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Saiba quais os riscos da automedicação para a sua saúde

10 min. de leitura

riscos da automedicação para a saúde

Quem nunca tomou um remédio por conta própria que atire a primeira pedra. Embora esta seja uma prática comum, mais precisamente entre 79% dos brasileiros (segundo o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade – ICTQ), ela pode ser muito perigosa. Neste artigo falaremos dos 6 principais riscos da automedicação para a sua saúde.

Os efeitos e consequências de tomar um remédio sem orientação médica podem ser leves, moderados ou até gravíssimos.

Na tentativa de resolver sua dor ou desconforto de forma mais rápida, você pode acabar causando um dano grave ao seu corpo. Por isso, fique atento às possíveis consequências e veja como ter acesso ágil e prático a uma orientação médica.

O que é automedicação

Antes de falar dos riscos da automedicação, é importante esclarecer que o termo diz respeito à prática de administrar um medicamento por conta própria, ou seja, sem prescrição médica. Além disso, se o paciente tem orientação profissional para o fármaco mas muda a dosagem indicada, isso também é considerado automedicação.

Hoje o Brasil tem políticas e regulamentações que dificultaram um pouco a compra de alguns tipos de medicamentos, como antibióticos e remédios controlados, que só podem ser adquiridos com receita médica.

Porém, ainda há uma série de fármacos que podem ser comprados sem orientação profissional e que são capazes de causar sérios danos à saúde quando administrados por conta própria.

Por que as pessoas se automedicam?

Existem diversos fatores que levam uma pessoa a se automedicar, veja alguns:

  • Achar que está tomando um remédio leve e que não traz nenhum tipo de risco à sua saúde;
  • Acreditar que seu desconforto, dor ou outro sintoma é pontual e não necessita de investigação médica;
  • Falta de acesso a um profissional;
  • Praticidade;
  • Por confiar naquela prima, tia ou amigo que já teve o mesmo problema e sabe de um remédio que é “infalível” para o seu problema.

Acontece que os primeiros sintomas de muitas doenças, tanto leves quanto graves, são semelhantes. Diarreia, vômito, dor de cabeça, mal-estar, indisposição, cansaço, por exemplo, podem estar atrelados a uma série de coisas, que podem ser algo leve e passageiro, mas também um problema mais sério que exige uma investigação mais profunda.

A pandemia de Covid-19 ensinou ao mundo uma lição sobre isso. Afinal, os primeiros sintomas da maioria das variantes são muito similares aos de uma gripe ou resfriado.

Muitas consultas médicas feitas neste período, tanto realizadas presencialmente quanto online, foram para tirar dúvidas relacionadas a como proceder e que medicação tomar, já que, caso fosse Covid-19, o quadro necessitava de um monitoramento maior.

A automedicação no Brasil

Segundo levantamento do ICTQ, 79% dos brasileiros se automedicam. Estudo realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), em 2018, apresenta número semelhante: 77%.

Os principais prescritores, ou seja, pessoas que indicam o remédio são:

  • Família (68%)
  • Balconista de farmácia (48%)
  • Amigos (41%)
  • Vizinhos (27%)
  • Artistas de TV (16%)

Em 2022, a morte de Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, aos 43 anos, alertou para as consequências da automedicação.

O laudo médico da cantora apontou que o excesso de uso de medicamentos para emagrecer pode ter ocasionado a morte da artista, que teve hipertensão craniana, insuficiência renal aguda, hepatite e meningoencefalite.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem ao ano vítimas da automedicação no Brasil.

Neste mesmo ano, a atriz Klara Castanho tornou público em suas redes sociais a reação alérgica em todo o corpo que teve ao tomar um anti-inflamatório sem prescrição médica. Ela explicou que já havia feito uso do mesmo medicamento e queria aliviar uma dor de garganta.

Embora este segundo caso não tenha passado de um susto, acende o alerta para os riscos da automedicação.

Quais os remédios mais consumidos por conta própria pelos brasileiros

Entre os remédios mais consumidos por conta própria pelos brasileiros, segundo a pesquisa realizada pelo CFF, estão:

  • Analgésicos e Antitérmicos (50%)
  • Antibióticos (42%)
  • Relaxante muscular (24%)

Veja a seguir 6 riscos da automedicação e por que ela deve ser evitada:

1 – Atraso no diagnóstico

Você sente uma febre e toma um antitérmico por conta própria. Está com dor na garganta e busca um anti-inflamatório. Ou, então, sente uma forte dor no estômago e toma um remédio para dor. Esses fármacos podem realmente aliviar os sintomas e, exatamente por isso, mascarar problemas mais sérios que podem ser apurados por um médico em uma avaliação clínica.

