Medicina do Trabalho

Segurança do Trabalho: saúde, prevenção e produtividade nas empresas

26 min. de leitura

A Segurança do Trabalho é um conjunto de práticas e medidas adotadas para garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores. Ela atua na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, sendo essencial em qualquer ambiente profissional — do escritório à indústria.

Neste artigo, você vai entender o que é segurança do trabalho, sua importância legal e prática, quais as normas que a regem, principais riscos, quem são os profissionais responsáveis e como aplicá-la de forma eficiente em sua empresa.

segurança do trabalho

O que é segurança do trabalho?

A segurança do trabalho é o conjunto de práticas, normas e medidas adotadas pelas empresas para proteger a integridade física e mental dos trabalhadores. Seu objetivo é identificar, reduzir e prevenir riscos que possam comprometer a saúde ocupacional, evitando acidentes, doenças do trabalho e afastamentos.

Ela está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e regulamentada por diversas Normas Regulamentadoras (NRs), como a NR-07 (PCMSO), NR-09 (PPRA/PGR) e NR-17 (ergonomia).

História e evolução da segurança do trabalho

A segurança do trabalho não surgiu do nada. Desde a Revolução Industrial, quando as condições de trabalho eram duríssimas, até os dias de hoje, essa área evoluiu bastante. No passado, trabalhadores sofriam com jornadas extenuantes e pouca ou nenhuma proteção. Foi a partir de diversas tragédias e movimentos trabalhistas que as primeiras regulamentações começaram a surgir. No Brasil, a segurança do trabalho ganhou mais força com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943 e, ao longo dos anos, passou a incorporar novas normas e práticas para garantir que os trabalhadores possam exercer suas funções de forma segura e digna. Conhecer essa história nos ajuda a valorizar ainda mais as conquistas e a importância da segurança no ambiente de trabalho.

Para que serve a segurança do trabalho?

  • Reduz acidentes e doenças relacionadas ao trabalho

  • Melhora a produtividade e bem-estar

  • Evita processos trabalhistas e prejuízos financeiros

  • Promove cultura de prevenção nas empresas

  • Cumpre exigências da legislação trabalhista e previdenciária

Principais riscos ocupacionais

No dia a dia, os trabalhadores enfrentam diversos tipos de riscos ocupacionais que podem comprometer sua saúde e segurança. Os riscos físicos, como ruídos e radiações; químicos, como a exposição a substâncias tóxicas; biológicos, como o contato com agentes patogênicos; ergonômicos, relacionados a má postura e esforços repetitivos; e psicossociais, como o estresse e a pressão no trabalho, estão presentes em diferentes níveis em cada ambiente laboral. Entender esses riscos é fundamental para preveni-los e garantir que cada colaborador tenha um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.

O que diz a legislação sobre segurança do trabalho

Diversas normas de segurança do trabalho regulam as atividades. Todas são regidas pela Portaria n.º 3.214/1978 do Ministério do Trabalho. Esse documento estabeleceu as 37 Normas Regulamentadoras da área, que servem para determinar como a ST deve ser desenvolvida em cada empresa, o quadro de funcionários, bem como as penas e sanções em caso de descumprimento.

Veja a seguir quais são as 37 Normas Regulamentadoras:

