O CID F90 faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e refere-se aos transtornos hipercinéticos, sendo o F90.0 o código específico para o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Esse transtorno é caracterizado por um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que interfere no funcionamento social, acadêmico ou profissional da pessoa.
O reconhecimento dos transtornos hipercinéticos, hoje classificados como TDAH, evoluiu ao longo do século XX. Inicialmente, quadros de hiperatividade e impulsividade em crianças eram atribuídos a “dano cerebral mínimo” ou “disfunção cerebral mínima”, com explicações pouco precisas. Na década de 1920, epidemias como a encefalite letárgica ajudaram a identificar sintomas comportamentais pós-encefálicos, incluindo hiperatividade.
Nos anos 1960, o termo “Reação Hipercinética da Infância” foi incluído no DSM-II, marcando o reconhecimento formal do transtorno. Ao longo das décadas seguintes, os critérios diagnósticos foram refinados, com maior ênfase na desatenção, impulsividade e hiperatividade. O DSM-III (1980) passou a focar mais no excesso de movimento e na incapacidade de inibição dos impulsos, enquanto o DSM-V e o CID-11 trouxeram critérios mais amplos, considerando fatores sociais, familiares e escolares, além de reconhecer o TDAH em adultos. Hoje, o TDAH é entendido como um transtorno neurobiológico real, com causas genéticas e manifestações clínicas variadas, e não apenas como um problema de comportamento
Os sintomas do TDAH se dividem em dois grandes grupos:
Esses sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses, ser inadequados para a idade e causar prejuízo significativo na vida cotidiana.
O CID F90 possui subtipos importantes:
É possível que o TDAH ocorra junto de outros transtornos, como autismo (F84), transtornos de aprendizagem ou deficiência intelectual (F70).
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O diagnóstico é clínico e deve ser feito por especialistas como psiquiatra, neurologista, neuropediatra ou psicólogo, após avaliação detalhada dos sintomas, histórico familiar, desempenho escolar e social. Não existe um exame laboratorial específico para TDAH, mas testes neuropsicológicos e questionários padronizados podem ajudar na avaliação. É fundamental diferenciar o TDAH de outros transtornos ou dificuldades temporárias, como problemas emocionais, ansiedade ou situações de estresse.
O tratamento do TDAH é individualizado e pode envolver:
O acompanhamento multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento.
Embora o TDAH seja mais diagnosticado na infância, muitos sintomas persistem na vida adulta, impactando o desempenho profissional, relacionamentos e organização pessoal. O diagnóstico em adultos pode ser mais desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com ansiedade, depressão ou estresse. O tratamento segue princípios semelhantes, com foco em terapia, organização da rotina e, quando indicado, uso de medicação.
Identificar se você tem TDAH envolve mais do que observar sintomas isolados. O diagnóstico é clínico e requer avaliação de um profissional de saúde mental, como psiquiatra, neurologista ou psicólogo. No entanto, alguns sinais podem indicar a necessidade de buscar ajuda: dificuldade persistente de atenção, organização, memória, controle de impulsos e inquietação desde a infância, com impacto negativo em diferentes áreas da vida (escola, trabalho, relacionamentos).
Existem testes de triagem, como o ASRS-18, que podem ser feitos online como um primeiro passo para identificar sintomas sugestivos do transtorno. Esses testes não substituem a avaliação médica, mas ajudam a sinalizar a necessidade de investigação. Para o diagnóstico, é fundamental que os sintomas estejam presentes antes dos 12 anos, persistam por pelo menos seis meses e não sejam explicados por outros transtornos mentais. Se você se identifica com esses sinais, procure um especialista para uma avaliação detalhada.
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O TDAH impacta significativamente a rotina, tanto de crianças quanto de adultos. Entre os desafios mais comuns estão a dificuldade de organização, esquecimento de compromissos, perda de objetos, procrastinação, impulsividade, atraso em tarefas e dificuldade de manter o foco em atividades prolongadas ou monótonas. No ambiente escolar, pode levar a baixo rendimento, dificuldades de aprendizagem e problemas de relacionamento com colegas e professores.
