A atuação específica de médicos, enfermeiros e de outras profissões no campo da saúde ocupacional no Brasil, ou medicina do trabalho, cresceu em média 9,2% a cada ano, entre 2004 e 2014. Esse aumento acompanha a evolução no número de profissionais registrados, de acordo com o Anuário de Saúde do Trabalhador de 2015, publicado em 2016 pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Nestes 10 anos, o número subiu de 57.867 para 139.652. Atualmente, há cerca de 14 mil médicos registrados em Conselhos da categoria ocupacional, de acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).
Além dos médicos, outras especialidades voltadas para a saúde ocupacional compõem as principais funções de atenção e atendimento aos trabalhadores no país – entre elas a psicologia, a engenharia e os técnicos em segurança. Áreas como fisioterapia, odontologia e segurança do trabalho, que em 2004 não tinham registros de atividade, dez anos depois tiveram crescimento expressivo no número de profissionais. Juntos, somam 2.229 novos especialistas em saúde ocupacional no Brasil. Outras profissões, como enfermagem, chegaram a triplicar o total de especialistas registrando uma taxa de crescimento de 14,5% ao ano, segundo os dados apresentados pelo Dieese.
Estes avanços são reflexo da alta demanda em áreas industriais, onde as empresas em crescimento tendem a contratar mais funcionários. Além de exames admissionais, demissionais e periódicos, os profissionais de saúde ocupacional no Brasil atuam no diagnóstico e tratamento de doenças que tenham origem no trabalho prestado pelos pacientes, identificando também possíveis causas e agravantes.
Somente no ano de 2014 foram registrados aproximadamente 557 mil afastamentos por acidentes de trabalho, acidentes de trajeto e doenças ocupacionais. As atividades com os maiores índices de afastamento por doenças ocupacionais no mesmo ano foram do setor de serviços, seguido por atividades desempenhadas em repartições públicas e indústrias de transformação. Enquanto que os números de acidentes de trabalho típicos registrados foram maiores nas áreas industrial e de transformação, seguido pelo setor de serviços e de comércio.
Em 2011, José Pastore, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e consultor em relações do trabalho e recursos humanos, publicou uma pesquisa sobre o custo de acidentes e doenças do trabalho no Brasil. De acordo com Pastore, o gasto com aposentadorias especiais e acidentes do trabalho para a Previdência Social foi de R$ 14 bilhões naquele ano. Já para as empresas privadas os gastos foram de R$ 41 bilhões de reais. Sendo que os gastos dos próprios trabalhadores e famílias foi de aproximadamente R$ 16 bilhões com consultas e tratamentos. Essas informações expõem situações recorrentes no meio industrial, no setor de serviços e de outras áreas, que podem ser evitadas por profissionais com formação específica e registro em saúde ocupacional no Brasil.
Em todo o país, há uma média de 90,4 milhões de pessoas empregadas, de acordo com a Análise de Mercado de Trabalho, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em abril de 2017. Este número reflete o volume de possíveis pacientes nas diferentes áreas de atuação da saúde ocupacional no Brasil. Além de buscar os serviços no momento da contratação, esses trabalhadores tendem a usufruir de seus direitos em busca de consultas médicas e atendimentos com especialistas.
Todavia, tanto os serviços públicos quanto privados não conseguem atender de forma eficaz este grande número de pacientes, que aumentam a cada mês. Assim, se faz necessário o investimento em inovações, como os sistemas de telemedicina que agilizam os processos de laudo, diagnóstico e consultas dos serviços de saúde do trabalhador. Além de tornar mais rápido e reduzir os custos das atividades realizadas em saúde ocupacional no Brasil.
Outra solução importante para o setor são as unidades móveis, verdadeiros hospitais sob rodas que trazem diversos benefícios para as empresas e pacientes. Além destes carros conseguirem se deslocar para regiões remotas ou de difícil acesso, trazem agilidade para a execução de exames admissionais e de acompanhamento da saúde dos trabalhadores. Em poucas horas, o recém-admitido realiza uma série de exames necessários, como Eletrocardiograma, Espirometria, Eletroencefalograma, Acuidade Visual e Raio-X, para iniciar sua função sem ter que se deslocar e ausentar do ambiente de trabalho. E, graças à Telemedicina, os resultados podem chegar em menos de uma hora.
No artigo Tendências em medicina ocupacional apresentamos outras tecnologias que são utilizadas na área, e que devem guiar as formas de atendimento aos pacientes dos próximos anos.
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