A telemedicina está revolucionando a saúde pública no Brasil, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS), ao tornar o atendimento médico mais acessível e eficiente em regiões remotas. Desde a pandemia de COVID-19, esse serviço tem sido uma ferramenta essencial para ampliar o acesso à saúde e otimizar a gestão de recursos. Neste artigo, você entenderá como a telemedicina funciona no SUS, seus benefícios, as legislações envolvidas e os desafios que ainda precisam ser superados.
A telemedicina utiliza tecnologias de informação e comunicação para oferecer serviços médicos a distância, como consultas e diagnósticos. No SUS, isso acontece de várias maneiras:
A telemedicina no SUS oferece uma série de benefícios que são essenciais para o fortalecimento da saúde pública no Brasil:
Para que a telemedicina no SUS funcione de forma eficaz, é essencial que os prestadores desses serviços tenham:
O Telessaúde Brasil Redes é um dos programas que promovem a telemedicina no SUS. Esse programa oferece suporte técnico e capacitação a profissionais de saúde, fortalecendo a rede de teleconsultas e telediagnósticos com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento na rede de saúde pública, da atenção básica a de média e alta complexidade, por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação.
Leia também: 5 benefícios da telemedicina no SUS
Já o Telesus, criado para enfrentar os desafios da COVID-19, contribuiu significativamente para o desenvolvimento dos serviços de telemedicina ao implementar o Disque Saúde 136; o Chatbot, disponível na página do Ministério da Saúde na internet; o aplicativo gratuito Coronavírus SUS, e a busca ativa – quando a pasta entra em contato, por telefone, para monitorar a saúde da população, deixando um legado importante, que foi aprimorado com os programas atuais.
A RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde) é uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa integrar e compartilhar informações de saúde de forma segura e eficiente, com o objetivo de melhorar a gestão dos serviços de saúde no Brasil.
A RNDS permite a troca de dados entre sistemas de diferentes esferas, como o SUS, unidades de saúde e outros órgãos do governo, utilizando padrões técnicos e protocolos para garantir a interoperabilidade e a confidencialidade das informações. Sua implementação busca promover uma gestão mais eficaz, o acesso a dados de saúde em tempo real, o que auxilia a atuação do médico através da telemedicina, e consequente melhoria da qualidade dos atendimentos. A partir da centralização dos dados de saúde, profissionais da área podem acessar todo o histórico de saúde, permitindo um atendimento mais personalizado e diagnósticos mais precisos.
A telemedicina no SUS é regulamentada pelo Ministério da Saúde, através da Lei 14.510, de 2022, que autoriza e disciplina a prática da telessaúde em todo o território nacional, e outras autoridades competentes como o CFM para garantir a segurança e qualidade dos atendimentos. A legislação cobre aspectos como:
Apesar dos avanços, ainda há áreas que podem ser aprimoradas na telemedicina do SUS, uma delas está relacionada a falta de infraestrutura de tecnologia e conexão com a internet, uma premissa para que atendimentos online possam acontecer. Além disso outros aspectos são:
A telemedicina melhora significativamente a experiência dos pacientes de diversas maneiras. Um dos principais benefícios é o acesso rápido aos cuidados médicos, sem a necessidade de deslocamento, o que facilita a realização de consultas e exames de forma prática e sem as longas viagens que, muitas vezes, são necessárias em atendimentos presenciais. Isso torna o processo de cuidados mais eficiente e menos oneroso para os pacientes.
Além disso, a telemedicina permite um acompanhamento mais próximo e personalizado, especialmente para aqueles que vivem com doenças crônicas. Com o uso dessa tecnologia, os pacientes podem receber orientações contínuas e monitoramento constante, o que é essencial para o tratamento de condições complexas. Esse acompanhamento contínuo garante que os pacientes estejam sempre atualizados e orientados sobre as melhores práticas para o manejo de suas condições de saúde.
Saiba mais: As vantagens da integração de dados na saúde
Parcerias com a iniciativa privada podem potencializar o avanço da telemedicina no SUS, trazendo aprimoramento da infraestrutura, inovação tecnológica e capacitação de profissionais:
Um exemplo de parceria público-privada de sucesso é o Piauí Saúde Digital, desenvolvido com a tecnologia da Portal Telemedicina em parceria com o governo do Piauí e a Integra Saúde Digital. O programa tem o objetivo de democratizar o acesso a especialidades médicas através da telemedicina, ampliando e melhorando a rede de serviços de saúde. Presente em todas as cidades do estado, já realizou mais 220 mil atendimentos entre teleconsultas e telediagnósticos.
Os resultados têm gerado um impacto positivo como redução de gastos com exames, transporte, redução de filas para consultas com especialistas e agilidade no diagnóstico de doenças. Além disso, a tecnologia possui integração com o e-SUS APS e RNDS, o que facilita tanto a centralização das informações de saúde do paciente quanto os repasses do SUS aos municípios.
A telemedicina no SUS é uma ferramenta essencial para transformar o acesso à saúde pública no Brasil. Com suas vantagens de aumentar o acesso, reduzir custos e melhorar a qualidade do atendimento, ela se torna indispensável para a gestão pública de saúde. No entanto, é necessário continuar investindo em tecnologias e ampliar a cobertura para que mais brasileiros possam se beneficiar desse serviço.
O futuro da telemedicina no SUS depende da continuidade de programas como o Telessaúde Brasil Redes e do suporte de parcerias com a iniciativa privada, que juntos podem levar a saúde pública no Brasil para um novo patamar.
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