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Anamnese terapêutica: O que é, como fazer e quando encaminhar o paciente

6 min. de leitura

médica conversa com pacienteA anamnese terapêutica é o primeiro passo para um atendimento de excelência em saúde mental e terapias integrativas. Ela orienta o entendimento profundo do paciente, fundamenta o plano de tratamento e constrói o vínculo terapêutico. Conheça neste artigo tudo sobre o tema: estrutura, perguntas essenciais, exemplos práticos e oportunidades inovadoras para tornar sua abordagem referência no Google.

O que é anamnese terapêutica?

A anamnese terapêutica é uma etapa fundamental no início de qualquer acompanhamento em saúde. Trata-se da coleta detalhada de informações sobre o paciente, com foco na identificação de queixas, histórico clínico, hábitos de vida e objetivos terapêuticos.

Esse processo é conduzido por profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros especialistas da saúde, e serve como base para a criação de um plano de cuidado individualizado.

Para que serve a anamnese terapêutica?

A anamnese terapêutica tem como principal objetivo fornecer ao profissional uma visão completa do paciente. Com isso, é possível:

  • Compreender o quadro clínico atual;
  • Identificar fatores que impactam na saúde física e emocional;
  • Estabelecer metas terapêuticas realistas;
  • Direcionar condutas, exames e intervenções personalizadas.

Essa avaliação é também essencial para fortalecer o vínculo entre profissional e paciente, favorecendo uma escuta qualificada e acolhedora.

Estrutura e principais tópicos da anamnese terapêutica

  1. Identificação e dados pessoais
    • Nome, idade, sexo, profissão, contatos e informações sociodemográficas.
  2. Queixa principal
    • Motivo da procura pela terapia, descrito no discurso do paciente, evitando termos técnicos.
  3. Histórico médico e terapêutico
    • Doenças atuais e anteriores, tratamentos realizados, uso de medicamentos, experiências prévias em terapias.
  4. História familiar
    • Antecedentes de doenças físicas ou psicológicas, padrões de comportamento, eventos marcantes.
  5. Estilo de vida e rotina
    • Alimentação, sono, atividade física, relação com trabalho, lazer e uso de substâncias.
  6. Avaliação funcional/Sintomas atuais
    • Descrição minuciosa do quadro atual: intensidade, frequência, duração dos sintomas, fatores agravantes e atenuantes.
  7. Saúde emocional e comportamental
    • Eventos traumáticos, histórico de relacionamentos, suporte social, padrões emocionais recorrentes.
  8. Expectativas, objetivos e consentimento
    • O que o paciente espera do processo terapêutico, definição de metas e entendimento sobre o uso dos dados (consentimento informado).

Leia também: Anamnese fisioterapêutica

Exemplo de modelo de anamnese terapêutica

Abaixo, um modelo simplificado de anamnese terapêutica utilizado por fisioterapeutas e outros profissionais:

Campo Informações a coletar
Nome completo João da Silva
Idade 45 anos
Queixa principal Dor lombar há 2 meses
Histórico de saúde Hipertensão controlada, sem outras comorbidades
Medicamentos em uso Losartana 50 mg/dia
Nível de atividade física Sedentário
Objetivo com o tratamento Reduzir dor e melhorar a mobilidade

Esse modelo pode ser adaptado conforme a área de atuação do profissional e as necessidades do paciente.

Por que a anamnese terapêutica é tão importante?

Sem uma anamnese terapêutica bem feita, o tratamento pode se tornar ineficaz ou até gerar riscos ao paciente. Ela garante:

  • Diagnóstico mais assertivo;
  • Intervenções seguras e personalizadas;
  • Monitoramento contínuo da evolução do quadro clínico;
  • Maior engajamento do paciente no cuidado com a saúde.


Veja também: Anamnese ocupacional

Red flags para encaminhamento

Durante a anamnese, o profissional deve estar atento a sinais de alerta clínico ou psicológico, que indicam a necessidade de encaminhamento imediato a outro especialista (como psiquiatra, neurologista ou médico clínico). Estes sinais são chamados de red flags.

Exemplos de red flags:

  • Pensamentos suicidas ou autolesivos.
  • Perda de peso inexplicada.
  • Alterações neurológicas súbitas (como perda de força ou fala arrastada).
  • Dor intensa ou progressiva sem causa aparente.
  • Episódios de confusão mental ou desorientação.
  • Histórico recente de trauma físico ou abuso.

Nestes casos, o encaminhamento rápido é fundamental para garantir a segurança do paciente.

Conheça: Anamnese nutricional

A anamnese terapêutica na telemedicina

Com o crescimento da telemedicina e do atendimento remoto, a anamnese terapêutica também pode ser realizada de forma digital, desde que sejam garantidas a segurança das informações e a escuta qualificada. Plataformas com prontuário eletrônico, como a da Portal Telemedicina, facilitam esse processo com agilidade e conformidade à LGPD.

Conclusão

A anamnese terapêutica é mais do que um simples formulário: ela é o ponto de partida para uma jornada de cuidado centrada na pessoa. É por meio dela que o profissional compreende a singularidade de cada paciente e traça estratégias para promover saúde, autonomia e bem-estar.

 

Perguntas Frequentes

 

Qual a diferença entre anamnese terapêutica e clínica?

A anamnese clínica foca em queixas físicas e diagnóstico biomédico, enquanto a terapêutica costuma ser mais holística e direcionada ao contexto emocional e funcional.

Preciso de consentimento do paciente para registrar dados sensíveis?

Sim. É essencial explicar o uso das informações e obter consentimento, principalmente em registros digitais.

Como adaptar a anamnese para teleconsulta?

Utilize formulários digitais seguros, vídeo, áudio e garanta ambiente acolhedor mesmo à distância.

Quais sinais indicam necessidade de encaminhamento urgente?

Ideação suicida, sintomas psicóticos, agravamento súbito ou perda de consciência requerem ação imediata de outros profissionais.

Redação

Redação é o time de especialistas em conteúdo da Portal Telemedicina, responsável por criar e compartilhar informações atualizadas e relevantes sobre tecnologia em saúde, telemedicina e inovações no setor.

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