Telemedicina e PACS: agilidade no acesso ao exame digital

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exame digitalComo gestor de clínica médica, você já ouviu falar de termos como PACS (Picture Archiving and Communication System), RIS (Radiology Information System) e PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente). Mas o que todas estas siglas têm em comum e o que elas têm a ver com telemedicina? De forma geral, todas se referem a sistemas de gerenciamento de informações de saúde, armazenamento e compartilhamento do exame digital e, ao serem integradas com os laudos online, ajudam a organizar e dar agilidade no atendimento das demandas.

O uso dessas ferramentas faz parte da transformação digital por que passa o setor da saúde e cada vez mais estas soluções estão presentes em consultórios e clínicas que buscam modernizar os serviços e o atendimento. No caso específico de PACS, seu uso é indispensável para clínicas que armazenam e compartilham imagens digitalmente, pois é ele que padroniza este tipo de comunicação.

E sua importância vai além: ao ser integrado com o RIS, PEP e também com a telemedicina, possibilita que as clínicas tenham mais precisão nos exames e laudos médicos e na gestão das informações clínicas. Se todo o processo for digitalizado desde o início do atendimento, as falhas com o registro manual das informações serão evitadas, assim como será possível apoiar melhor o médico durante a consulta.

Neste artigo, vamos falar sobre como a integração destes sistemas, e em especial do PACS com a telemedicina, otimiza a gestão com o acesso facilitado ao exame digital.

No artigo você vai entender:

1 – O papel do PACS no exame digital;

2 – A importância das integrações entre os sistemas;

3 – De que forma a telemedicina melhora os processos.

O papel do PACS no exame digital

PACS é o sistema que gerencia as imagens digitais geradas por equipamentos de tomografia, mamografia, ressonância magnética, ultrassonografia e radiografia, e das informações de outros aparelhos de exames, que precisam ser convertidas em arquivos digitais de imagem para armazenamento e compartilhamento.

Esse sistema é fundamental para atender todo o fluxo do exame digital, desde a realização, passando pelo processo de laudo até o diagnóstico junto ao médico que o requisitou. Além disso, a interoperabilidade do PACS garante que ele se comunique com os outros sistemas digitais utilizados pela clínica, como o RIS e o PEP.

Porém, as imagens digitais e informações geradas pelos equipamentos de exames devem seguir um formato eletrônico único para serem transitadas pelo PACS. É o DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine), especificação que estabelece um conjunto de normas e protocolos unificados que garantem segurança e qualidade no arquivamento e compartilhamento do exame digital – as imagens não sofrem perda na qualidade, o que poderia alterar a interpretação feita pelos médicos, por exemplo. A ferramenta foi criada em 1983 pelo American College of Radiology (ACR) e pela National Electrical Manufacturers Association (NEMA) e já está na terceira versão (DICOM 3.0).

A padronização estabelecida pelo formato DICOM e pelo sistema PACS também permite realizar a transferência rápida e o armazenamento das imagens e informações do exame digital na nuvem, permitindo seu acesso de qualquer computador ou dispositivo móvel autorizado pela clínica. Essa comunicação é que abre a possibilidade de se realizar os laudos à distância via telemedicina.

Entre as vantagens do PACS, podemos destacar:

  • armazenamento de imagens e laudos em uma plataforma digital, facilitando a organização e busca;
  • mais qualidade e segurança no armazenamento e compartilhamento dos exames, que estão padronizados pelos DICOM;
  • apoio no diagnóstico, já que o PACS, além de oferecer mais qualidade nas imagens para os laudos, abriu a possibilidade de os exames serem laudados à distância, por serviços de telemedicina e mais especialistas;
  • otimização da gestão pela comunicação com RIS e PEP e outros sistemas digitais utilizados pela clínica (interoperabilidade);
  • melhora no atendimento, pois os exames podem ser disponibilizados diretamente nos computadores dos médicos durante a consulta.

