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Prontuário psicológico: O que é, como fazer e o que deve conter

9 min. de leitura

O prontuário psicológico é um documento obrigatório que reúne todas as informações clínicas e técnicas do atendimento prestado por psicólogos. Ele é essencial tanto para a continuidade do cuidado quanto para a proteção legal do profissional e do paciente. Neste artigo, você aprende como fazer um prontuário psicológico completo, o que deve constar nele, como garantir a segurança das informações e quais erros evitar.

O que é e para que serve o prontuário psicológico?

O prontuário psicológico é o documento obrigatório que reúne as principais informações sobre o atendimento psicológico prestado a um paciente, grupo ou instituição. Ele registra a evolução do caso, os procedimentos técnico-científicos adotados, encaminhamentos, encerramento do trabalho e outros dados essenciais para o acompanhamento terapêutico.

Além de garantir a continuidade e a qualidade do atendimento, o prontuário serve como meio de prova em processos disciplinares, protege o profissional em situações legais e assegura o direito do paciente ao acesso às suas informações.

🧾 O que deve constar no prontuário psicológico

De acordo com a Resolução CFP nº 001/2009, os campos obrigatórios são:

  • ✔️ Identificação do paciente ou instituição

  • ✔️ Avaliação da demanda

  • ✔️ Definição dos objetivos terapêuticos

  • ✔️ Registro da evolução das sessões

  • ✔️ Encaminhamentos ou encerramento do atendimento

  • ✔️ Documentos complementares com data e finalidade

💡 Dica prática: Use um checklist padronizado para não esquecer nenhum campo obrigatório.

🧩 Modelo de estrutura: checklist completo

Seção Descrição
Identificação Nome, idade, contato, data de início do atendimento
Demanda Motivo da busca por atendimento
Objetivos Metas terapêuticas a curto, médio e longo prazo
Evolução terapêutica Progresso do paciente, eventos marcantes, resposta a intervenções
Encaminhamentos Referências para outros profissionais ou redes de apoio
Encerramento Motivo do fim do processo terapêutico e orientações finais
Documentos anexos Laudos, pareceres, avaliações, testes psicológicos (guardados separadamente)

Como fazer um prontuário psicológico passo a passo

A elaboração do prontuário deve ser feita de forma clara, objetiva, cronológica e atualizada após cada sessão ou intervenção relevante:

  1. Registre os dados pessoais e o motivo do atendimento.
  2. Descreva os objetivos do trabalho e as estratégias terapêuticas utilizadas.
  3. Anote a evolução do paciente, mudanças de conduta, eventos marcantes e reações observadas.
  4. Inclua informações sobre encaminhamentos, interrupções ou encerramento do caso.
  5. Arquive documentos complementares, como laudos e relatórios, conforme necessário.

Dica: Use modelos padronizados para facilitar a organização e garantir que nenhum dado essencial fique de fora.

Prontuário físico x digital: vantagens e desafios

O prontuário psicológico pode ser mantido em formato físico (papel) ou digital. O prontuário digital oferece vantagens como acessibilidade remota, segurança reforçada, atualização em tempo real, economia de espaço e integração com outros sistemas de saúde. Já o prontuário físico pode ser mais familiar para alguns profissionais e não depende de infraestrutura tecnológica, mas exige mais espaço e está sujeito a perdas e deterioração. 

A transição para o digital deve ser planejada, garantindo backup, controle de acesso e conformidade com as normas de sigilo e privacidade.

Critério Físico Digital
Acesso Apenas presencial Remoto, com login seguro
Segurança Sujeito a perdas/danos Criptografia, backup automático
Organização Manual, exige espaço físico Automatizada, com buscas por palavra-chave
Conformidade com LGPD Exige cuidados com armazenamento físico Softwares especializados com LGPD integrada

Sigilo e legislação do prontuário psicológico

O sigilo é um princípio fundamental na elaboração e guarda do prontuário psicológico. O documento deve ser mantido em local seguro, de acesso restrito ao profissional e ao paciente (ou representante legal), conforme o Código de Ética Profissional e as resoluções do CFP. O período mínimo de guarda do prontuário é de cinco anos após o término do atendimento, podendo ser ampliado por determinação judicial ou em situações específicas.

O paciente tem direito ao acesso integral às informações do seu prontuário, salvo exceções previstas em lei ou quando houver risco à sua integridade ou de terceiros.