  • NR 1 – Disposições Gerais: prevê a obrigatoriedade do PGR e o GRO, documentos que substituirão o PPRA em março de 2021;
  • NR 2 – Revogada pela Portaria SEPRT 915, de 30 de julho de 2019. SEPRT 915, de 30 de julho de 2019;
  • NR 3 – Embargo ou Interdição: todo estabelecimento pode ser interditado ou embargado caso comprovado risco iminente para o trabalhador;
  • NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: estabelece o dimensionamento do SESMT e a obrigatoriedade de sua criação nas empresas;
  • NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: regulamenta as regras para criação dos procedimentos adotados para o funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
  • NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI): determina as obrigações do empregador/empregado acerca dos EPIs;
  • NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): estabelece a obrigatoriedade dos exames ocupacionais para atestar a saúde dos colaboradores;
  • NR 8 – Edificações: define práticas necessárias para a segurança e integridade física dos trabalhadores que atuam no ramo;
  • NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: obrigatoriedade do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) para empresas que admitam funcionários CLT;
  • NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: determina as obrigações de quem trabalha com energia elétrica, visando redução de acidentes com choques elétricos, entre outros;
  • NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: medidas preventivas para tipos de materiais ou equipamentos de transporte;
  • NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos: obrigatoriedades sobre os locais de instalação de máquinas e equipamentos utilizados por trabalhadores;
  • NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações: medidas de proteção referente à caldeiras, vasos de pressão e tubulações;
  • NR 14 – Fornos: medidas de segurança para os trabalhadores que atuam com fornos industriais, observando legislações estaduais, municipais e federais;
  • NR 15 – Atividades e Operações Insalubres: estabelece limites de tolerância para riscos que possam ser identificados no ambiente laboral;
  • NR 16 – Atividades e Operações Perigosas: trata as responsabilidades do empregador e direitos do trabalhador que atua em situações de perigo;
  • NR 17 – Ergonomia: alia as condições de trabalho com as questões psicofisiológicas dos trabalhadores;
  • NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: medidas de proteção para a indústria da construção (antes, durante e após a finalização da obra);
  • NR 19 – Explosivos: visa reduzir os riscos de quem atua diretamente com explosivos, definindo as obrigatoriedades para manuseio, controle e armazenamento;
  • NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis: práticas realizadas pelos empregadores e trabalhadores que atuam no ramo, do armazenamento ao manuseio;
  • NR 21 – Trabalho a Céu Aberto: assegura a proteção contra intempéries a céu aberto que possam prejudicar a saúde;
  • NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: assegura a segurança e saúde ocupacional dos profissionais de mineração;
  • NR 23 – Proteção Contra Incêndios: define as condições de segurança contra incêndios, levando em conta saídas de emergência, indicações, sinalizações etc,;
  • NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: determina condições básicas para a qualidade de vida dos trabalhadores;
  • NR 25 – Resíduos Industriais: trata a eliminação de resíduos industriais que ofereçam riscos à saúde, como os tóxicos, riscos biológicos etc.;
  • NR 26 – Sinalização de Segurança: rata as cores utilizadas nas sinalizações de segurança dos ambientes de trabalho;
  • NR 27 – Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29052008, Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB;
  • NR 28 – Fiscalização e Penalidades: fiscalização trabalhista da Segurança e Medicina do Trabalho nas empresas e penalidades para o não cumprimento das NRs;
  • NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: medidas de segurança adotadas no trabalho portuário (para trabalhadores em terra e em alto mar);
  • NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: medidas de segurança adotadas por empresas do ramo (embarcações comerciais para o transporte de pessoas ou mercadorias);
  • NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura: medidas aplicadas para tornar o desenvolvimento dessas atividades seguras, visando a saúde dos trabalhadores;
  • NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: obrigatoriedades para proporcionar segurança, recomendando medidas preventivas e capacitação para o trabalho;
  • NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: medidas de controle de risco adotadas por empregadores que atuam em espaços confinados;
  • NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval: requisitos de conforto e qualidade de vida para os trabalhadores da indústria naval;
  • NR 35 – Trabalho em Altura: requisitos para o empregado realizar o trabalho em altura com segurança;
  • NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados: regulamenta processos de identificação, avaliação e controle dos riscos na indústria do abate e processamento de carnes;
  • NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo: medidas protetivas que deverão ser tomadas pelos empregadores às plataformas de petróleo.

ISO 45001: A nova era da gestão em segurança do trabalho

A transição da OHSAS 18001 para a ISO 45001 representa um marco na gestão de saúde e segurança ocupacional no Brasil. A ISO 45001 traz uma abordagem mais integrada, baseada no ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Checar, Agir), alinhando a segurança do trabalho à estratégia organizacional e promovendo o envolvimento de todos os níveis da empresa, desde a alta direção até os colaboradores.

Entre os benefícios da ISO 45001 estão a redução de acidentes e doenças ocupacionais, aumento da produtividade, conformidade legal, fortalecimento da reputação e engajamento dos funcionários na cultura de segurança. A norma exige avaliações de risco proativas, participação ativa dos trabalhadores, integração com outras normas ISO e melhoria contínua dos processos, tornando o ambiente de trabalho mais seguro, eficiente e sustentável.

Quais são os programas obrigatórios na segurança do trabalho?

As empresas devem implementar programas que monitorem e garantam a saúde dos colaboradores, tais como:

🩺 PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)

Estabelecido pela NR-07, é obrigatório para todos os empregadores e deve ser conduzido por um médico do trabalho. Inclui exames admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, mudança de função e demissionais.

⚠️ PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos)

Substitui o antigo PPRA da NR-09. O PGR identifica, avalia e controla os riscos ocupacionais, sendo essencial para prevenir acidentes.

📊 Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT)

Documento técnico exigido pelo INSS para avaliação de insalubridade e periculosidade.

