápida impede que o coração funcione de forma eficiente, o que pode comprometer a circulação sanguínea, causar sintomas graves e sobrecarregar o coração.
Principais sintomas
A frequência cardíaca acelerada, combinada com o ritmo irregular, pode causar uma série de sintomas, que variam de leves a graves. Os mais comuns incluem:
- Palpitações (coração “acelerado” ou “batendo forte”);
- Falta de ar (dispneia), mesmo em repouso;
- Tontura ou sensação de desmaio (pré-síncope);
- Dor ou pressão no peito;
- Cansaço excessivo;
- Ansiedade ou sensação de mal-estar generalizado.
Em pessoas idosas ou com doenças cardíacas prévias, a FARV pode desencadear ou agravar uma insuficiência cardíaca.
Leia também: Palpitações no coração
Diferença entre fibrilação atrial e FARV
Embora a fibrilação atrial e a FARV compartilhem o mesmo tipo de arritmia atrial, a diferença principal está na frequência com que os ventrículos respondem:
Característica | Fibrilação Atrial (FA) | Fibrilação Atrial de Alta Resposta Ventricular (FARV) |
Ritmo dos átrios | Irregular e desorganizado | Irregular e desorganizado |
Ritmo dos ventrículos | Variável (lento, normal ou rápido) | Acelerado (>100 bpm) |
Sintomas | Variáveis | Mais intensos e urgentes |
Risco de complicações | Moderado | Elevado, especialmente para insuficiência cardíaca |
Diagnóstico da FARV
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e exames complementares, principalmente o eletrocardiograma (ECG), que permite visualizar:
- Ritmo irregular dos átrios e ventrículos;
- Ausência de ondas P (atividade elétrica atrial);
- Frequência ventricular superior a 100 bpm.
Outros exames podem ser solicitados para investigar a causa e os efeitos da arritmia:
- Holter 24h;
- Ecocardiograma;
- Exames laboratoriais (como eletrólitos e função tireoidiana).
A telemedicina também tem papel importante, especialmente em regiões remotas, permitindo a realização de eletrocardiogramas com laudo à distância, agilizando o diagnóstico e início do tratamento.
Causas e fatores de risco
Algumas condições podem favorecer o desenvolvimento da fibrilação atrial com alta resposta ventricular:
- Hipertensão arterial;
- Doença cardíaca isquêmica;
- Insuficiência cardíaca;
- Doença valvar;
- Hipertireoidismo;
- Consumo excessivo de álcool ou drogas estimulantes;
- Infecções ou desequilíbrios eletrolíticos.
Tratamento da fibrilação atrial de alta resposta ventricular
O tratamento da FARV tem como principais objetivos:
- Controlar a frequência ventricular;
- Reduzir o risco de eventos tromboembólicos (como AVC);
- Restaurar o ritmo cardíaco normal, quando indicado;
- Tratar a causa de base.
As estratégias incluem:
1. Controle da frequência ventricular
- Betabloqueadores (ex: metoprolol);
- Bloqueadores dos canais de cálcio (ex: verapamil, diltiazem);
- Digoxina, em casos selecionados.
2. Anticoagulação
Pacientes com fibrilação atrial estão sob maior risco de formação de coágulos. A anticoagulação é avaliada com base no escore CHA2DS2-VASc.
3. Controle do ritmo
Em casos específicos, especialmente com sintomas graves ou em pacientes mais jovens:
- Cardioversão elétrica;
- Ablação por cateter, para isolar focos arritmogênicos.
4. Tratamento de causa de base
Corrigir hipertireoidismo, controlar pressão arterial, tratar infecção, entre outros.
A importância do acompanhamento médico e da telemedicina
A fibrilação atrial com alta resposta ventricular é uma emergência clínica. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento, ajustar doses de medicação e evitar recorrências.
A telemedicina, por meio de exames à distância, como ECG com laudo remoto, facilita o diagnóstico precoce, o monitoramento contínuo e o acesso a especialistas, mesmo em locais com escassez de cardiologistas.
Conclusão
A fibrilação atrial de alta resposta ventricular é uma condição séria, mas tratável. Com diagnóstico rápido, controle da frequência cardíaca e anticoagulação adequada, o risco de complicações pode ser significativamente reduzido.
Se você apresentar sintomas como palpitações persistentes, falta de ar ou tontura, procure um médico imediatamente. Com o apoio da Portal Telemedicina, você pode realizar exames com laudo remoto de forma segura, ágil e precisa.