Crise epiléptica: Sintomas, tipos, tratamento e primeiros socorros
Atualizado em 26 de agosto de 2025 por Redação
As crises epilépticas — também chamadas de convulsões epilépticas — são episódios provocados por descargas elétricas anormais e súbitas no cérebro. Elas são a principal manifestação da epilepsia, mas também podem ocorrer em outras situações.
Neste artigo, você vai entender o que é uma crise epiléptica, seus tipos, causas, diagnóstico, tratamento, primeiros socorros e o papel da telemedicina no manejo da condição.
O que é uma crise epiléptica?
Uma crise epiléptica é uma alteração temporária do funcionamento cerebral causada por atividade elétrica desorganizada dos neurônios. Os sintomas variam desde pequenas alterações de consciência até movimentos involuntários intensos e perda de sentidos.
⚠️ Importante: nem toda crise significa epilepsia.
- Crises febris (em crianças com febre alta) não caracterizam epilepsia.
- Para diagnóstico de epilepsia, é necessário que as crises sejam recorrentes e não provocadas.
Causas e fatores desencadeantes de crises epilépticas
Alguns gatilhos podem aumentar o risco de uma crise:
- Falta de sono
- Estresse físico ou emocional
- Consumo excessivo de álcool ou drogas
- Infecções ou febre
- Alterações metabólicas (hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos)
- Luzes piscantes (fotosensibilidade)
Tipos de crise epiléptica
A classificação segue a International League Against Epilepsy (ILAE):
Tipo de crise |
Características principais |
Consciência |
Focal simples |
Movimentos involuntários em parte do corpo, formigamento, alterações visuais |
Mantida |
Focal complexa |
Automatismos (mastigar, esfregar mãos), comportamento repetitivo |
Alterada |
Focal com generalização secundária |
Começa em área localizada e evolui para todo o cérebro |
Perda |
De ausência |
Breve “desligamento”, olhar fixo |
Perdida por segundos |
Mioclônica |
Espasmos rápidos e involuntários |
Preservada |
Tônica |
Rigidez muscular generalizada |
Geralmente alterada |
Clônica |
Movimentos rítmicos e repetitivos |
Alterada |
Tônico-clônica |
Rigidez + tremores, possível mordida de língua e perda urinária |
Perdida |
Atônica | Perda súbita do tônus, quedas |
Alterada |
Diagnóstico
O diagnóstico depende da avaliação médica, relato do paciente e testemunhas, além de exames complementares:
- Eletroencefalograma (EEG): registra a atividade elétrica cerebral.
- Ressonância magnética (RM) ou tomografia (TC): avaliam estruturas cerebrais.
- Exames laboratoriais: descartam causas metabólicas ou infecciosas.
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Tratamento da crise epiléptica
O tratamento é individualizado e pode incluir:
1. Medicamentos antiepilépticos
Ex.: carbamazepina, fenitoína, valproato, lamotrigina, levetiracetam.
A escolha depende do tipo de crise, idade, comorbidades e resposta ao fármaco.
2. Alternativas não medicamentosas
- Cirurgia em epilepsia refratária.
- Estimulação do nervo vago.
- Dieta cetogênica (em casos selecionados, especialmente pediátricos).
Prevenção e manejo no dia a dia
- Dormir bem e manter rotina regular.
- Evitar álcool e drogas.
- Cumprir corretamente o uso da medicação.
- Acompanhar regularmente com neurologista.
- Usar dispositivos de alerta ou monitoramento, quando indicados.
Primeiros socorros em crise epiléptica
Se alguém tiver uma crise:
✅ O que fazer:
- Mantenha a calma.
- Afaste objetos que possam machucar.
- Coloque a pessoa de lado (posição de segurança).
- Cronometre a duração da crise.
❌ O que NÃO fazer:
- Não coloque objetos na boca.
- Não tente segurar a pessoa à força.
- Não ofereça líquidos ou remédios durante a crise.
📞 Procure atendimento imediato se:
- A crise durar mais de 5 minutos.
- Houver crises repetidas sem recuperação entre elas.
- For a primeira crise da pessoa.
- O paciente estiver grávida, idoso ou com doenças crônicas.

Síndromes epilépticas e grupos especiais
Existem síndromes específicas, especialmente em crianças, como:
- Síndrome de West (espasmos infantis).
- Epilepsia mioclônica juvenil.
- Epilepsias relacionadas ao sono.
Em idosos, o início súbito de crises pode estar relacionado a AVCs, tumores ou degeneração cerebral.
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Impactos psicossociais
Conviver com crises epilépticas pode afetar a vida profissional, social e emocional do paciente. O estigma ainda é um desafio, por isso apoio psicológico e educação são essenciais para melhorar a qualidade de vida.
Telemedicina no acompanhamento da epilepsia
A telemedicina amplia o acesso ao diagnóstico e tratamento:
- Permite o envio de exames (EEG, imagem) para especialistas.
- Facilita consultas de seguimento e ajuste de medicação.
- Garante orientações rápidas em casos de dúvida ou emergência.
Conclusão
A crise epiléptica é uma manifestação neurológica complexa, mas com diagnóstico correto, tratamento adequado e apoio contínuo, é possível viver com qualidade de vida. Informação, prevenção e primeiros socorros corretos fazem toda a diferença.
Perguntas Frequentes (FAQ)
O que é crise epiléptica?
A crise epiléptica é uma alteração temporária da atividade elétrica cerebral que provoca sintomas como convulsões, perda de consciência ou movimentos involuntários. Pode ocorrer de forma única ou estar relacionada a um quadro de epilepsia.
Como é uma crise epiléptica?
As manifestações variam conforme o tipo de crise. Algumas podem causar apenas lapsos de atenção ou olhar fixo, enquanto outras levam a convulsões intensas, com movimentos bruscos, rigidez muscular e perda de consciência.
O que causa crise epiléptica?
Entre as causas estão predisposição genética, lesões cerebrais, traumas, tumores, infecções no sistema nervoso e desequilíbrios metabólicos. Em alguns casos, não há uma causa definida.
Como identificar uma crise epiléptica?
Durante a crise, a pessoa pode apresentar desmaio súbito, convulsões, contrações musculares involuntárias, confusão mental ou comportamento atípico. Observar e relatar esses sinais é fundamental para o diagnóstico médico.
Como evitar crise epiléptica?
O controle depende do acompanhamento médico e, muitas vezes, do uso regular de medicamentos antiepilépticos. Além disso, é importante manter hábitos saudáveis, evitar privação de sono, consumo excessivo de álcool e seguir corretamente o tratamento prescrito.