📘 PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário)

Documento que reúne o histórico laboral do colaborador, incluindo riscos e exames realizados.

Equipamentos de segurança do trabalho

Equipamentos de segurança no trabalho são fundamentais para a proteção dos colaboradores em diversas áreas, desde fábricas e indústrias até o setor de serviços. Esses dispositivos são projetados para prevenir acidentes e minimizar os riscos no ambiente de trabalho. Entre os principais equipamentos estão os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), que incluem capacetes, luvas, protetores auriculares, óculos de proteção e calçados especiais.

Os EPIs são essenciais para proteger os trabalhadores de lesões físicas, exposição a substâncias químicas perigosas, ruídos excessivos e outros riscos. Além disso, o uso correto desses equipamentos é regulamentado por normas como a NR-06, que define as responsabilidades do empregador e do empregado na utilização e fornecimento dos equipamentos.

Além dos EPIs, também há os EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), como barreiras físicas, sistemas de ventilação e dispositivos de sinalização, que protegem todos os trabalhadores no ambiente. Esses dispositivos garantem que o ambiente de trabalho seja mais seguro para todos.

Por fim, a escolha e o uso adequado desses equipamentos dependem de uma avaliação minuciosa dos riscos presentes no local de trabalho e da formação adequada dos colaboradores para o uso correto de cada dispositivo. Empresas que priorizam a segurança com o uso de EPIs e EPCs estão investindo não apenas no bem-estar dos seus colaboradores, mas também na eficiência e produtividade.

Exemplos setoriais: Segurança do trabalho em saúde, indústria, construção e agronegócio

Saúde: Hospitais e clínicas enfrentam riscos ergonômicos (levantamento de peso, posturas inadequadas), biológicos (exposição a vírus, bactérias e agentes infecciosos) e psicossociais (ritmo intenso, pressão emocional). A implementação de protocolos rígidos, treinamentos constantes e apoio psicológico são essenciais para proteger equipes e pacientes.

Indústria: O setor industrial lida com máquinas pesadas, produtos químicos e riscos de acidentes graves. A adoção de EPIs, auditorias frequentes, manutenção preventiva, treinamentos e sistemas digitais de gestão são estratégias fundamentais para mitigar riscos e garantir a integridade dos trabalhadores.

Construção civil: O canteiro de obras é um dos ambientes mais desafiadores, com riscos de quedas, choques elétricos, contato com substâncias perigosas e acidentes por fadiga ou desatenção. Treinamento contínuo, uso correto de EPIs e monitoramento digital das condições de trabalho têm reduzido significativamente os índices de acidentes.

Agronegócio: O campo apresenta riscos como intoxicação por defensivos agrícolas, acidentes com máquinas, exposição ao sol e esforço físico intenso. A NR-31 exige treinamentos, fornecimento de EPIs e práticas de ergonomia, além de monitoramento constante para garantir a saúde dos trabalhadores rurais.

Importância da cultura de segurança nas empresas

Segurança do trabalho vai além de seguir regras e usar equipamentos de proteção. Trata-se de criar uma cultura dentro da empresa, onde todos, desde os gestores até os colaboradores, estejam comprometidos em manter o ambiente seguro. Uma cultura de segurança começa com o exemplo da liderança, passa pela educação constante dos funcionários e se reflete nas atitudes do dia a dia. Quando a segurança é prioridade, ela se torna um hábito, e não uma obrigação. Isso faz toda a diferença na prevenção de acidentes e na promoção de um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

A segurança no trabalho não é algo que se aprende uma vez e pronto. Com as constantes mudanças nas regulamentações e a introdução de novas tecnologias, é essencial que os colaboradores estejam sempre atualizados. Treinamentos regulares não só reforçam as normas e práticas de segurança, como também criam uma cultura de prevenção e responsabilidade entre os funcionários. Capacitar a equipe de forma contínua é garantir que todos saibam como agir em situações de risco e como contribuir para um ambiente de trabalho mais seguro.

Benefícios da segurança do trabalho para empresas e colaboradores

  • Redução de afastamentos e turnover

  • Melhora no clima organizacional

  • Diminuição de custos com indenizações

  • Fortalecimento da imagem da empresa

  • Conformidade com auditorias e fiscalizações

Profissionais responsáveis pela segurança do trabalho

As ações de segurança do trabalho são coordenadas por uma equipe multidisciplinar:

  • Técnico em Segurança do Trabalho

  • Engenheiro de Segurança

  • Médico do Trabalho

  • Enfermeiro do Trabalho

  • Psicólogo Organizacional

  • Ergonomista

Esses profissionais atuam em conjunto com o RH, a CIPA e gestores para criar um ambiente mais seguro e saudável.