Dessa forma, estar de acordo com os padrões DICOM e PACS é necessário para que a clínica possa utilizar outras ferramentas digitais, melhorando seus processos e o atendimento.

A importância das integrações com PACS

Enquanto o PACS faz o gerenciamento padrão das imagens do exame digital, o RIS e o PEP vão além e organizam todas as informações da clínica ou do paciente, cada um de uma forma e com um propósito. Já a telemedicina otimiza a realização de exames e laudos, conforme veremos a seguir.

O RIS é o software específico para a gestão de clínicas que realizam exames de imagem, conhecidos como centros de diagnóstico por imagem. Essa ferramenta automatiza todo o fluxo de trabalho, desde o agendamento do procedimento, passando pelo atendimento até a distribuição do resultado do exame, agilizando processos e reduzindo erros. Neste caso, a integração com o PACS é fundamental, já que estas clínicas precisam gerenciar um grande volume de imagens médicas e agrupá-las com eficiência em seu sistema.

O PEP é a ficha do paciente, mas totalmente digitalizada e online, que reúne todas as informações clínicas e assistenciais sobre o atendimento, além de armazenar o histórico. A ideia do prontuário eletrônico é auxiliar os atendimentos realizados em qualquer instituição de saúde. Por isso a importância do PACS para o pleno uso do PEP, já que o exame e o laudo digital precisam ser compartilhados e armazenados pelos prontuários.  Lembrando que os PEP’s também são integráveis aos sistemas de gestão das clínicas, postos de saúde e hospitais públicos e privados.

De que forma a telemedicina melhora o processo?

Como vimos, o PACS permite que as imagens e os laudos dos exames transitem de forma online, com qualidade e segurança, e ainda integrados em diferentes sistemas digitais. Por isso, é ferramenta essencial para o uso da tecnologia da telemedicina, que oferece a possibilidade de laudar exames remotamente, ou seja, por especialistas de ‘fora’ da clínica.

Ao implantar a solução de laudos online, todo o processo do exame digital é feito integrado ao PACS. As imagens de Eletrocardiograma (ECG), Espirometria, Eletroencefalograma, Mamografia, Raios-X, por exemplo, são obtidas diretamente dos aparelhos e logo enviadas via internet a uma equipe de médicos especialistas, habilitados a laudar remotamente. Na Portal Telemedicina, por exemplo, prontamente os laudos são disponibilizados à clínica – em casos mais urgentes, em minutos após a realização do exame.

Além disso, a Portal segue todas as normas como a Resolução RDC/ANVISA n.º 302, que define a guarda de laudos médicos por cinco anos, e a Resolução CFM nº 1.821/07, que determina que as empresas prestadoras do serviço de telemedicina possuam meios tecnológicos seguros para armazenamento online de informações dos pacientes.

Outro ponto positivo em relação a telemedicina é que os laudos online também podem ser integrados ao RIS e aos Prontuários Eletrônicos, mantendo as informações clínicas do paciente organizadas e acessíveis para diferentes equipes e profissionais, a qualquer momento.

Em resumo, podemos dizer que a telemedicina, assim como o PACS, é um facilitador para o exame digital. A integração das duas tecnologias – e também com o RIS e o PEP – permite que as clínicas tenham agilidade e eficiência na prestação do serviço de saúde. Ter reunidos os dados de exames, cadastrais e clínicos vai impactar positivamente no atendimento ao paciente, que ganha qualidade com diagnósticos mais precisos. Além de facilitar o fluxo de trabalho para equipe de colaboradores.

Rafael Figueroa

Rafael Figueroa é Cofundador e CEO da Portal Telemedicina. Graduado em Economia (UFSC) e especializado em Design Thinking (Berkeley University), Rafael também é pesquisador em novas tecnologias na Saúde e Inteligência Artificial. Como Google Developer Expert em Machine Learning, foi convidado a ser mentor de Startups no Vale do Silício.

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