Em um cenário de rápida e constante evolução tecnológica, a busca por alternativas inovadoras para cuidar da saúde mental ganha força. Assim, a terapia online emerge como uma prática que transcende as barreiras físicas, possibilitando o atendimento e acompanhamento psicológico e psiquiátrico pela internet.
Neste artigo vamos abordar a ideia de terapia online, seu funcionamento, a tendência crescente de migração para o ambiente virtual e os requisitos essenciais para oferecer atendimento psicológico online. Além de uma lista de dicas destinadas aos profissionais de saúde mental que visam adentrar o campo digital da assistência terapêutica.
A terapia online, também conhecida como teleterapia, é uma modalidade inovadora de assistência à saúde mental que utiliza plataformas digitais como meio de comunicação entre terapeutas e pacientes.
Através de videochamadas, áudio ou mesmo trocas de mensagens, essa forma de terapia proporciona uma maneira flexível de cuidar da saúde mental e adaptável às necessidades individuais.
A terapia online pode oferecer um espaço seguro para o crescimento pessoal e para a cura emocional tanto quanto o ambiente presencial, desde que as condições para isso sejam devidamente criadas na relação entre o profissional e o paciente.
As sessões devem ocorrer em plataformas seguras, onde a privacidade e a confidencialidade são garantidas por protocolos de segurança digital. Essa comunicação remota também pode permitir uma interação rica em detalhes, mesmo à distância.
Além disso, para além de uma opção, a terapia online é uma tendência que dificilmente será revertida, e já vem moldando o futuro da assistência à saúde mental. O cenário atual pós-pandemia de COVID-19 acelerou o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o campo da psicologia e aumentou a aceitação entre profissionais e pacientes.
A plataforma e-Psi, lançada em novembro de 2018, reúne o registro de profissionais de saúde mental habilitados a atender remotamente. Mais de 168 mil psicólogos estão inscritos e aptos a fazer o atendimento online, o que corresponde a cerca de 40% de todos os cadastrados no Conselho Federal de Psicologia.
Atender na modalidade de terapia online exige preparação para garantir a eficácia e a integridade do atendimento. Entre os elementos mais essenciais, podemos destacar alguns pontos:
Possuir licença adequada para oferecer atendimento online é o primeiro passo. Isso inclui estar atualizado com as regulamentações locais e nacionais. No caso do Brasil, o Conselho Federal de Psicologia exige que o profissional de saúde mental esteja devidamente registrado na plataforma e-Psi. Pacientes também podem utilizar o site para encontrar profissionais habilitados.
A plataforma foi instituída pela Resolução CFP Nº 11/2018, que também estabelece algumas diretrizes para o atendimento online. Entre elas está a proibição de atendimento a pessoas e grupos em situação de urgência e emergência, devendo a assistência a esse público ser feita de maneira presencial. O mesmo é determinado pela resolução quanto ao atendimento de pessoas e grupos em situação de violação de direitos ou violência.
O Conselho regulamentou ainda a terapia online com crianças e adolescentes, permitindo que a prática ocorra desde que haja “o consentimento expresso de ao menos um dos responsáveis legais e mediante avaliação de viabilidade técnica por parte da psicóloga e do psicólogo para a realização desse tipo de serviço”.
Leia também: Regulamentação da teleconsulta no Brasil: o que é permitido no atendimento online?
A escolha de uma plataforma segura e confiável é fundamental para a eficácia da terapia online. Garantir que as informações do paciente estejam protegidas é imperativo para estabelecer a confiança necessária. É recomendado ainda que o profissional evite utilizar ferramentas das quais faz uso no seu dia a dia pessoal, de modo a misturar com sua rotina de atendimentos. O ideal nesse caso é a opção por um software desenvolvido com a finalidade específica de servir como uma plataforma de consultas online.
Questões como a qualidade de conexão, eficiência dos dispositivos utilizados e a criação de um ambiente propício para o atendimento não são aspectos minoritários e devem ser levados em conta. Evitar interrupções ao máximo, como se de fato o atendimento estivesse sendo realizado no consultório fechado do terapeuta é um gesto de consideração mútua na relação entre profissional e paciente.
Além disso, a capacitação dos profissionais de saúde mental em relação à prática da terapia online é igualmente importante. Compreender as nuances dessa modalidade e as peculiaridades da interação virtual são aspectos que exigem pesquisa, treinamento e boa vontade por parte do profissional para estar sempre atualizado no que diz respeito aos avanços tecnológicos.
Leia também: O que é telessaúde e quais os princípios legais
Entrar no universo de saúde digital da terapia online pode ser desafiador, especialmente para profissionais acostumados com a rotina de atendimento presencial em um consultório. Entretanto, algumas dicas podem facilitar esse processo e aprimorar a experiência tanto para terapeutas quanto para pacientes.
O primeiro passo é estar informado sobre todas as orientações técnicas e éticas recomendadas pelo Conselho Federal de Psicologia. Como vimos, o registro no e-Psi é mandatório.
Esclarecer ao paciente quais os recursos tecnológicos estão sendo utilizados e como eles funcionam também é uma obrigação do profissional, a fim de garantir o sigilo das informações e aumentar a confiança no atendimento.
Além disso, para qualquer tipo de serviço psicológico mediado por tecnologias da informação (TICs), é necessário que os registros documentais ou prontuários sejam guardados por pelo menos cinco anos.
Dedique tempo no início de cada sessão para construir uma conexão virtual significativa com o paciente. Esclareça dúvidas sobre essa modalidade de atendimento, quais seus benefícios, limitações e diferenças para o atendimento presencial.
O acolhimento é um aspecto importante do contato no consultório, então é importante encontrar maneiras de transpor isso para a atmosfera digital. Seja pontual e demonstre sua disponibilidade.
Parte dessa construção de uma atmosfera segura e confiável passa também pela escolha do ambiente físico de atendimento do profissional. Atender da própria casa, por exemplo, pode ser uma grande vantagem, porém opte por um local silencioso, com pouco ruído e baixa circulação de pessoas e animais, por exemplo.
Enquadramento da câmera, vestimentas e iluminação também são pontos importantes onde vale gastar um tempo de planejamento antes de atender os pacientes.
Por fim, vale destacar que tudo isso é mais fácil de ser colocado em prática quando há o suporte de boas ferramentas e recursos tecnológicos. Um pacote de internet robusto que evite interrupções e falhas é essencial. Câmera nítida, fones e microfone de qualidade também são investimentos importantes para o profissional que deseja atender remotamente.
Além disso, a escolha do software onde ocorrerá o atendimento é outra questão a ser levada em conta. A plataforma deve apresentar criptografia de ponta a ponta e estar adequada às normas de segurança de dados, como HIPAA e GDPR, além da LGPD brasileira.
Alguns softwares são desenvolvidos especificamente com a finalidade de servir para atendimentos de saúde feitos à distância. Eles costumam apresentar funcionalidades próprias para a interação médico-paciente.
Esse é o caso do SOS Portal, plataforma de teleconsultas da Portal Telemedicina. Saiba mais sobre essa solução.
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