O teste ergométrico, também conhecido como teste de exercícios, é o exame médico que verifica as respostas clínica, hemodinâmica, autonômica, eletrocardiográfica, metabólica e eventualmente ventilatória do paciente submetido a uma atividade que requer esforço físico em uma esteira ou cicloergômetro.
A combinação dos resultados colhidos no teste ergométrico permite o diagnóstico de doenças cardiovasculares, além de acompanhar resultados de tratamentos, avaliar a capacidade funcional e condição aeróbica de atletas, entre outros. Para tanto, equipamentos são acoplados no paciente para monitorar como a pressão arterial e a frequência cardíaca se comportam durante os exercícios.
Confira a seguir quais as indicações para este exame, o passo a passo de como deve ser feito, que tipo de orientações o profissional da medicina deve passar ao paciente e a que parâmetros deve estar atento. Veja também como é possível otimizar recursos e ter maior facilidade de acesso a especialistas em laudos deste exame por meio da telemedicina.
A médica cardiologista Ana Rachel Zollner explica que o teste ergométrico avalia a função cardiorrespiratória e o comportamento do sistema cardiocirculatório durante o esforço físico. Ele verifica se há presença de arritmias, anormalidades da pressão arterial, surgimento de sopros, falência do ventrículo esquerdo e é capaz de detectar isquemia miocárdica.
Serve também para avaliação da capacidade funcional e acompanhamento da evolução e prognóstico de doenças cardíacas já diagnosticadas. De acordo com diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), por meio deste exame é possível:
Segundo Ana Rachel, o exame traz mais evidências quando recomendado a pacientes com probabilidade intermediária (acima de 40 anos com dor torácica típica ou atípica), diabéticos e assintomáticos (com mais de 40 anos, no caso dos homens, ou 55, entre as mulheres) que desejam iniciar atividade física ou que ocupam profissões de risco.
O teste ergométrico necessita de uma série de equipamentos com sistemas interligados e conectados a um computador central que faz o controle de toda a operação. Veja quais são os aparelhos necessários, de acordo com a normatização de técnicas e equipamentos para realização de exames em ergometria.
As esteiras costumam ser o tipo de ergômetro mais utilizado, embora tenham custo mais elevado. Elas precisam cumprir alguns requisitos obrigatórios, como ter capacidade para pacientes de até 157,5 quilos, oferecer programação automática de velocidade, inclinação e uma plataforma de, no mínimo, 127 cm de comprimento e 40.64 cm de largura.
Já o cicloergômetro é uma alternativa para realização do teste em pacientes com limitações de locomoção e quando se deseja adquirir ecocardiograma ou imagens cintilográficas para estudar a função ventricular. Também é indicado para avaliação de ciclistas. A qualidade do traçado eletrocardiográfico e da medida da pressão arterial tendem a ser melhores neste tipo de aparelho.
A escolha do tipo de ergômetro a ser utilizado deve ser feita de acordo com a situação de cada paciente e objetivo do exame, levando em conta que a resposta fisiológica é diferente para a esteira e para a bicicleta. O protocolo, a carga e inclinação da esteira variam de paciente para paciente e são aplicadas de acordo com a capacidade do indivíduo, com base na pré-avaliação do médico.
O Cicloergômetro de braço é um aparelho que funciona como alternativa para pacientes paraplégicos ou com dificuldade de locomoção dos membros inferiores. Este tipo de exame pode ser indicado também para trabalhadores que precisam movimentar basicamente os membros superiores durante as atividades.
O aparelho mais recomendado é o manômetro de coluna de mercúrio, que deverá ser colocado na altura do coração do paciente.
Também precisam fazer parte do conjunto de equipamentos para realização do teste ergométrico:
Como toda a execução do teste é controlada por uma central de computador, averiguar a qualidade do software adquirido é tão importante quanto pesquisar sobre a qualidade dos equipamentos utilizados no exame antes de comprá-los.
O programa de computador para o teste ergométrico deve permitir novas configurações e atualizações, oferecer assistência técnica acessível, além de disponibilizar pelo menos os recursos mínimos necessários para a realização de um exame confiável.
Leia também: Telemedicina cardiológica: o que é, como funciona e quais os benefícios para clínicas e hospitais
Uma boa interpretação do teste ergométrico requer uma aprofundada análise clínica do paciente antes, além de avaliações do histórico do mesmo. Fatores como idade, gênero, probabilidade genética de ter alguma doença cardíaca e ligação com fatores de risco são importantes para o contexto da avaliação.
