Como fazer eletrocardiograma: boas práticas para realização do ECG
Atualizado em 7 de abril de 2025 por Redação
Exame muito comum na rotina médica, o eletrocardiograma (ECG) é de extrema importância nas avaliações cardiológicas do paciente. Mesmo que seja considerado um exame tecnicamente simples, para que o médico possa realizar um diagnóstico assertivo, o ECG precisa ser muito bem executado.
Qualquer tipo de ruído ou interferência ao fazer eletrocardiograma pode mascarar problemas graves ou até mesmo impossibilitar que o médico possa laudar o exame.
Vale lembrar que como algumas doenças cardiológicas são tempo-sensíveis, um exame mal feito pode impossibilitar um resultado ágil. O que pode custar a vida do paciente, como no caso de um infarto, por exemplo.
Ao longo deste texto vamos abordar alguns pontos cruciais para fazer o eletrocardiograma corretamente. Veja a seguir como realizar o exame de ECG no paciente, como colocar eletrodos no corpo e de que forma realizar a leitura correta do resultado de eletrocardiograma.
Como é feito o exame de eletrocardiograma?
O exame de eletrocardiograma consiste na compreensão anatômica dos impulsos elétricos necessários para a contração do miocárdio. O eletrocardiograma permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca do paciente apresentada em gráficos.
Por meio do ECG podem ser diagnosticadas doenças do coração ou outras alterações do organismo que afetam o registro eletrocardiográfico:
- infarto do miocárdio antigo ou agudo ( em evolução naquele momento);
- inflamação do músculo cardíaco ou da membrana que reveste o coração
- e outras complicações cardiovasculares.
O exame também pode evidenciar consequências no coração derivadas de doenças pulmonares: enfisema ou embolia pulmonar e algumas alterações congênitas.
Como colocar eletrodos no paciente para monitorização cardíaca
O profissional de enfermagem utiliza um eletrocardiógrafo para fazer o eletrocardiograma. Para conectar o aparelho ao paciente são utilizados os eletrodos – pequenos dispositivos que ficam em contato com a pele limpa e fixados com gel condutor em suas ventosas. O gel facilita a captação dos estímulos.
Ao todo são utilizados dez dispositivos divididos em cores que seguem critérios que orientam a localização exata de como colocar eletrodos no paciente.
O paciente deve estar deitado e os eletrodos são posicionados no peito, nos punhos e nos tornozelos. Os equipamentos colocados no peito devem estar nas posições de V1 a V6, formando o plano horizontal para o registro da atividade elétrica do coração. O ECG dura de 5 a 15 minutos para ser concluído.
Com o exame é possível detectar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto. A frequência cardíaca normal é de 50 a 90 batidas por minuto, se durante o exame for de 100 batidas por minuto é um indicativo de aumento no ritmo cardíaco e se registrar abaixo de 40 batidas por minuto é considerado funcionamento reduzido.
Vale ressaltar que o exame de eletrocardiograma pode ser realizado por profissionais de enfermagem, mas apenas médicos cardiologistas podem interpretar os dados e fazer o laudo.

Equipamentos utilizados para fazer eletrocardiograma
A realização do ECG é feita pelo aparelho de eletrocardiograma que permite verificar as frequências cardíacas e sinais de falha por meio de gráficos. Também chamado de eletrocardiógrafo, ele pode ser digital ou analógico.
Bons aparelhos melhoram a performance da leitura dos dados e segurança do diagnóstico, por isso é importante verificar os modelos que geram imagens de alta qualidade e manter suas manutenção constante.
O aparelho de eletrocardiograma deve ser registrado pela Anvisa. Se a clínica optar pelos digitais, mais atualizados, pode conectá-los facilmente aos serviços de telemedicina, que permitem que os exames sejam analisados remotamente e laudados de forma online.
No caso da Portal Telemedicina, trabalhamos com venda e comodato de aparelhos ECG da marca Prolife. O equipamento possui 12 derivações, com transmissão digital para uso em computadores, tablets ou smartphones. O sistema é composto pelo HD+ que é a unidade de aquisição de sinais, que se comunica via bluetooth com o aparelho onde vai ser instalado o software TouchECG, que faz a interface com o usuário.
Entre os diferenciais do aparelho, podemos citar:
- equipamento pronto para uso da Telemedicina;
- monitorização e leitura do ECG em tempo real;
- medidas rápidas e eficientes através de cursores eletrônicos;
- impressão de 12 derivações, simultâneas, em vários formatos, incluindo
- cartão do ECG;
- programa de rápida instalação e fácil utilização, pode ser instalado sem custo adicional nos PC’s de outros profissionais, para troca de informações e laudos.
Alterações mais comuns no exame de ECG
Como explicamos anteriormente, o eletrocardiograma mostra padrões eletrocardiográficos bem definidos por meio de gráficos.
Ao fazer o eletrocardiograma é importante observar alguns pontos para melhor resultado do eletrocardiograma, como ondas e intervalos.
