Gestão de Clínicas e Hospitais

O que é protocolo de Manchester? Entenda a classificação de risco que salva vidas

6 min. de leitura

O Protocolo de Manchester é um sistema fundamental de triagem usado em unidades de emergência para organizar e priorizar o atendimento dos pacientes com base na gravidade do quadro clínico. Se você busca entender o que é protocolo de manchester e seu papel na classificação de risco hospitalar, este artigo vai explicar tudo.

O que é o protocolo de Manchester?

Criado em 1994 pelo médico Kevin Mackway Jones e adotado inicialmente em 1997 no hospital Manchester Royal Infirmary, na Inglaterra, o protocolo vem sendo aplicado em mais de 25 países, inclusive no Brasil.

Trata-se de um protocolo de triagem que classifica pacientes segundo a urgência médica, utilizando um sistema de cores para indicar risco e o tempo máximo de espera aceitável para atendimento. Esse método ajuda a otimizar o uso de recursos hospitalares e a garantir que casos graves sejam atendidos com prioridade.

Para que serve o protocolo de Manchester?

O protocolo tem como principal função priorizar o atendimento em emergências, garantindo rapidez para os casos graves e organização para os demais, evitando superlotação e longas esperas.

Além de salvar vidas, o protocolo proporciona:

  • Organização eficiente do fluxo de atendimento hospitalar.
  • Comunicação clara sobre a prioridade e o tempo estimado de espera.
  • Maior segurança e humanização na prestação de serviços.
  • Satisfação dos pacientes com o entendimento da urgência de seus casos.
  • Melhora significativa na gestão dos recursos de saúde.

Conheça: DICOM

Significado das cores do protocolo de Manchester

Cada paciente recebe uma pulseira colorida que representa a prioridade do atendimento, conforme o grau de risco identificado durante a triagem. Conheça abaixo os níveis de classificação:

Cor

Nível de Urgência

Tempo Máximo de Espera

Exemplos de Casos

Vermelho

Emergencial

Atendimento Imediato

Parada cardiorrespiratória, convulsão, hemorragias graves.

Laranja

Muito urgente

Até 10 minutos

Dores intensas, arritmias sem instabilidade, cefaleias intensas.

Amarelo

Urgente

Até 1 hora

Desmaios, crises de pânico, dores moderadas, alterações vitais.

Verde

Pouco urgente

Até 2 horas

Dores leves, febres, resfriados, vômitos controlados.

Azul

Não urgente

Até 4 horas

Casos rotineiros, medicamentos, acompanhamento de doenças crônicas.

Esse sistema visual facilita a comunicação entre equipe e paciente e permite melhor organização do atendimento.

Como funciona na prática?

Ao chegar à unidade de saúde, o paciente é submetido a uma triagem realizada por profissionais de enfermagem capacitados. Eles avaliam:

  • Sintomas apresentados.
  • Sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, temperatura, saturação de oxigênio).
  • Intensidade da dor, utilizando escalas reconhecidas.

A partir desses dados, um algoritmo clínico atribui a cor da pulseira, que determina a prioridade do atendimento. Esse sistema não substitui o diagnóstico médico; ele é uma ferramenta para organizar o fluxo, assegurando segurança e agilidade.

Após a triagem, o paciente aguarda a consulta com o médico, que realizará o diagnóstico e o tratamento adequados.

Quem pode aplicar o protocolo? Equipamentos e capacitação

A triagem usando o protocolo é responsabilidade da equipe de enfermagem, que deve ser capacitada por treinamentos específicos e certificados pelo Grupo Brasileiro de Classificação de Risco (GBCR).

Para a avaliação correta, são necessários equipamentos como:

  • Esfigmomanômetro (medidor de pressão arterial).
  • Oxímetro de pulso.
  • Glicosímetro.
  • Termômetro clínico.
  • Etiquetas ou pulseiras coloridas para indicação visual.