Ana Rachel Zollner diz que os parâmetros avaliados durante o exame são:
Segundo a médica cardiologista, as variáveis clínicas avaliadas envolvem: dor precordial e suas características, sintomas como cianose, falta de ar e esgotamento dos membros inferiores.
“A própria capacidade física é uma variável importante, sendo possível avaliar o cansaço pela escala de Borg, uma vez que essa avaliação é bem subjetiva”, completa.
O teste ergométrico não é recomendado a pacientes com embolia pulmonar, enfermidade aguda, febril ou grave, limitação física ou psicológica, intoxicação medicamentosa e com distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos não corrigidos.
Há também situações em que há contraindicações relativas, como em casos de insuficiências valvares graves, taquiarritmias, bradiarritmias e arritmias ventriculares complexas. Caberá ao médico avaliar a situação do paciente e decidir se o exame é ou não indicado.
Antes da realização do teste ergométrico, o médico deve explicar ao paciente todas as informações relativas a justificativa do exame, quais os riscos e como será a recuperação do paciente. Todas estas informações devem ser documentadas em um Termo de Consentimento Esclarecido que o paciente deve assinar para mostrar que, após receber todas as informações necessárias, aceita fazer o exame.
Alguns cuidados pré-exame são importantes, como evitar o uso de cremes que possam dificultar a fixação dos eletrodos no tórax do paciente ou dificultar a leitura do equipamento. Também é importante que o médico oriente o paciente a:
O teste ergométrico deve ser acompanhado por um médico especialista neste tipo de exame e equipe técnica devidamente preparada tanto para a realização do procedimento como para atuar em casos de emergência.
É recomendado que o exame seja realizado em ambiente hospitalar devido ao risco de complicações, mas também pode ser feito em clínicas, desde que atendam a todas as recomendações relacionadas à infraestrutura e tenham medicamentos e equipamentos para procedimentos de suporte básico e avançado de vida disponíveis.
Antes do início da prova, o médico deve fazer uma breve entrevista com o paciente com base nas informações repassadas pelo médico que solicitou o exame, além de um exame físico para que possa classificar o risco pré-teste e se há alguma contraindicação.
Para fazer o teste também é preciso que o paciente tenha passado por um eletrocardiograma de 12 derivações em repouso imediatamente antes do início do esforço para que sejam comparados os traçados. O teste ergométrico só tem sequência se o paciente não tiver apresentado nenhuma alteração que possa ser arriscada para o exame.
Cumpridas todas estas etapas, o médico que aplicará o teste ergométrico conduzirá o paciente até o equipamento (esteira ou cicloergômetro). O tempo de preparação para o exame dura em média 20 minutos e o período no exercício 13 minutos. A intensidade da atividade física é elevada de forma gradativa e sempre adaptada à vontade do paciente, por isso é importante que o médico conduza o processo com muito diálogo de forma a transmitir tranquilidade.
A atividade pode ser interrompida a qualquer momento pelo profissional que está fazendo o acompanhamento caso ele identifique algum fator de risco para a continuidade do exame.
O paciente segue sob monitoramento em período de aproximadamente oito minutos após a atividade física, já que o exame só é concluído após os batimentos cardíacos voltarem ao estado de repouso.
O médico responsável pelo acompanhamento do paciente durante o teste deve observar e anotar quaisquer sinais e sintomas do paciente frente ao esforço realizado durante o exame, como palidez, tontura, estafa física e dispneia.
Como foi possível analisar neste artigo, o teste ergométrico deve ser realizado sempre com a presença de um médico e um resultado de qualidade depende de um bom equipamento e condução do exame e uma análise aprofundada das variáveis.
Por isso, a recomendação é que um profissional cardiologista faça a emissão de laudos. Uma forma de otimizar esta etapa e garantir acesso a bons profissionais, principalmente em clínicas ou hospitais com dificuldade de acesso a especialistas, é a telemedicina.
Além de garantir laudos detalhados e completos feitos por profissionais referência neste exame, a utilização deste método ajuda na otimização de recursos. Se você ainda tem dúvidas de como isso funciona e de que forma pode beneficiar a sua clínica médica, entre em contato com a Portal Telemedicina e fale com um de nossos consultores.
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