A associação internacional estabelece critérios e níveis, que vão de zero a sete, para classificar hospitais no seu processo de informatização e digitalização de processos. Para cada nível é necessária a inserção de soluções, como softwares de gestão hospitalar (Enterprise Resource Planning – ERP), do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) e de sistemas para compartilhamento e armazenamento de imagens (Picture Archiving and Communication System – PACS). Estas ferramentas permitem que o hospital dispense o uso de papel e troque informações interna e externamente de forma totalmente digital por meio da plena integração de sistemas.
Neste artigo, vamos falar mais sobre cada estágio de evolução na classificação de hospitais digitais e entender como as instituições já digitalizadas podem se beneficiar ainda mais com a adoção de novas tecnologias, como IoT, Big Data, telemedicina, entre outras.
Chegar ao mais alto estágio na classificação de hospitais digitais é um processo longo e gradual de investimento e inclusão e assimilação de tecnologias. Para tanto, cinco macroáreas devem ser atendidas:
Nesta classificação, o hospital também já usa Business Intelligence (BI) para estruturar informações e analisá-las de forma que permitam tomadas de decisão mais assertivas nas áreas clínica, financeira e operacional. Conheça cada estágio e verifique em que momento está a sua instituição:
Porém, é importante frisar que o conceito de hospital digital vai além da tecnologia, e deve vir acompanhado de uma mudança de cultura interna. A instituição, em todos os seus processos e posicionamentos, precisa acompanhar a evolução com sinergia entre o corpo clínico e o administrativo. Só assim será possível entender e usufruir das vantagens e benefícios práticos das implantações tecnológicas.
A HIMSS já avaliou mais de 8 mil hospitais em todo o mundo. Somente na Europa, cerca de 1,3 mil instituições já sabem qual seu estágio, sendo apenas três hospitais estágio 7 e 46 instituições validadas como estágio 6. Nos Estados Unidos, apenas cerca de 3% dos hospitais atingiram o estágio 7.
Para buscar as certificações da HIMSS, os hospitais devem solicitar uma avaliação prévia, realizada pelas consultorias parceiras da entidade. Depois desta etapa, a validação do material é realizada pela HIMSS na Europa e a tabulação e armazenamento das informações são feitos pela entidade americana. Em caso de classificação nível seis ou sete, inspetores da HIMSS vem ao Brasil para realizar avaliação in loco.
Entre os grandes benefícios da conquista do EMRAM 7 está a efetiva melhoria no atendimento ao paciente, com maior precisão no diagnóstico e segurança, além de uma margem operacional maior e redução de custos.
Apesar do grande investimento em infraestrutura de TI para garantir o acesso aos dados e a segurança de todo este sistema, os hospitais nível 7 conseguem retorno dos valores facilmente. O Hospital Unimed Recife III, por exemplo, teve uma redução de gastos cinco vezes superior ao investido no projeto de operação totalmente digital.
Em relação às melhorias no atendimento, podemos destacar que, com o uso pleno do Prontuário Eletrônico e a integração dos sistemas, as informações sobre todo o tratamento são administradas de forma alinhada, desde a farmácia clínica à equipe multidisciplinar garantindo a aplicação com segurança. No momento da prescrição de um medicamento, o profissional de saúde já sabe se a droga que ele está indicando interage com outro remédio prescrito anteriormente para o paciente. Se isso ocorrer, ele é alertado imediatamente que a medicação não terá o efeito desejado.
Entre elas estão a Internet das Coisas (IoT), telemedicina, Inteligência Artificial, Cloud Computing, Big Data/Analytics etc., que já começaram a ser integradas aos sistemas hospitalares. Portanto, os hospitais que já têm uma estrutura digital, automatizada e integrada, poderão se adaptar mais facilmente e usufruir da eHealth.
A saúde digital é o caminho para a medicina do futuro. Juntos, o desenvolvimento e domínio das tecnologias de ponta e a evolução do conhecimento médico proporcionarão grandes melhorias nos processos clínicos, no tratamento dos pacientes e nas condições de custeio ao Sistema de Saúde.
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