Vantagens do protocolo de Manchester para diferentes públicos

Público-Alvo

Benefícios

Pacientes

Atendimento ágil e seguro, redução do tempo de espera.

Profissionais de Saúde

Melhora na tomada de decisão e organização do fluxo de trabalho.

Gestores Hospitalares

Otimização dos recursos, diminuição da superlotação e maior eficiência.

Como implementar o protocolo de Manchester em sua instituição?

Para uma implementação eficaz, siga estas etapas:

  1. Treinamento e conscientização da equipe médica, de enfermagem e administrativa.
  2. Capacitação técnica e certificação por meio do GBCR.
  3. Acompanhamento presencial de tutores para garantir a correta aplicação.
  4. Auditorias internas e externas periódicas para manter a conformidade e qualidade.
  5. Integração com sistemas digitais de gestão hospitalar e teletriagem para maior eficiência.

Atualizações e normas técnicas

No Brasil, o protocolo é reconhecido e recomendado por órgãos de saúde e conselhos profissionais. O GBCR promove cursos atualizados para adaptação à realidade brasileira e avanços tecnológicos, como o uso da telemedicina para suporte na triagem.

Impactos comprovados do protocolo de Manchester

Estudos mostram que a adoção do protocolo de Manchester:

  • Reduz significativamente o tempo médio de espera em emergências.
  • Diminui a mortalidade e as complicações por atrasos no atendimento.
  • Melhora a satisfação dos pacientes.
  • Contribui para a redução da sobrecarga dos serviços de saúde.

Esses dados reforçam a importância de sua implementação em hospitais públicos e privados.

Conclusão

O Protocolo de Manchester é uma ferramenta científica, eficaz e vital para o atendimento emergencial, organizando e priorizando o fluxo de pacientes conforme sua gravidade. Sua implementação aprimora a qualidade, segurança e eficiência dos serviços de saúde, beneficiando pacientes, equipes médicas e gestores.

Perguntas Frequentes (FAQ)

 

O protocolo de Manchester é obrigatório no Brasil?

Não é obrigatório por lei, mas amplamente recomendado por entidades de saúde e utilizado como padrão em muitos hospitais.

Qual a diferença entre o Protocolo de Manchester e outros protocolos de triagem?

O Manchester é um dos mais completos e testados internacionalmente, com sistema de cores simples e eficaz para priorização.

Quem pode aplicar o protocolo?

Profissionais de enfermagem capacitados e treinados justamente para avaliar corretamente os pacientes.

O que fazer enquanto aguardo o atendimento?

Informe à equipe qualquer nova alteração no seu estado para que possam reavaliar sua prioridade, se necessário.

Redação

Redação é o time de especialistas em conteúdo da Portal Telemedicina, responsável por criar e compartilhar informações atualizadas e relevantes sobre tecnologia em saúde, telemedicina e inovações no setor.

Conteúdos recentes

Tomografia da cabeça: Indicações, como é feita e o papel da telemedicina

A tomografia da cabeça é um dos exames mais solicitados na área de diagnóstico por…

19 de agosto de 2025

CID M65: O que é, sintomas, causas e tratamentos da sinovite e tenossinovite

O CID M65 é o código da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) utilizado para identificar…

18 de agosto de 2025

2º Encontro da Rede Conexão Povos da Floresta: Conectando lideranças, políticas públicas e telemedicina para a Amazônia

Entre os dias 6 e 8 de agosto de 2025, Manaus (AM) recebeu mais de…

15 de agosto de 2025

CID M54: O que é, sintomas, causas e tratamentos da dorsalgia

O código CID M54 da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) refere-se à dor na coluna…

13 de agosto de 2025

Síndrome do coração partido (Takotsubo): Sintomas, causas, diagnóstico e recuperação

A síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo ou cardiomiopatia induzida por…

12 de agosto de 2025

Anamnese psicológica: Conceito, objetivos e aplicação clínica

A anamnese psicológica é a base do atendimento em psicologia, sendo uma entrevista estruturada que…

11 de agosto de 2025