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Calibração de ECG: Como garantir precisão, segurança e conformidade

7 min. de leitura

A calibração de ECG (eletrocardiógrafo) é um processo fundamental para a segurança do paciente, a precisão dos diagnósticos e o cumprimento das normas técnicas em clínicas, hospitais e consultórios. Neste artigo, você vai entender o que é calibração de ECG, por que ela é obrigatória, como é feita, quais normas seguir e como evitar erros que podem comprometer a saúde e a reputação da sua instituição.

O que é a calibração de ECG e por que ela é tão importante?

A calibração de um eletrocardiógrafo consiste na verificação e ajuste de parâmetros técnicos como amplitude do sinal cardíaco, velocidade do traçado e segurança elétrica. O objetivo é garantir que:

  • 1 mV de sinal cardíaco represente exatamente 10 mm no traçado;
  • a velocidade de registro seja de 25 mm por segundo (mm/s);
  • o traçado do eletrocardiograma esteja fiel à atividade elétrica do coração.

Erros nesses parâmetros podem causar interpretações equivocadas, como falsas arritmias, sobrecargas cardíacas ou até diagnósticos errados de infarto.

Quando a calibração do eletrocardiógrafo é obrigatória?

De acordo com a RDC 02/2010 da ANVISA e a norma NBR 15493, a calibração do ECG é obrigatória e deve ser realizada:

  • Anualmente, como parte do plano de manutenção preventiva;
  • Após qualquer manutenção corretiva ou troca de peças;
  • Sempre por empresas certificadas com rastreabilidade à RBC e INMETRO.

Além disso, o certificado de calibração do ECG é exigido em auditorias sanitárias e pode impactar diretamente na renovação do alvará da clínica ou hospital.

Etapas do processo de calibração do ECG

A calibração de um equipamento de ECG envolve várias etapas técnicas padronizadas, incluindo:

⚙️ Verificação de parâmetros técnicos

  • Amplitude do sinal: Confirma que 1 mV = 10 mm no traçado.

  • Velocidade do papel ou tela: Garante que o ECG avance a 25 mm/s.

🧪 Testes com simuladores de ECG

  • Equipamentos de referência geram sinais cardíacos padronizados para comparar com a resposta do aparelho em teste.

⚡ Avaliação da segurança elétrica

  • Verificação de cabos, conectores, aterramento e isolamento elétrico, prevenindo riscos ao paciente.

📄 Emissão do certificado de calibração

  • Documento técnico com parâmetros verificados, incertezas de medição e conformidade com as normas.

Leia mais: Como fazer eletrocardiograma

O que acontece se o ECG não estiver calibrado corretamente?

🩺 Riscos clínicos

  • Diagnósticos incorretos, atrasos no tratamento ou intervenções desnecessárias.

📉 Prejuízo à reputação

  • Clínicas ou hospitais que não seguem normas podem perder credibilidade no mercado e pacientes.

🚫 Penalidades legais

  • Multas, interdição de serviços e perda do alvará sanitário.

Diferença entre calibração e manutenção preventiva

  • Calibração de ECG: Foca nos ajustes técnicos e validações dos parâmetros de sinal.

  • Manutenção preventiva: Inclui limpeza, troca de peças, verificação de software e testes gerais do funcionamento.

Ambos os processos são complementares e essenciais para garantir a vida útil do equipamento e a segurança nos laudos médicos.

guia de telemedicina cardiológica

Checklist: Como preparar seu equipamento para a calibração

  1. Verifique cabos, conectores e limpeza geral do aparelho.

  2. Separe o último certificado de calibração e o manual técnico.

  3. Deixe o equipamento em local acessível para testes.

  4. Contrate empresa com certificação RBC/INMETRO.

Calibração de ECG em unidades de telemedicina

Em ambientes de telemedicina, onde o ECG é realizado em unidades remotas, a calibração é ainda mais crítica. Plataformas de laudos à distância exigem alta precisão dos traçados cardíacos, pois qualquer distorção pode comprometer a validade clínica do resultado.

A integração com softwares médicos e sistemas PACS reforça a necessidade de equipamentos calibrados e auditáveis.

Erros comuns na calibração e como evitar

  • Traçado ampliado (2N): Pode simular hipertrofia ventricular. Verifique a escala no cabeçalho do exame.

  • Velocidade incorreta do traçado: Dificulta o cálculo de intervalos cardíacos, como o QT e o PR.

  • Falta de certificado atualizado: Gera autuações e questionamentos legais da Vigilância Sanitária.

Conclusão: Calibração é segurança, conformidade e qualidade

Manter o eletrocardiógrafo calibrado é um requisito técnico, legal e clínico. Além de garantir a segurança do paciente, a calibração contribui para a precisão diagnóstica, evita multas e protege a reputação da instituição de saúde.

Não negligencie esse processo. Invista em calibração periódica, documentação atualizada e profissionais qualificados — e garanta que seus laudos ECG sejam sempre confiáveis, seja no hospital, na clínica ou via telemedicina.

 

Perguntas frequentes (FAQ)

 

Preciso calibrar um ECG novo?

Sim, mesmo equipamentos novos devem ser verificados antes do primeiro uso clínico.

Com que frequência devo calibrar meu ECG?

Recomenda-se calibração anual ou após qualquer manutenção corretiva.

Como escolher uma empresa de calibração?

Prefira empresas certificadas pela RBC/INMETRO e que emitam certificado rastreável.

Você sabia que a falta de calibração do ECG pode gerar diagnósticos errados e colocar o paciente em risco?

Um eletrocardiógrafo (ECG) fora de calibração pode apresentar traçados distorcidos, alterar a amplitude das ondas e a velocidade do registro, levando o médico a interpretar de forma equivocada o exame. Isso pode resultar em diagnósticos incorretos, atrasar tratamentos ou até causar intervenções desnecessárias, colocando a segurança do paciente em risco. Por isso, a calibração periódica do ECG é fundamental para garantir a precisão dos resultados e a confiança clínica.

Como saber se o seu equipamento está dentro das normas da ANVISA?

Para garantir que seu ECG está em conformidade com as normas da ANVISA, verifique se a calibração do equipamento está em dia, com certificado válido emitido por empresa ou laboratório rastreado pela RBC/INMETRO. O certificado deve detalhar os parâmetros técnicos avaliados, como amplitude, velocidade e segurança elétrica, e estar disponível para apresentação em fiscalizações. Além disso, o equipamento deve seguir as recomendações da RDC 02/2010 da ANVISA e da NBR 15493, que estabelecem padrões obrigatórios para o uso seguro de dispositivos médicos em ambientes de saúde.

Redação

Redação é o time de especialistas em conteúdo da Portal Telemedicina, responsável por criar e compartilhar informações atualizadas e relevantes sobre tecnologia em saúde, telemedicina e inovações no setor.

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