Caracterizada pela confiança e responsabilidade, a relação médico-paciente vai além da anamnese, dos exames físicos e da prescrição de medicamentos. A empatia e a sensibilização do profissional de saúde são pontos importantes para estabelecer uma relação de confiança com seus pacientes.
Mais do que fazer perguntas para encontrar o diagnóstico, o médico precisa se importar com a pessoa que está relatando os sintomas, suas condições sociais e culturais. Em meio aos avanços na tecnologia — que facilita imensamente o trabalho dos profissionais de saúde —, é importante que esse cuidado humano não seja deixado de lado.
Neste artigo, vamos refletir sobre a importância de construir uma boa relação médico-paciente e como melhorá-la.
É bastante provável que você já tenha vivido situações em que o paciente chega ao consultório, senta na cadeira e começa a falar da vida, dos problemas, da família. Mais do que uma consulta específica, o encontro com o médico parece ser uma “terapia” para muitas pessoas, que encontram na figura do profissional de saúde alguém que irá ouvi-las com respeito e atenção.
Esse tipo de relação se baseia em confiança, reciprocidade e responsabilidade. Quantos pacientes não se queixam de profissionais que mal os olham e já prescrevem medicamentos que podem ser comprados na farmácia mais próxima, sem mesmo precisar de receita?
Pesquisas indicam que no Brasil o atendimento humanizado é o principal critério seguido pelos pacientes na escolha de um profissional para atendê-los. 63% dos brasileiros buscam um médico que os veja como pessoas, não apenas como mais um atendimento. Além disso, a falta de uma abordagem humana e cuidadosa é, de acordo com o levantamento, a principal queixa de 37% das pessoas.
Mas o que é, na prática, esse atendimento humanizado? De acordo com o portal da faculdade de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), “a medicina humanizada é uma proposta de atendimento médico diferenciada, que coloca as necessidades dos pacientes em primeiro lugar. Assim, não depende apenas dos médicos, mas de toda a equipe que interage com os pacientes”. Essa proposta começou a ser implementada no Brasil no início dos anos 2000 pelo Ministério da Saúde, buscando mudar o foco do atendimento de saúde pública da doença para o paciente.
Em 2019, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou um novo Código de Ética Médica. Em seu capítulo V, o documento trata das relações entre médicos, pacientes e familiares. Entre as recomendações, o Conselho determina que é vedado ao profissional abandonar os cuidados de um paciente, deixar de usar todos os métodos disponíveis para promover a saúde e realizar diagnósticos, além de deixar de informar tanto o paciente quanto seus familiares sobre diagnóstico, prognóstico, tratamentos e riscos.
A normativa alerta também para algumas situações específicas onde é preciso estar atento ao respeito com o paciente. Entre elas, o código cita os casos de solicitação de junta médica ou segunda opinião, o zelo ao pudor de qualquer pessoa que esteja sob cuidados profissionais e também o direito do paciente de decidir livremente sobre métodos contraceptivos, devendo este estar sempre esclarecido sobre segurança, reversibilidade e riscos dos métodos.
A seguir, veja alguns procedimentos que podem ser adotados para melhorar a relação médico-paciente.
Como já explicado, o atendimento humanizado preza pelas necessidades do paciente, tirando o foco da doença. Esse é o primeiro passo para mudar a cultura para uma assistência humanizada.
Ouça o que o paciente está relatando e faça perguntas precisas durante a entrevista. Busque conhecer o paciente para entender seus sintomas, queixas e dores. Além disso, preste atenção: muita coisa pode não aparecer na fala, mas uma boa observação pode dar indícios de que caminhos seguir.
De nada adianta encher o paciente de termos técnicos. Assim como nem todo médico compreende palavras do vocabulário específico do mundo jurídico, por exemplo, nem todo paciente sabe nomes de doenças, sintomas, músculos do corpo, procedimentos médicos. Busque traduzir as informações para o vocabulário do paciente, facilitando a compreensão do diagnóstico e dos próximos passos no tratamento.
Seja presencial ou remota, a consulta tem hora marcada. Isso significa que o paciente precisa se organizar para chegar no horário, muitas vezes sair do trabalho ou da escola. Chegar no consultório ou entrar na sala virtual no horário mas ter que esperar pelo médico mostra que o profissional não respeita o tempo e o compromisso com o paciente.
É importante lembrar que a consulta não se encerra quando o paciente sai do consultório. O atendimento humanizado preza também por um acompanhamento mais próximo do paciente, com o retorno pós-consulta e os encaminhamentos, sejam terapêuticos ou para exames de imagem/laboratoriais.
Quando boas práticas de atendimento humanizado se tornam comuns, é natural que os pacientes desenvolvam uma relação de maior confiança com o médico e se sintam mais à vontade para relatar sintomas e buscar orientações. Isso contribui para que o atendimento em si seja ainda mais assertivo, pois a colaboração mútua leva a uma interação mais profunda e recíproca.
Em meio ao contexto atual, em que clínicas e hospitais estão amplamente permeados pela tecnologia, é importante lembrar que não há inteligência artificial, por mais avançada que seja, que substitua o olhar humano. O paciente pode muitas vezes trazer queixas para além de exames que estejam dentro da normalidade. Sem o olhar e a abordagem humanizados, o diagnóstico fica muito mais difícil.
Tudo isso vale para consultas presenciais, mas também para o atendimento online. Os encontros remotos não são uma barreira para a realização de boas consultas. Pelo contrário, são um canal que permite que cada vez mais pessoas tenham acesso a um atendimento médico de qualidade.
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