Como a tecnologia pode revolucionar a segurança do trabalho?

A transformação digital já impacta positivamente a saúde ocupacional, e a Portal Telemedicina é protagonista nesse movimento.

🌐 Telemedicina na segurança do trabalho

Através da telemedicina, empresas conseguem realizar:

  • Exames ocupacionais com maior agilidade

  • Laudos médicos emitidos por especialistas remotamente

  • Integração com sistemas de gestão de RH

  • Monitoramento contínuo da saúde do trabalhador

Essa solução permite escalar os processos, garantir compliance e oferecer mais conforto aos colaboradores.


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Atividades da segurança do trabalho

Diversos profissionais integram o quadro da segurança do trabalho, desde engenheiros e técnicos de segurança no trabalho até médicos e enfermeiros.

Entre as principais atividades desenvolvidas pela equipe de segurança do trabalho, podemos citar:

  • Elaboração de laudos técnicos, documentos de análise de risco e planos de segurança;
  • Realização de palestras, treinamentos e rodas de conversa com os colaboradores;
  • Fiscalização da segurança do ambiente e do cumprimento das normas;
  • Realização de campanhas de promoção de saúde e de programas de prevenção e controle de acidentes; e
  • Orientação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

Além disso, em ambientes onde é necessário utilizar EPIs, é a equipe de ST que faz a orientação sobre como usar corretamente os equipamentos (capacetes, luvas, protetores auriculares, etc.) e como higienizá-los.

Importância da segurança do trabalho

Dentro de uma empresa, a segurança do trabalho não serve apenas para zelar pela saúde física e mental dos funcionários e fazer cumprir as Normas Regulamentadoras.

A importância da segurança no ambiente de trabalho é essencial também para motivar e engajar a equipe, diminuir o absenteísmo e o presenteísmo (quando o funcionário está no trabalho, mas sem foco nas atividades) e a concessão de licenças, além de demonstrar aos colaboradores que o empregador valoriza o bem-estar da equipe.

Na prática, isso se traduz em menos atrasos e menos prejuízos financeiros devido a multas, indenizações ou tratamentos médicos de doenças ou ferimentos ocupacionais.

Quais são os principais riscos ocupacionais?

A identificação dos riscos é o primeiro passo para uma gestão eficiente. Eles podem ser classificados em cinco categorias:

  • Físicos: ruído, vibração, calor, frio, radiações

  • Químicos: poeiras, fumos, névoas, vapores

  • Biológicos: bactérias, vírus, fungos

  • Ergonômicos: postura inadequada, esforço repetitivo, monotonia

  • Psicossociais: pressão por metas, assédio, jornadas excessivas

Segurança do trabalho em diferentes setores

Cada setor de atividade tem suas particularidades quando o assunto é segurança do trabalho. Na construção civil, por exemplo, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) é crucial para evitar quedas e acidentes graves. Já no setor de saúde, a preocupação maior é com a biossegurança e a exposição a agentes infecciosos. Na indústria, os riscos estão mais ligados à operação de máquinas e ao manuseio de materiais perigosos. Entender essas especificidades é essencial para aplicar as normas de segurança de forma eficiente e adequada a cada realidade.

Quais os principais riscos no ambiente de trabalho?

Os riscos ocupacionais são divididos em cinco grupos:

TIPO DE RISCO EXEMPLOS COMUNS
Físicos Ruído, calor, frio, radiações
Químicos Poeiras, gases, fumo, substâncias tóxicas
Biológicos Bactérias, vírus, fungos
Ergonômicos Má postura, esforço repetitivo, levantamento de peso
Acidentais (mecânicos) Máquinas sem proteção, quedas, choques elétricos

Indicadores de desempenho

Para garantir que as ações de segurança do trabalho estão funcionando, é necessário acompanhar os indicadores de desempenho. Taxa de acidentes, número de dias perdidos, frequência de treinamentos realizados e nível de satisfação dos colaboradores são alguns dos indicadores que podem ser monitorados. Esses dados ajudam a identificar pontos de melhoria e a ajustar as estratégias, garantindo que a segurança do trabalho não seja apenas uma teoria, mas uma prática efetiva dentro da empresa.

