Já falamos aqui no blog sobre as 7 especialidades médicas que são beneficiadas com a telemedicina. A emissão de laudos online, com mais agilidade e precisão, é apenas um dos pontos da medicina do futuro. Neste artigo, vamos falar quais especialidades ganham vantagens com a tecnologia na medicina e terão potencial de assistência ampliado com os avanços que ainda estão por vir.
A evolução tecnológica na medicina começou no início do século XX com a descoberta dos raios-X por Wilhelm Conrad Röntgen. Desde então, a tecnologia tem revolucionado a prática médica. Na década de 1950, a introdução dos marcapassos cardíacos salvou inúmeras vidas, enquanto nos anos 70, o advento da tomografia computadorizada (TC) trouxe uma nova era para diagnósticos por imagem. Atualmente, robótica, inteligência artificial e medicina personalizada estão moldando o futuro da medicina, oferecendo tratamentos cada vez mais eficazes e precisos.
A tecnologia tem desempenhado um papel crucial na medicina preventiva. Dispositivos vestíveis, como smartwatches, monitoram sinais vitais e alertam os usuários sobre anomalias, promovendo um estilo de vida mais saudável e a detecção precoce de doenças. Além disso, aplicativos de saúde permitem que as pessoas acompanhem seus hábitos diários e recebam orientações personalizadas. Isso, combinado com o monitoramento remoto de pacientes, reduz o risco de complicações graves e melhora a qualidade de vida.
A telemedicina revolucionou o acesso aos cuidados de saúde, permitindo que pacientes consultem médicos de forma remota. Isso é especialmente útil em áreas rurais ou para aqueles com mobilidade limitada. Com o uso de plataformas seguras de vídeo e monitoramento remoto de sinais vitais, médicos podem diagnosticar e tratar pacientes à distância. A telemedicina não só aumenta a conveniência, mas também reduz os custos associados às consultas presenciais e melhora a eficiência do sistema de saúde.
Apesar dos avanços, a incorporação da tecnologia na medicina traz desafios significativos. Questões éticas surgem com o uso de inteligência artificial em diagnósticos e tratamentos, como a responsabilidade em caso de erro. A privacidade dos dados médicos é outra preocupação, especialmente com o aumento de ataques cibernéticos. Além disso, a dependência excessiva da tecnologia pode desumanizar o atendimento e criar desigualdades no acesso a tratamentos de ponta, especialmente em países em desenvolvimento.
A robótica tem transformado a cirurgia, oferecendo maior precisão e menor invasividade. Um exemplo notável é o sistema cirúrgico Da Vinci, que permite aos cirurgiões realizar operações complexas com maior controle e menos complicações pós-operatórias. Robôs assistem os médicos em procedimentos delicados, como cirurgias cardíacas e neurológicas, proporcionando melhores resultados para os pacientes e tempos de recuperação mais curtos. A robótica é uma peça fundamental no futuro das cirurgias minimamente invasivas.
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o diagnóstico médico. Com algoritmos de aprendizado de máquina, a IA pode analisar grandes quantidades de dados médicos, incluindo exames de imagem, resultados laboratoriais e históricos médicos, para identificar padrões que podem passar despercebidos aos olhos humanos. Ferramentas como o Google DeepMind e IBM Watson estão ajudando médicos a diagnosticar condições como câncer e doenças cardíacas com mais rapidez e precisão, além de recomendar tratamentos personalizados.
A tecnologia tem transformado a formação de médicos, tornando o aprendizado mais interativo, acessível e eficaz. Plataformas de e-learning permitem que estudantes de medicina acessem materiais de estudo de qualquer lugar, a qualquer momento, democratizando o conhecimento. Além disso, simulações de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) oferecem aos alunos a oportunidade de praticar procedimentos em um ambiente controlado, sem riscos para pacientes reais. Ferramentas de inteligência artificial (IA) auxiliam na interpretação de exames e diagnósticos, permitindo que os futuros médicos desenvolvam habilidades analíticas desde o início de sua formação. A telemedicina também é integrada ao currículo, preparando os estudantes para consultas remotas e o uso de tecnologia no atendimento aos pacientes. Com essas inovações, a formação médica se torna mais abrangente, preparando profissionais para os desafios da medicina moderna e para o uso eficiente das tecnologias que transformam a área da saúde.