Na vida adulta, o TDAH pode causar instabilidade profissional, dificuldade em manter rotinas, problemas de planejamento, maior incidência de acidentes, relacionamentos instáveis e sensação frequente de frustração. Estratégias como criar rotinas estruturadas, usar lembretes, dividir tarefas em etapas menores, priorizar atividades e buscar apoio profissional são fundamentais para minimizar o impacto do transtorno no cotidiano
A conduta médica para o CID F90.0 (TDAH) segue protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas reconhecidas. O primeiro passo é a avaliação clínica e psicossocial completa, preferencialmente realizada por uma equipe multidisciplinar, incluindo psiquiatra, pediatra, neurologista ou neuropediatra. O diagnóstico é baseado em critérios do DSM-5 e envolve entrevistas, questionários, coleta de informações de familiares e professores, além de exclusão de outras causas para os sintomas.
Em crianças pequenas, prioriza-se a terapia comportamental e o treinamento de pais e professores. Para crianças em idade escolar e adolescentes, a combinação de terapia comportamental com medicamentos estimulantes (metilfenidato, lisdexanfetamina) costuma ser mais eficaz. Em adultos, a lisdexanfetamina é a principal opção farmacológica. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e intervenções psicossociais são recomendadas em todas as idades, ajudando no desenvolvimento de habilidades adaptativas, organização, autocontrole e autoestima. O acompanhamento regular é fundamental para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar estratégias conforme necessário.
A telemedicina tem sido uma aliada importante no acompanhamento do TDAH. Consultas online facilitam o acesso a especialistas, principalmente em regiões com poucos profissionais, e permitem o monitoramento regular dos sintomas, ajuste de tratamento e orientação a familiares e professores. Aplicativos e plataformas digitais também podem auxiliar no registro de sintomas e na organização da rotina.
O TDAH também influencia o ambiente de trabalho em clínicas e hospitais, tanto para colaboradores quanto para pacientes. Profissionais com TDAH podem enfrentar desafios como dificuldade de concentração, organização, cumprimento de prazos e gerenciamento do tempo, o que pode afetar a produtividade e a qualidade do atendimento. Para lidar com essas questões, é importante que gestores adotem estratégias de inclusão, como ambientes de trabalho mais silenciosos, flexibilização de horários, uso de ferramentas de organização e comunicação clara.
Além disso, clínicas e hospitais devem estar preparados para identificar sinais de TDAH em pacientes, oferecendo suporte multidisciplinar e encaminhamento para diagnóstico e tratamento adequados. O uso de plataformas digitais e telemedicina pode facilitar o acompanhamento, a troca de informações entre equipes e a personalização do cuidado. O apoio institucional, aliado à compreensão das necessidades específicas desses profissionais e pacientes, contribui para um ambiente mais saudável, produtivo e inclusivo.
O CID-11, versão mais recente da classificação da OMS, trouxe mudanças na definição e nos critérios diagnósticos dos transtornos hipercinéticos, alinhando-se ao DSM-5 e ampliando a compreensão sobre o TDAH em diferentes idades e contextos. Fique atento às atualizações e consulte sempre fontes confiáveis.
O CID F90 representa um dos transtornos mais estudados e debatidos da psiquiatria infantil e adulta. O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para melhorar a qualidade de vida de quem convive com o TDAH. Se você suspeita desse quadro em si mesmo, em seu filho ou aluno, procure orientação especializada. A informação correta e o acompanhamento profissional fazem toda a diferença.
O CID F90 é o código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) que identifica os transtornos hipercinéticos, sendo o mais comum o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Ele descreve uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, geralmente com início na infância e que pode persistir na vida adulta.
Ter o diagnóstico de CID F90 (TDAH) não garante automaticamente o direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS). Para ter acesso ao benefício, é preciso comprovar que o TDAH causa impedimentos de longo prazo que dificultam a vida independente e a participação social, além de atender ao critério de baixa renda familiar. Cada caso é avaliado individualmente pelo INSS e, em alguns casos, pode ser necessário recorrer à Justiça para obter o benefício, como já ocorreu em decisões judiciais recentes. Portanto, o direito ao LOAS depende da gravidade do quadro, do impacto funcional e da situação socioeconômica da família, não apenas do diagnóstico do CID F90.
Não. Embora os sintomas geralmente comecem na infância, o TDAH pode persistir na adolescência e vida adulta.
Nem sempre. Muitos casos podem ser manejados apenas com intervenções comportamentais e apoio psicopedagógico. A decisão deve ser individualizada.
Não. O TDAH é um transtorno neurobiológico, com fatores genéticos e ambientais, e não resulta de falhas na educação.
A avaliação deve ser feita por profissionais experientes, considerando histórico, sintomas, contexto familiar e escolar, além de descartar outras causas.
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