Saúde mental e psicossocial: Burnout, ansiedade, assédio e suporte psicológico

A saúde mental ganhou protagonismo na segurança do trabalho, especialmente após a atualização da NR-1, que obriga empresas a identificar e gerenciar riscos psicossociais como estresse, assédio, sobrecarga, metas abusivas e falta de reconhecimento. Esses fatores estão diretamente ligados ao aumento de acidentes, absenteísmo, queda de produtividade e adoecimento físico e emocional dos trabalhadores.

A síndrome de burnout, ansiedade e depressão são cada vez mais frequentes, especialmente em setores de alta pressão como saúde, educação e indústria. O suporte psicológico dentro das empresas, por meio de programas estruturados, atendimento individual e ações de acolhimento, é fundamental para promover um ambiente saudável, engajado e seguro. Ambientes psicologicamente seguros estimulam a confiança, a inovação e a prevenção de conflitos, reduzindo riscos de acidentes e afastamentos.

Por que investir em segurança do trabalho?

Os benefícios são amplos e comprovados:

  • Redução de afastamentos e absenteísmo

  • Diminuição de custos com processos trabalhistas

  • Melhoria no clima organizacional

  • Aumento da produtividade

  • Valorização da marca empregadora

  • Cumprimento da legislação trabalhista e prevenção de multas

De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil registra milhares de acidentes de trabalho por ano, com impactos significativos sobre a economia e a saúde pública.

Conclusão

A segurança do trabalho não é apenas uma obrigação legal — é uma estratégia de gestão que protege o ativo mais valioso da empresa: as pessoas. Ao adotar boas práticas, implementar programas eficazes e contar com tecnologias como a telemedicina, sua empresa fortalece a cultura de prevenção, evita perdas e promove saúde integral no ambiente corporativo.

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Perguntas Frequentes (FAQ)


O que é segurança do trabalho?

Segurança do trabalho refere-se ao conjunto de medidas e práticas adotadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais no ambiente de trabalho. Isso inclui a implementação de normas, o uso de equipamentos de proteção e a educação contínua dos colaboradores sobre boas práticas de segurança.

Quanto ganha um técnico de segurança do trabalho?

O salário de um técnico de segurança do trabalho varia de acordo com a região, o porte da empresa e o nível de experiência. No Brasil, a média salarial gira em torno de R$ 2.500 a R$ 4.000 por mês, podendo ultrapassar esse valor em grandes indústrias ou cargos de supervisão. Além disso, há possibilidade de adicionais por periculosidade ou insalubridade.

O que faz um profissional de segurança do trabalho?

O profissional de segurança do trabalho atua na prevenção de acidentes, na orientação de funcionários quanto ao uso correto de EPIs, na elaboração de relatórios técnicos e no acompanhamento de programas como PCMSO e PGR. Ele é peça-chave na redução de riscos e no cumprimento das obrigações legais da empresa.

O que é PGR na segurança do trabalho?

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é um documento obrigatório previsto pela NR-01 que identifica, avalia e controla os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho. Ele substituiu o antigo PPRA e deve ser atualizado periodicamente, conforme as condições do ambiente e mudanças operacionais.

O que é DDS na segurança do trabalho?

O DDS (Diálogo Diário de Segurança) é uma breve reunião feita no início do expediente, onde os trabalhadores discutem temas relacionados à segurança, saúde e boas práticas no ambiente de trabalho. O objetivo é reforçar o comprometimento com a prevenção de acidentes e promover a conscientização diária sobre os riscos.

O que é PPP na segurança do trabalho?

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento que registra o histórico laboral do trabalhador, incluindo dados sobre exposição a agentes nocivos, atividades desempenhadas e exames ocupacionais realizados. É essencial para fins previdenciários, especialmente em casos de aposentadoria especial.

O que é TST na segurança do trabalho?

TST é a sigla para Técnico em Segurança do Trabalho. Trata-se do profissional responsável por aplicar medidas de prevenção, orientar colaboradores e garantir que a empresa esteja em conformidade com as normas de segurança. Ele atua em parceria com médicos do trabalho, engenheiros e gestores de RH.

O que é PCMSO na segurança do trabalho?

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na NR-07, visa monitorar e preservar a saúde dos trabalhadores por meio de exames clínicos e complementares. Ele é obrigatório para todas as empresas com funcionários regidos pela CLT e deve ser elaborado por um médico do trabalho.

Como a segurança do trabalho é regulamentada no Brasil?

A segurança do trabalho é regulamentada pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e por um conjunto de Normas Regulamentadoras (NRs) emitidas pelo Ministério do Trabalho. Essas normas definem diretrizes obrigatórias para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis em diversos setores da economia.

Vinicius

Jornalista e redator com experiência nas áreas de tecnologia e saúde

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