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Prontuário na telepsicologia e integração multidisciplinar

Com o crescimento da telepsicologia, o prontuário digital tornou-se ainda mais importante. Ele permite o registro seguro e atualizado das sessões online, facilita o compartilhamento ético de informações com outros profissionais (quando necessário e autorizado) e integra dados para equipes multidisciplinares. O psicólogo deve garantir que o sistema utilizado seja seguro, protegido por senha e em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Leia também: Como funciona um prontuário eletrônico

✅ Boas práticas e erros comuns no uso do prontuário psicológico

Boas práticas:

  • Registrar após cada sessão

  • Utilizar linguagem técnica e objetiva

  • Arquivar documentos separados do prontuário (ex: testes)

  • Atualizar sempre que houver mudanças significativas

Erros comuns:

  • Esquecer de registrar sessões

  • Usar termos vagos ou julgamentos subjetivos

  • Compartilhar informações sem autorização

  • Misturar avaliações técnicas com relatos pessoais do psicólogo

Impacto na qualidade do cuidado e proteção legal

Um prontuário bem feito é fundamental para a qualidade do cuidado em saúde mental. Ele permite o acompanhamento contínuo do paciente, facilita a comunicação entre profissionais e protege o psicólogo em situações legais, servindo como prova em processos disciplinares e judiciais. Além disso, contribui para a transparência e o respeito aos direitos do paciente.

🔮 Tendências no uso do prontuário psicológico

As novas tecnologias estão transformando o uso do prontuário. Veja as principais inovações:

Tendência Benefício para o psicólogo
Prontuário integrado à IA Sugestões automáticas de evolução e anamnese
Interoperabilidade Comunicação com médicos, psiquiatras e terapeutas
Análise de dados clínicos Identificação de padrões comportamentais

Conclusão

O prontuário psicológico é muito mais do que um documento obrigatório: é um instrumento de cuidado, ética e proteção para pacientes e profissionais. Com a digitalização e o avanço da telepsicologia, investir em boas práticas de registro, organização e segurança é essencial para garantir um atendimento de excelência, seguro e alinhado à legislação vigente. Mantenha seu prontuário sempre atualizado e conte com a tecnologia como aliada na sua prática clínica!

FAQ (Perguntas Frequentes)

 

O que é prontuário psicológico?

O prontuário psicológico é um documento elaborado pelo psicólogo para registrar todas as informações relevantes sobre o acompanhamento de um paciente. Ele reúne dados pessoais, histórico clínico, motivo do atendimento, evolução do tratamento, intervenções realizadas e encaminhamentos, servindo como base para monitorar o progresso, garantir a qualidade do cuidado e facilitar a comunicação entre profissionais.

Como fazer prontuário psicológico?

Para fazer um prontuário psicológico adequado, é importante seguir uma estrutura clara, começando pela identificação do paciente, seguida da avaliação da demanda (motivo da busca pelo atendimento), definição dos objetivos do trabalho, registro detalhado das sessões e evolução, além de encaminhamentos ou encerramento do caso. O documento pode ser físico ou digital, mas deve ser organizado, objetivo, atualizado após cada sessão e de fácil compreensão para outros profissionais que possam vir a consultá-lo.

Como fazer evolução de prontuário psicológico?

A evolução do prontuário psicológico consiste em registrar, de forma cronológica, as mudanças observadas no paciente ao longo do tratamento. Isso inclui respostas às intervenções, avanços ou dificuldades, ajustes na abordagem terapêutica e eventos relevantes ocorridos entre as sessões. A evolução pode ser feita em tópicos ou de forma descritiva, sempre mantendo objetividade, clareza e foco nos aspectos clínicos e comportamentais que impactam o processo terapêutico.

O que deve constar no prontuário psicológico?

O prontuário psicológico deve conter, no mínimo: identificação do paciente, avaliação da demanda, objetivos do tratamento, registro da evolução das sessões, procedimentos técnico-científicos adotados, encaminhamentos ou encerramento do caso, e arquivamento de documentos complementares. Também é importante incluir data e assinatura do profissional em cada registro, garantindo a rastreabilidade e a segurança das informações.

O que escrever no prontuário psicológico?

No prontuário psicológico, o psicólogo deve escrever informações objetivas, claras e relevantes para o acompanhamento do paciente. Isso inclui dados observáveis, descrição das intervenções, reações do paciente, mudanças percebidas, tarefas propostas, encaminhamentos e qualquer informação que contribua para o entendimento do caso. Evite julgamentos pessoais ou informações desnecessárias, priorizando sempre o sigilo e o respeito à privacidade do paciente

Redação

Redação é o time de especialistas em conteúdo da Portal Telemedicina, responsável por criar e compartilhar informações atualizadas e relevantes sobre tecnologia em saúde, telemedicina e inovações no setor.

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