Eixo cardíaco no ECG: O que é, como identificar e interpretar corretamente
Atualizado em 8 de julho de 2025 por Redação
O que é o eixo cardíaco no ECG? O eixo cardíaco é a direção predominante do impulso elétrico ventricular durante a despolarização no plano frontal. Representa a “rota elétrica” seguida pelo estímulo do coração e é visualizado por meio do eletrocardiograma (ECG), especialmente nas derivações dos membros. Analisar esse eixo é fundamental para detectar alterações anatômicas, funcionais ou patológicas.
Por que é importante analisar o eixo cardíaco?
- Identifica sobrecargas ventriculares.
- Ajuda a diagnosticar bloqueios de ramo e hemibloqueios.
- Pode revelar infartos, doenças pulmonares ou alterações na posição do coração.
- Auxilia na detecção de erros técnicos na colocação dos eletrodos.
Intervalos de normalidade e desvios do eixo cardíaco
Intervalo (graus) | Situação |
-30° a +90° | Eixo normal |
-30° a -90° | Desvio à esquerda |
+90° a 180° | Desvio à direita |
-90° a -180° | Eixo indeterminado |
Possíveis causas para desvios
- Desvio à esquerda: hipertrofia do VE, hemibloqueio anterior esquerdo, infarto inferior.
- Desvio à direita: DPOC, embolia pulmonar, hipertrofia do VD.
- Eixo indeterminado: arritmias graves ou erro na colocação dos eletrodos.
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Métodos para identificar o eixo cardíaco
1. Técnica dos Quadrantes (D1 e aVF)
- QRS positivo em D1 e aVF: eixo normal.
- Positivo em D1 e negativo em aVF: desvio à esquerda.
- Negativo em D1 e positivo em aVF: desvio à direita.
- Negativo em D1 e aVF: eixo indeterminado.
2. Método da Derivação Equifásica
- Localize a derivação com QRS mais isodifásico (positivo e negativo em proporções semelhantes).
- O eixo estará aproximadamente perpendicular a essa derivação.
3. Cálculo Vetorial (avaliação quantitativa)
- Usado em contextos mais avançados ou sistemas automáticos com software.
Exemplos práticos
- Paciente com DPOC: desvio à direita no ECG.
- Idoso hipertenso: desvio à esquerda pode indicar hipertrofia do VE.
- Pós-infarto: alteração no eixo sugere necrose miocárdica.
Erros comuns a evitar
- Posicionamento incorreto dos eletrodos.
- Análise isolada do eixo, sem considerar o contexto clínico.
- Confundir desvio fisiológico (atletas, jovens) com patológico.
Fisiologia do eixo elétrico ventricular
O eixo elétrico dos ventrículos reflete a somatória vetorial da despolarização ventricular no plano frontal. Em um coração anatomicamente normal, esse vetor tende a se orientar entre 0° e +90°. Alterações anatômicas, sobrecarga ventricular ou distúrbios de condução influenciam diretamente essa direção.
Eixo cardíaco em crianças e atletas
Em recém-nascidos e lactentes, o eixo tende a ser mais à direita devido à dominância do ventrículo direito. Já em atletas, pode ocorrer desvio fisiológico, principalmente à esquerda, por hipertrofia ventricular adaptativa — sem significado patológico.
Orientações para pacientes
- Um laudo indicando “eixo desviado” não é motivo de pânico, mas merece avaliação médica.
- Informe seu médico sobre sintomas como dor no peito, falta de ar ou palpitações.
Integração com a telemedicina
Plataformas de telediagnóstico, como a da Portal Telemedicina, usam algoritmos que identificam automaticamente o eixo cardíaco e sinalizam desvios para médicos especialistas. Laudos digitais aceleram a tomada de decisão, com integração a prontuários eletrônicos.
Conclusão
Dominar a análise do eixo cardíaco é essencial para interpretações mais precisas do ECG. Ao compreender os tipos de desvio, suas causas e como identificá-los corretamente, profissionais da saúde podem otimizar diagnósticos e intervenções clínicas com segurança e agilidade.
Perguntas frequentes (FAQ)
Ter eixo cardíaco desviado sempre indica doença?
Nem sempre. Variações fisiológicas podem ocorrer, mas é importante investigar causas patológicas.
O eixo pode mudar ao longo da vida?
Sim, especialmente em situações de crescimento, envelhecimento ou desenvolvimento de doenças cardíacas/pulmonares.
Como diferenciar desvio fisiológico de patológico?
A avaliação clínica e exames complementares são essenciais para a diferenciação.