Caso o motivo por trás desses sintomas seja algo além, esses medicamentos não vão segurar os efeitos por certo tempo. Entretanto, quando outros sintomas surgirem, é possível que o paciente já esteja com o problema agravado. Ou seja, haverá um atraso no diagnóstico correto e, consequentemente, no início do tratamento.

2 – Reação alérgica

Reações alérgicas a medicamentos são comuns e, alguns casos mais graves, podem gerar efeitos muito graves como a Síndrome de Stevens-Johnson — um distúrbio raro que agride a pele e as membranas mucosas.

Essas reações inesperadas podem surgir até mesmo com princípios ativos que você já havia consumido antes sem ter problemas. Elas podem ser desencadeadas também pela combinação de alguns compostos.

3 – Resistência a medicamentos

A resistência a medicamentos acontece quando você ingere uma substância tão frequentemente que seu corpo ou, no caso de antibióticos, as bactérias, se tornam resistentes a ela, ou seja, o medicamento deixa de fazer efeito no seu organismo.

Esse cuidado deve ser ainda maior com o uso de antibióticos e a administração da dosagem correta nos horários indicados. Conforme já vimos, a automedicação não inclui somente tomar remédios por conta própria, mas também a mudança da dosagem ou posologia por conta, além da interrupção de um tratamento quando o paciente acredita que já está 100% recuperado.

4 – Intoxicação

Somente em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou mais de 91 mil casos no país de intoxicação medicamentosa, ou seja, provocada por remédios.

Vale destacar que nem todos os casos são por uso de medicamento sem prescrição de um médico, pois incluem a medicação tomada de forma incorreta, erros que também podem ser cometidos de forma involuntária por pessoas idosas, por exemplo.

Além disso, ao se automedicar muitas pessoas podem seguir orientações erradas de dosagem para o seu peso ou idade, ou então se confundir ao buscar informações na internet.

5 – Dependência

Medicamentos podem causar dependência química. Se usados de forma contínua e em doses inadequadas, mesmo alguns remédios que parecem inofensivos podem causar um bem-estar que leva o paciente a utilizá-los com maior frequência para buscar novamente aquela sensação.

Mesmo um antitérmico usado em demasia pode causar sérios prejuízos à saúde em geral e a alguns órgãos específicos, como, por exemplo, aos rins e fígado.

Tenha sempre em mente que todo composto químico pode apresentar algum tipo de efeito colateral.

6 – Interação medicamentosa

A absorção de um composto químico junto a outro, ou em conjunto com alguns alimentos ou bebidas alcoólicas, pode causar reações ou interferir na ação de um medicamento.

O nome disso é interação medicamentosa, que é um dos riscos da automedicação. Ela ocorre quando um paciente toma um remédio sem levar em conta os riscos da combinação dele com outro de uso contínuo, por exemplo, ou com outras substâncias e alimentos de seu consumo cotidiano.

Algumas combinações podem ser perigosas. Anticoagulantes, como a varfarina, por exemplo, podem apresentar um risco maior de causar hemorragia se utilizados com alguns anti-inflamatórios.

Como evitar a automedicação?

Agora que você já conhece os riscos da automedicação para a sua saúde, vamos falar sobre como evitar essa prática.

A resposta é: acessando um médico, claro. Porém, um sintoma leve nem sempre é o suficiente para nos convencer a pausar a rotina acelerada para buscar a informação médica correta, uma vez que isso envolve tempo e deslocamento.

Uma alternativa ágil e segura de resolver essa situação é realizando uma teleconsulta. Ela é indicada para casos leves que podem ser solucionados remotamente e orientações médicas de modo geral. Caso o profissional responsável identifique que a situação do paciente requer uma avaliação clínica, ele deve fazer o encaminhamento para o atendimento presencial.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), 90% dos pacientes que fizeram consulta médica remota durante a pandemia de Covid-19 conseguiram resolver os problemas de saúde desta forma.

Na Portal Telemedicina, você consegue acessar um médico remotamente através do aplicativo SOS Portal. O pronto atendimento funciona 24h por dia e possui um tempo de espera médio de apenas 20 minutos.

Clique aqui para consultar um médico sem sair de casa.

Referências:

Centro de Estudos do Medicamento – UFMG

Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP)

Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ)

Monica Jorge

Comunicadora com dez anos de experiência em redação e edição de conteúdos voltados para a área de saúde, tecnologia e educação. Especialista em marketing digital na Portal Telemedicina.

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