Exames Médicos

Eixo cardíaco no ECG: O que é, como identificar e interpretar corretamente

5 min. de leitura

O que é o eixo cardíaco no ECG? O eixo cardíaco é a direção predominante do impulso elétrico ventricular durante a despolarização no plano frontal. Representa a “rota elétrica” seguida pelo estímulo do coração e é visualizado por meio do eletrocardiograma (ECG), especialmente nas derivações dos membros. Analisar esse eixo é fundamental para detectar alterações anatômicas, funcionais ou patológicas.

Por que é importante analisar o eixo cardíaco?

  • Identifica sobrecargas ventriculares.
  • Ajuda a diagnosticar bloqueios de ramo e hemibloqueios.
  • Pode revelar infartos, doenças pulmonares ou alterações na posição do coração.
  • Auxilia na detecção de erros técnicos na colocação dos eletrodos.

Intervalos de normalidade e desvios do eixo cardíaco

Intervalo (graus) Situação
-30° a +90° Eixo normal
-30° a -90° Desvio à esquerda
+90° a 180° Desvio à direita
-90° a -180° Eixo indeterminado

Possíveis causas para desvios

  • Desvio à esquerda: hipertrofia do VE, hemibloqueio anterior esquerdo, infarto inferior.
  • Desvio à direita: DPOC, embolia pulmonar, hipertrofia do VD.
  • Eixo indeterminado: arritmias graves ou erro na colocação dos eletrodos.

Leia também: Principais erros no ECG

 

Métodos para identificar o eixo cardíaco

      1. Técnica dos Quadrantes (D1 e aVF)

  • QRS positivo em D1 e aVF: eixo normal.
  • Positivo em D1 e negativo em aVF: desvio à esquerda.
  • Negativo em D1 e positivo em aVF: desvio à direita.
  • Negativo em D1 e aVF: eixo indeterminado.

    2. Método da Derivação Equifásica
  • Localize a derivação com QRS mais isodifásico (positivo e negativo em proporções semelhantes).
  • O eixo estará aproximadamente perpendicular a essa derivação.

    3. Cálculo Vetorial (avaliação quantitativa)

  • Usado em contextos mais avançados ou sistemas automáticos com software.

Exemplos práticos

  • Paciente com DPOC: desvio à direita no ECG.
  • Idoso hipertenso: desvio à esquerda pode indicar hipertrofia do VE.
  • Pós-infarto: alteração no eixo sugere necrose miocárdica.

Erros comuns a evitar

  • Posicionamento incorreto dos eletrodos.
  • Análise isolada do eixo, sem considerar o contexto clínico.
  • Confundir desvio fisiológico (atletas, jovens) com patológico.

Fisiologia do eixo elétrico ventricular

O eixo elétrico dos ventrículos reflete a somatória vetorial da despolarização ventricular no plano frontal. Em um coração anatomicamente normal, esse vetor tende a se orientar entre 0° e +90°. Alterações anatômicas, sobrecarga ventricular ou distúrbios de condução influenciam diretamente essa direção.

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Eixo cardíaco em crianças e atletas

Em recém-nascidos e lactentes, o eixo tende a ser mais à direita devido à dominância do ventrículo direito. Já em atletas, pode ocorrer desvio fisiológico, principalmente à esquerda, por hipertrofia ventricular adaptativa — sem significado patológico.

Orientações para pacientes

  • Um laudo indicando “eixo desviado” não é motivo de pânico, mas merece avaliação médica.
  • Informe seu médico sobre sintomas como dor no peito, falta de ar ou palpitações.

Integração com a telemedicina

Plataformas de telediagnóstico, como a da Portal Telemedicina, usam algoritmos que identificam automaticamente o eixo cardíaco e sinalizam desvios para médicos especialistas. Laudos digitais aceleram a tomada de decisão, com integração a prontuários eletrônicos.

Conclusão

Dominar a análise do eixo cardíaco é essencial para interpretações mais precisas do ECG. Ao compreender os tipos de desvio, suas causas e como identificá-los corretamente, profissionais da saúde podem otimizar diagnósticos e intervenções clínicas com segurança e agilidade.

Perguntas frequentes (FAQ)

 

Ter eixo cardíaco desviado sempre indica doença?

Nem sempre. Variações fisiológicas podem ocorrer, mas é importante investigar causas patológicas.

 

O eixo pode mudar ao longo da vida?

Sim, especialmente em situações de crescimento, envelhecimento ou desenvolvimento de doenças cardíacas/pulmonares.

 

Como diferenciar desvio fisiológico de patológico?

A avaliação clínica e exames complementares são essenciais para a diferenciação.

Redação

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