É fato que todas as especialidades são impactadas pelo avanço da tecnologia, mas algumas em particular sofrerão mudanças mais consideráveis. Para descrevermos algumas delas, vamos nos basear nos estudos do médico Bertalan Mésko, reconhecido internacionalmente pelas pesquisas em medicina futurista. Mésko é também referência quando o assunto são os impactos da tecnologia na medicina e traz, em sua visão, quais especialidades que terão grandes ganhos com a revolução tecnológica.
Para ele, as inovações da saúde digital (eHealth) irão permitir que médicos foquem nas pesquisas, sejam mais criativos para encontrar soluções e consigam centrar suas atenções no atendimento e nos cuidados com os pacientes delegando para a automação tecnológica a parte repetitiva do trabalho. Segundo Meskó, estas são habilidades humanas que nenhum dispositivo poderá substituir.
E da mesma forma que acontece em outros setores impactados pela inovação, também haverá, na medicina, áreas ou empregos mais afetados do que outros, e especialidades que prosperarão mais do que outras.
Entre as especialidades que avançarão ainda mais com a ajuda das ferramentas tecnológicas, vamos destacar as seguintes:
A confiança estabelecida, os cuidados baseados no histórico clínico e em uma visão holística do paciente, fazem dos médicos de família uma especialidade já bastante requisitada. Com o suporte dos sensores e dispositivos de monitoramento remoto, estes profissionais podem acompanhar, mesmo à distância, os sinais vitais de seus pacientes. Isso irá facilitar desde um simples aconselhamento até um atendimento emergencial.
Novamente a tecnologia, através de aplicativos para monitoramento remoto, ganha destaque. Aplicados aos esportes de alto rendimento, apps como o Fitbit Blaze, GymWatch e Wahoo, captam dados com extrema precisão e possibilitam que médicos do esporte ajustem tratamentos e auxiliem no treinamento cada vez mais personalizado para atletas. Somados aos estudos genéticos, podem revelar uma visão global para prevenir risco aumentado de lesões e até deficiências nutricionais.
Já quando falamos em reabilitação, as possibilidades são infinitas. Exoesqueletos, mãos e braços mecânicos, impressões em 3D, tudo à disposição para estimular movimentos ou devolver habilidades a quem as perdeu.
A análise de imagens com o uso de algoritmos de inteligência artificial deve ser largamente ampliada. Hoje, sistemas de análise diagnóstica e telemedicina mais avançados utilizam o TensorFlow, do Google, para identificar e sinalizar anomalias em exames, em seguida, o aprendizado de máquinas (machine learning) poderá liberar totalmente os radiologistas de tarefas técnicas e repetitivas. Além do TensorFlow, existe o Medical Sieve, da IBM, e o Arterys.
Grande mal do século e cada vez mais desafiador pelas diferentes mutações, o câncer ganha adversários mais preparados para antecipar diagnósticos e tratar com eficiência os órgãos e tecidos atingidos. Já existem terapias baseadas nos antecedentes genéticos dos pacientes e na composição molecular de seus tumores.
O spin-off da Illumina, chamado GRAIL, está desenvolvendo biópsias fluidas, por exemplo. Estes são exames de sangue capazes de detectar todos os tipos de câncer desde um estágio muito inicial. A IBM desenvolveu o Watson para ajudar na pesquisa sobre câncer; o Google tem seu projeto Deepmind Health; e o Hanover da Microsoft, agrupa todos os trabalhos para ajudar a prever quais drogas e quais combinações são as mais eficazes.
A nanotecnologia ajudará muito os médicos gastroenterologistas a diagnosticar doenças de forma minimamente invasiva. Inclusive, com a inovação chamada PillCam, isto já pode ser feito. É uma espécie de endoscopia de cápsulas, no qual o paciente engole uma câmera do tamanho de um comprimido. A cápsula descartável permite visualizar o intestino delgado, esôfago e cólon e diagnosticar distúrbios do trato gastrointestinal sem sedação ou procedimentos endoscópicos invasivos.
Elencamos aqui apenas cinco das muitas especialidades que ganharam muito com os avanços da tecnologia na medicina. Também há ainda muitos resultados positivos que brevemente serão alcançados em diversas frentes da saúde.
Para saber mais sobre o futuro da medicina e as soluções inovadoras para a saúde, acompanhe as atualizações do blog da Portal. Se tiver alguma dúvida, deixe um comentário ou entre em contato.
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