Tecnologia na medicina e sua influência nas especialidades médicas

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tecnologia na medicinaÉ fato que a tecnologia na medicina está transformando os cuidados com a saúde e a forma como os médicos se relacionam com os pacientes. A automação dos procedimentos, fortalecida com a chegada da Internet das Coisas (IoT), o Big Data e a Inteligência Artificial (IA), interferem profundamente no modo como a medicina é aplicada. Essas transformações impactam desde o ensino da profissão, passando pela a atuação prática do médico até a prevenção e tratamento de doenças.

Já falamos aqui no blog sobre as 7 especialidades médicas que são beneficiadas com a telemedicina. A emissão de laudos online, com mais agilidade e precisão, é apenas um dos pontos da medicina do futuro. Neste artigo, vamos falar quais especialidades ganham vantagens com a tecnologia na medicina e terão potencial de assistência ampliado com os avanços que ainda estão por vir.

 

Quais especialidades podem avançar mais com a tecnologia na medicina?

É fato que todas as especialidades são impactadas pelo avanço da tecnologia, mas algumas em particular sofrerão mudanças mais consideráveis. Para descrevermos algumas delas, vamos nos basear nos estudos do médico Bertalan Mésko, reconhecido internacionalmente pelas pesquisas em medicina futurista. Mésko é também referência quando o assunto são os impactos da tecnologia na medicina e traz, em sua visão,  quais especialidades que terão grandes ganhos com a revolução tecnológica.

Para ele, as inovações da saúde digital (eHealth) irão permitir que médicos foquem nas pesquisas, sejam mais criativos para encontrar soluções e consigam centrar suas atenções  no atendimento e nos cuidados com os pacientes delegando para a automação tecnológica a parte repetitiva do trabalho. Segundo Meskó, estas são habilidades humanas que nenhum dispositivo poderá substituir.

E da mesma forma que acontece em outros setores impactados pela inovação, também haverá, na medicina, áreas ou empregos mais afetados do que outros, e especialidades que prosperarão mais do que outras.

Entre as especialidades que avançarão ainda mais com a ajuda das ferramentas tecnológicas, vamos destacar as seguintes:

  • Medicina familiar

A confiança estabelecida, os cuidados baseados no histórico clínico e em uma visão holística do paciente, fazem dos médicos de família uma especialidade já bastante requisitada. Com o suporte dos sensores e dispositivos de monitoramento remoto, estes profissionais podem acompanhar, mesmo à distância, os sinais vitais de seus pacientes. Isso irá facilitar desde um simples aconselhamento até um atendimento emergencial.

Mas a grande questão é que estes médicos terão uma grande “biblioteca” com dados de longo prazo para estabelecer tratamentos mais precisos ou dar um encaminhamento mais eficaz junto de outros especialistas. Imagine que, num futuro não muito distante, bots (robôs munidos com inteligência artifical para machine learning) podem prestar um primeiro atendimento via aplicativos específicos e, por ali, responder a perguntas mais simples baseados nas informações armazenadas de cada paciente.

  • Medicina Esportiva e Reabilitação

Novamente a tecnologia, através de  aplicativos para monitoramento remoto, ganha destaque. Aplicados aos esportes de alto rendimento, apps como o Fitbit Blaze, GymWatch e Wahoo, captam dados com extrema precisão e possibilitam que médicos do esporte ajustem tratamentos e auxiliem no treinamento cada vez mais personalizado para  atletas. Somados aos estudos genéticos, podem revelar uma visão global para prevenir risco aumentado de lesões e até deficiências  nutricionais.

Já quando falamos em reabilitação, as possibilidades são infinitas. Exoesqueletos, mãos e braços mecânicos, impressões em 3D, tudo à disposição para estimular movimentos ou devolver habilidades a quem as perdeu.

  • Radiologia

A análise de imagens com o uso de algoritmos de inteligência artificial deve ser largamente ampliada. Hoje, sistemas de análise diagnóstica e telemedicina  mais avançados utilizam o TensorFlow, do Google, para identificar e sinalizar anomalias em exames, em seguida,  o aprendizado de máquinas (machine learning) poderá  liberar totalmente os radiologistas de tarefas técnicas  e repetitivas. Além do TensorFlow, existe o Medical Sieve, da IBM, e o Arterys.

  • Oncologia

Grande mal do século e cada vez mais desafiador pelas diferentes mutações, o câncer ganha adversários mais preparados para antecipar diagnósticos e tratar com eficiência os órgãos e tecidos atingidos. Já existem terapias baseadas nos antecedentes genéticos dos pacientes e na composição molecular de seus tumores.

O spin-off da Illumina, chamado  GRAIL, está desenvolvendo biópsias fluidas, por exemplo. Estes são exames de sangue capazes de detectar todos os tipos de câncer desde um estágio muito inicial. A IBM desenvolveu o Watson para ajudar na pesquisa sobre câncer; o Google tem seu projeto Deepmind Health; e o Hanover da Microsoft, agrupa todos os trabalhos para ajudar a prever quais drogas e quais combinações são as mais eficazes.

 

  • Gastroenterologia

A nanotecnologia ajudará muito os médicos gastroenterologistas a diagnosticar doenças de forma minimamente invasiva. Inclusive, com a inovação chamada PillCam, isto já pode ser feito. É uma espécie de endoscopia de cápsulas, no qual  o paciente engole uma câmera do  tamanho de um comprimido. A cápsula descartável permite visualizar o intestino delgado, esôfago e cólon e diagnosticar distúrbios do trato gastrointestinal sem sedação ou procedimentos endoscópicos invasivos.

Elencamos aqui apenas cinco das muitas especialidades que ganharam muito com os avanços da tecnologia na medicina. Também há ainda muitos resultados positivos que brevemente serão alcançados  em diversas frentes da saúde.

As inovações serão responsáveis por  trazer muitas oportunidades para os médicos que, com a aquisição de conhecimentos e novas habilidades, podem rapidamente melhorar suas práticas atuais e contar com esta grande aliada na prevenção e no combate a doenças.

Para saber mais sobre o futuro da medicina e as soluções inovadoras para a saúde, acompanhe as atualizações do blog da Portal. Se tiver alguma dúvida, deixe um comentário ou entre em contato.

Rafael Figueroa

Rafael Figueroa é Cofundador e CEO da Portal Telemedicina. Graduado em Economia (UFSC) e especializado em Design Thinking (Berkeley University), Rafael também é pesquisador em novas tecnologias na Saúde e Inteligência Artificial. Como Google Developer Expert em Machine Learning, foi convidado a ser mentor de Startups no Vale do Silício.

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