Expansão do atendimento e mais rapidez na emissão de laudos estão entre os benefícios que a tecnologia 5G pode trazer para a área da saúde
Neste ano, todas as capitais brasileiras deverão receber a tecnologia 5G, segundo previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A nova geração de internet móvel promete velocidade ultrarrápida e a possibilidade de ampliar o número de objetos conectados à internet, fortalecendo as cidades inteligentes e a Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês para “internet of things”).
Mas o que isso significa para a medicina? Neste artigo, você vai entender melhor como essa nova tecnologia pode impactar o dia a dia de profissionais da área da saúde e quais são os principais usos e possibilidades para o 5G na saúde, e mais especificamente, na área da telemedicina.
A rede 5G é uma tecnologia que traz diversas melhorias para a conexão em redes móveis. Além do aumento de velocidade em relação à rede vigente — 4G e 5G DSS, que é uma versão de transição da quarta para a quinta geração —, a cobertura será amplificada e o tempo de resposta das redes sem fio será até 100 vezes mais rápido.
Para a telemedicina, que foi recentemente regulamentada no Brasil, isso se traduz em um grande impulso. Com a pandemia, modalidades como a teleconsulta se popularizaram e vêm conquistando a aceitação dos profissionais de saúde e do público em geral. Na pesquisa Telemedicina no Brasil, por exemplo, 73% dos pacientes mostraram-se abertos a adotar as consultas remotas no seu dia a dia.
Nesse contexto, as vantagens do 5G como uma internet mais veloz, com baixa latência e agilidade de conexão aumentam a qualidade das videochamadas, contribuindo para o atendimento a distância.
As aplicações da tecnologia 5G na medicina, no entanto, não se restringem apenas às chamadas de vídeo e aos contatos síncronos e assíncronos entre paciente e médico.
Confira alguns exemplos de usos dessa conexão na área da saúde e como a telemedicina pode se beneficiar dessa nova geração de conexão:
Com mais capacidade de rede, é possível armazenar mais dados na nuvem e acessá-los mais rapidamente. Esse tipo de armazenamento de informações já vem se disseminando em diversas clínicas e hospitais adeptos da prática da telemedicina, pois é isso que permite que médicos acessem as informações, histórico de saúde e laudos dos pacientes a qualquer momento, a partir de qualquer lugar.
A maior velocidade da tecnologia 5G vai permitir que médicos e equipes possam monitorar os pacientes em tempo real, com atualizações constantes do estado de saúde de cada um.
A partir de dispositivos eletrônicos, aparelhos vestíveis (wearables), rastreadores e outros equipamentos, é possível gerar dados de maneira constante, o que aumenta a possibilidade de acompanhamento médico e da identificação de eventuais problemas em tempo real.
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Entre as diversas vantagens oferecidas pela telemedicina, uma delas é a chance de levar atendimento médico especializado a localidades e indivíduos que, de outra maneira, não teriam acesso a profissionais de diversas áreas.
Hoje, dados da Anatel mostram que 98% dos brasileiros possuem acesso à internet móvel. Com a conexão mais eficiente fornecida pelo 5G, mesmo quem vive em lugares distantes dos principais centros médicos pode realizar consultas online com especialistas, sem a necessidade de deslocamento.
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A rapidez de conexão fornecida pelo 5G irá também trazer avanços para a comunicação entre dispositivos utilizados na prática médica.
Hoje, equipamentos de alta tecnologia já permitem que laudos de exames médicos sejam gerados com agilidade e fornecidos ao paciente em até 24 horas, ou até menos tempo em caso de urgência. O uso do 5G na medicina promete ainda mais velocidade nessas operações, o que traz benefícios tanto para o paciente, que recebe mais rapidamente seus resultados, quanto para as equipes de clínicas e hospitais, que podem otimizar a rotina de atendimentos.
Considerando que a rede 5G é de baixa latência — ou seja, o tempo de transmissão de dados é menor —, o campo das cirurgias robóticas, em que o médico realiza os procedimentos de forma remota por meio da operação de uma máquina e de inteligência artificial, deve se intensificar.
No entanto, as pesquisas e o desenvolvimento de equipamentos que permitem esse tipo de intervenção demandam banda larga em tempo real, com uma latência de rede menor do que 10 milissegundos. A possibilidade pode estar ainda um pouco distante, mas a implementação do 5G pode trazer avanços nessa área.
Já bastante disseminado em grande parte das instituições da área, o conceito de saúde digital — que se refere ao uso das tecnologias de informação e comunicação nas rotinas e práticas de clínicas e hospitais — se beneficia imensamente de uma forma de conexão que traz agilidade e velocidade para os atendimentos e comunicações entre médicos e pacientes.
Além disso, as inovações não param por aí: a inteligência artificial, que já vem sendo implementada em atividades como a triagem de atendimentos e para a aceleração de laudos de exames urgentes, como os cardiológicos, também será otimizada e ainda mais desenvolvida a partir dessa tecnologia de conexão.
Por meio da Internet das Coisas, cada vez mais objetos estarão conectados à rede, o que permite que, em um contexto médico, os profissionais operem equipamentos de alta tecnologia e recebam resultados assertivos com mais rapidez. Na prática, isso significa agilidade no atendimento, ampliação da capacidade de realização de exames e consultas, otimização das rotinas e redução de custos.
Com a chegada do 5G, é importante que hospitais e clínicas passem a se adaptar a essa modalidade, investindo em equipamentos e dispositivos que tenham capacidade para operar nessa faixa de rede. Nos próximos anos, a tendência é que tudo migre para o 5G, e a área da saúde, certamente, seguirá o mesmo caminho.
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