Especialidade derivada da telemedicina, a telecardiologia utiliza os mesmos princípios de troca de informações e comunicação online para facilitar a realização e avaliação de exames, a emissão de laudos e fechamento de diagnósticos. Neste caso, como o próprio nome já sugere, está focada na área cardiológica, para atender e identificar cardiopatias e outras alterações no funcionamento do coração.
Do monitoramento das condições do paciente ao apoio de especialistas para um diagnóstico mais preciso, todo o processo pode ser feito à distância, via internet, possibilitando aos pacientes acesso à saúde e auxiliando o trabalho médico. Por isso, neste artigo, vamos mostrar a importância dessa especialidade e como os médicos podem atuar neste novo ramo da cardiologia.
A telemedicina cardiológica, como também é chamada a telecardiologia, é uma das especialidades mais beneficiadas pelas inovações tecnológicas que permitem a troca de informações online na área da saúde. Todo o processo é feito em um sistema apropriado e seguro de gerenciamento de informações e imagens. No Brasil é regulamentado pelas normas de segurança da Anvisa e Conselho Federal de Medicina.
Entre os principais diferenciais da cardiologia via telemedicina em relação a convencional, sem o uso de tecnologias de comunicação digital, é o laudo à distância de exames como ECG, Holter e até o MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial). Os laudos podem ser feitos de forma remota por cardiologistas, que não atuam diretamente na clínica ou hospital onde o exame foi realizado. Pela telemedicina, o resultado da avaliação é enviado pela internet para uma central online, que a distribui para sua equipe de especialistas – em alguns casos, as informações vão direto do aparelho integrado ao serviço de telemedicina, sem a necessidade de digitalização ou upload manual.
Estas facilidades permitem que o laudo pronto seja disponibilizado no mesmo dia para clínicas e hospitais, que podem rapidamente entregá-lo aos pacientes. Em casos de urgência, em apenas uma hora.
Além da emissão de laudos, a telecardiologia tem outras frentes possibilitadas pela telemedicina, como o monitoramento remoto de pacientes (teleassistência), a interação médica online (teleconferência) e a capacitação profissional à distância (teleducação). Alguns países já contam com a teleconsulta, mas no Brasil, o contato online entre médico e paciente ainda está sendo viabilizado.
O paciente cardiopata ou em avaliação pode ser monitorado em seu próprio domicílio ou em um centro de saúde local. Os dados de dispositivos cardíacos como marcapasso, holter, medidores de pressão arterial, entre outros, são enviados em tempo real (pela internet) à central de laudos ou para outras equipes médicas, que irão avaliar o paciente. O monitoramento remoto ajuda a reduzir a quantidade de visitas hospitalares ou a clínicas, dando conforto para médicos e pacientes.
Essa ferramenta também é muito usada em ambulâncias e UTI’s móveis, por exemplo, pois os dados já são inseridos no prontuário eletrônico enquanto o atendimento de emergência é realizado. Quando chegar ao hospital, os cardiologistas já têm as informações dos exames para seguir com o tratamento.
O foco é capacitar os profissionais da saúde que estão longe dos grandes centros, buscando atualizá-los e prepará-los para diversas situações da prática médica. A teleducação voltada à telemedicina utiliza-se de videoconferências, aulas, palestras, e-learning e programas de reciclagem. É uma forma de levar conhecimento para melhorar a realização de exames e dar qualidade ao atendimento dos pacientes.
A telemedicina e suas especialidades como a telecardiologia não chegaram para substituir e sim complementar o atendimento médico. É inegável que a medicina do futuro irá exigir dos médicos atualizações constantes e domínio de muitas das novas tecnologias aplicadas à saúde. No entanto, estas inovações também irão abrir um leque de possibilidades aos profissionais que buscarem conhecimentos nesta área.
Além disso, o foco da medicina passa de curativa para preventiva, possibilitando diagnósticos mais precisos e procedimentos menos invasivos. Com o avanço tecnológico na medicina, será cada vez mais possível dar suporte aos médicos para que exerçam sem obstáculos sua principal função: cuidar do paciente e salvar vidas.
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