Cada contração registrada é descrita no papel por um risco irregular, que pode ser decomposto em pequenos segmentos ou “ondas” designadas por letras, e que significam a ativação das cavidades cardíacas.
Uma alteração da configuração destas “ondas” pode significar a presença de uma perturbação do coração.
Erros na hora de fazer eletrocardiograma – e como evitá-los
O profissional de enfermagem responsável por fazer o eletrocardiograma precisa estar atento aos erros mais comuns que podem ser cometidos durante a realização do exame. Tais equívocos impedem que o ECG seja realizado corretamente, o que inviabiliza o diagnóstico por parte do médico cardiologista.
Entre os erros mais comuns ao fazer eletrocardiograma, podemos citar:
- Deixar o filtro desligado: interfere na leitura do gráfico;
- Troca de cabo, má manutenção e ausência de canal: um canal pode estar com interferência na onda reta e o profissional de enfermagem acaba não percebendo o erro;
- Eletrodos mal posicionados no paciente ou com posição trocada: ocasionam resultados incorretos.
Veja nas imagens a seguir como deve ser o traçado normal do exame e alguns exemplos de alterações causadas por erros na realização do ECG:
Traçado normal:
Traçado com erro – Filtro de 60hz desligado:
Traçado com erro – Ausência de canal (canal desligado):
O que é a diretriz ECG?
A Diretriz ECG é um documento normativo emitido pela SBC que reúne protocolos atualizados para a interpretação do eletrocardiograma. Seu objetivo é padronizar a análise dos traçados eletrocardiográficos, garantindo diagnósticos mais precisos e consistentes em diferentes contextos clínicos.
Principais objetivos da diretriz:
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Melhorar a qualidade dos laudos eletrocardiográficos.
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Agilizar diagnósticos em situações de emergência.
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Fornecer critérios claros para a identificação de alterações cardíacas.
A diretriz também aborda particularidades importantes, como idade, sexo e biotipo do paciente, que podem influenciar os resultados do exame.
Principais orientações da diretriz ECG
A diretriz da SBC detalha critérios técnicos para a análise do traçado eletrocardiográfico, incluindo:
1. Normatização para Laudos
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A análise deve considerar idade, biotipo e sexo do paciente.
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Laudos podem ser descritivos (detalhando o ritmo cardíaco), conclusivos (com diagnóstico final) ou automatizados (gerados por softwares, mas revisados por médicos).
2. Análise das Alterações Cardíacas
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Isquemia e Infarto: Identificação de elevações ou depressões no segmento ST, ondas Q patológicas e alterações na repolarização ventricular.
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Bloqueios Intraventriculares: Critérios específicos para bloqueio do ramo direito (BRD) e esquerdo (BRE).
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Canalopatias: Padrões característicos associados a síndromes como Brugada ou QT longo.
3. Repolarização Ventricular
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Avaliação detalhada do intervalo QT/QTc para identificar riscos de arritmias fatais.
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Reconhecimento de variantes benignas, como repolarização precoce.
Como implementar as diretrizes ECG em clínicas e hospitais?
Para adotar as diretrizes ECG com eficiência, siga estas etapas:
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Capacitação da Equipe
Treine médicos e técnicos sobre os critérios atualizados da SBC para interpretação do exame. -
Integração Tecnológica
Adote plataformas digitais que permitam a transmissão segura dos dados do ECG para especialistas remotos. -
Parcerias com Empresas de Telemedicina
Estabeleça contratos com empresas especializadas na emissão rápida de laudos à distância. -
Monitoramento Contínuo
Implemente dispositivos portáteis para monitoramento domiciliar ou em ambulâncias.
A Diretriz ECG é um marco na padronização da interpretação eletrocardiográfica no Brasil, garantindo diagnósticos mais precisos e rápidos em diferentes contextos clínicos. Combinada às inovações tecnológicas como inteligência artificial e telemedicina, ela potencializa o impacto positivo do exame na saúde pública e privada.
Telemedicina agiliza a entrega de laudos de eletrocardiograma
Clínicas e hospitais que contam com o laudo de ECG via telemedicina conseguem ter um médico cardiologista renomado à disposição 24 horas por dia, sete dias por semana para realizar os laudos dos exames.
A solução de telelaudo da Portal conta com a precisão dos algoritmos de Machine Learning e inteligência artificial para triagem dos exames, colocando os casos urgentes como prioridade na fila. Com isso, a empresa entrega laudos em até 5 minutos para casos urgentes.
Funciona assim: Sua equipe de enfermeiros realiza o exame por meio da tecnologia avançada da Portal os equipamentos médicos enviam os dados em tempo real para uma central médica, os algoritmos de machine learning e inteligência artificial colocam exames com alterações como prioridade, e a partir disso, um especialista de referência e habilitado realizará o laudo.
Com exames remotos e seguros a redução de custos é significativa, além de aumentar a capacidade de atendimento e produtividade de sua equipe.
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