Exames Médicos

Exame Holter 24 horas: ferramenta essencial para o cardiologista

5 min. de leitura

exame-holter-24hO exame holter 24 horas é bastante conhecido e difundido no cotidiano dos médicos clínicos e cardiologistas. E mesmo após décadas de utilização na prática diária e o desenvolvimento de outras tecnologias, é um método diagnóstico ainda muito útil.

Dentre os casos em que o holter pode auxiliar o clínico fornecendo informações importantes, podemos citar os pacientes com:

  • Queixas e sintomas diários, frequentes, incapacitantes e sem diagnóstico;
  • Cardiopatias que possam comprometer a função elétrica do coração, por exemplo, pacientes com insuficiência cardíaca ou que já sofreram infarto;
  • Necessidade de tratamento crônico com medicamentos que possam alterar os batimentos e aumentar a chance de arritmias;
  • Arritmias conhecidas e necessidade de avaliação do tratamento clínico ou após algum procedimento como, por exemplo, a ablação.

 

A realização do holter 24 horas

A técnica para aquisição do exame de forma correta é simples e o aparelho pode ser colocado no paciente por qualquer profissional de saúde bem treinado. 

Quando bem colocado, o aparelho fornece dados muito relevantes sobre como o coração do paciente está funcionando, sobretudo na parte elétrica. 

Dados como frequência cardíaca, pausas, quantificação de arritmias, alterações do segmento ST e correlação com sintomas são os principais achados relatados no laudo do exame. 

E ainda dá, inclusive, para comparar o comportamento desses achados entre as diversas fases do dia, como no período de vigília e de sono. 

Leia também: Como funciona o exame de ressonância cardiovascular

Melhores práticas, preparo e parâmetros médicos do Holter 24 horas

A seguir, colocamos algumas dicas para melhorar a utilização desse exame diagnóstico:

1. Em relação ao preparo e orientação do paciente

  • No dia do exame, é importante que o paciente faça suas atividades diárias normalmente, como se não estivesse com o aparelho, incluindo atividades físicas;
  • Se o paciente sente palpitações ou dor torácica quando está sob estresse físico ou mental, por exemplo, é importante que ele tente reproduzir essas situações no dia do exame;
  • Se ocorrerem sintomas durante o exame, é muito importante relatá-los no diário do paciente;
  • O contato direto do eletrodo com a pele do paciente é fundamental para um exame de boa qualidade. O paciente deve ser orientado a não passar creme hidratante no tórax no dia do exame. O eletrodo deve ser devidamente posicionado e fixado na pele, assim como os cabos e o aparelho.

2. Parâmetros médicos que necessitam atenção do profissional assistente

  • É importante analisar a frequência cardíaca (FC) média e avaliar o comportamento da FC durante os períodos de sono, de vigília e durantes as atividades do paciente;
  • As pausas, quando presentes, devem ser identificadas nos exemplos e analisadas quanto à provável causa. Em regra geral, pausas acima de 3 segundos podem trazer repercussões graves;
  • As arritmias devem ser analisadas pelo aspecto da quantidade, duração e pela variação de morfologia e, ainda, pela associação com sono e atividades físicas;
  • Por fim, a correlação dos sintomas com alterações eletrocardiográficas é parte muito importante do exame.

Como funciona o laudo do Holter via telemedicina?

Atualmente existem várias centrais de telemedicina que conseguem fornecer laudos à distância para exames de holter. Os dados coletados no exame são enviados em forma de arquivo eletrônico para uma central, lá o médico especialista analisa, emite o laudo, e retorna o exame pronto para o médico que está cuidando do paciente. 

Esse formato traz mais agilidade e confiabilidade ao método, pois conecta o paciente atendido em qualquer lugar do país com uma equipe de médicos especialistas com experiência em arritmias, localizados em uma central de telemedicina. 

O ideal é que esses exames sejam laudados por médicos experientes e com formação específica em arritmias. É isso que fazemos diariamente aqui na Portal Telemedicina.

Dr. Eraldo Ribeiro Ferreira Leão de Moraes

Doutor em ciências pela UNIFESP/Escola Paulista de Medicina. Cardiologista Pós-graduado em Arritmia Clínica e Eletrofisiologia Clínica e Invasiva pela Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina. Titular Especialista em Cardiologia pela SBC (RQE 8449). Titular Especialista em Eletrofisiologia Clínica e Invasiva pela SOBRAC (RQE 8450). Titular Especialista em Marca-passo pelo DECA-SBCCV (RQE 13300).

Conteúdos recentes

CID J00: O que significa e como tratar a rinite nasofaringite aguda (resfriado comum)

O que é o CID J00 O CID J00 é o código da Classificação Internacional…

8 de agosto de 2025

Relatório de enfermagem: O que é, tipos, como fazer e exemplos

O relatório de enfermagem é um documento essencial na rotina hospitalar e domiciliar, pois registra…

7 de agosto de 2025

Nutrição para gestantes: Como o acompanhamento por telemedicina pode fazer a diferença

A gestação constitui um período de profundas adaptações fisiológicas e metabólicas, demandando uma terapia nutricional…

6 de agosto de 2025

CID J11: Entenda o código da gripe sem vírus identificado + sintomas, uso e atestado

O CID J11 é o código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) que se refere…

4 de agosto de 2025

Anamnese nutricional: O que é e como fazer

A anamnese nutricional é uma etapa fundamental na prática clínica de nutricionistas e profissionais da…

29 de julho de 2025

Anamnese terapêutica: O que é, como fazer e quando encaminhar o paciente

A anamnese terapêutica é o primeiro passo para um atendimento de excelência em saúde mental…

28 de julho de 2025