Tecnologia e Inovação

O que é medicina personalizada? Conheça a tendência

7 min. de leitura

Cada vez mais os avanços tecnológicos permitem que a medicina seja precisa e eficiente. Não por acaso, o desenvolvimento da medicina personalizada está entre as tendências da telemedicina, sendo o Brasil já uma referência importante nessa área.

Mas você sabe o que é a medicina personalizada? Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre como essa área pode contribuir com a precisão dos diagnósticos e tratamentos.

O que é medicina personalizada?

Conhecida também como “medicina de precisão”, a medicina personalizada consiste na adaptação dos tratamentos médicos às necessidades específicas de cada paciente. Com base em características genéticas, é possível identificar e prever quais são as terapias mais eficazes e seguras para cada pessoa.

Para selecionar o melhor tratamento de acordo com o perfil do paciente, médicos podem se valer de testes laboratoriais ou de patologias. Há diversos fatores que ajudam a compreender quais são as abordagens mais eficazes, como análise da função renal ou do fígado, que determinam a concentração da medicação do sangue, por exemplo. 

Além de possibilitar que o paciente faça o melhor tratamento possível no que diz respeito às chances de efetividade, a medicina personalizada ajuda ainda a reduzir os custos da abordagem de “tentativa e erro”, muito comum em tratamentos convencionais de doenças. Entre os principais benefícios da medicina personalizada, pode-se citar:

  • Redução de tentativas com terapias ineficazes e que podem causar efeitos adversos;
  • Melhor desempenho no gerenciamento de doenças;
  • Melhoria no manuseio das terapias;
  • Diagnósticos mais rápidos e precoces; e
  • Seleção mais eficaz de pacientes para a realização de estudos clínicos.

Portanto, os avanços da medicina personalizada representam uma mudança de paradigma não só nos tratamentos de diversas doenças, mas também na pesquisa científica em medicina e desenvolvimento de novos remédios. Atualmente, os campos da medicina que mais se beneficiam desses avanços são a oncologia e os tratamentos de doenças raras.

Medicina personalizada no Brasil

Hoje, cinco países da América Latina se destacam como potências na medicina personalizada: Brasil, Argentina, Colômbia, Costa Rica e Uruguai. Segundo um relatório publicado pela Economist Intelligence Unit e patrocinado pela empresa farmacêutica Roche Foundation Medicine, essas nações vêm construindo importantes avanços na consolidação de políticas públicas para a personalização dos diagnósticos e tratamentos, como nos campos de conscientização e atitudes, administração financeira, governança e infraestrutura.

De acordo com os dados do levantamento, o Brasil é referência na região em avaliação de tecnologias em saúde (ATS), uma ferramenta que auxilia os sistemas de saúde a selecionarem quais intervenções individuais podem ser oferecidas para toda a população de maneira mais eficiente. 

Outro destaque é a participação do país em pesquisas clínicas. Os estudos têm o potencial de ajudar pacientes a obterem acesso a tratamentos que, de outra forma, talvez não pudessem obter. Além de contribuir com a construção do conhecimento científico, a realização desses estudos ainda ajudam a sociedade.

O relatório aponta que ainda há espaço para melhoria na compilação de dados, nos registros eletrônicos e no acesso aos exames de perfil molecular dos pacientes. No Brasil, a prática da medicina personalizada ainda é mais comum no setor privado, o que explica esse cenário.

No entanto, há instituições públicas que são referência nessa abordagem e, desde a implantação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde do Brasil (Conitec), em 2011, houve aumento no investimento e incorporação de novas tecnologias na área da saúde.

Aplicações da medicina personalizada

O tratamento de câncer é um dos setores que mais vem utilizando os conhecimentos e a abordagem da medicina personalizada. Por meio de novas tecnologias de identificação do perfil molecular do paciente e de tumores, essa área vem desenvolvendo tratamentos que agem diretamente sobre mutações genéticas e obtendo melhoras significativas com alguns tipos da doença.

E, mais do que apenas uma forma de tratamento, a medicina personalizada também tem um grande potencial preventivo. Com base no conhecimento do perfil genético dos pacientes, médicos podem dar orientações mais direcionadas e assertivas. Contudo, a prevenção passa também pelos comportamentos e hábitos individuais, e mesmo pessoas em alto risco de desenvolver algum tipo de doença podem não adotar melhores práticas de exercícios, alimentação saudável, sono, entre outros.

Portanto, é importante ter cautela: um dos principais debates em torno da medicina personalizada é o excesso de “promessas” que essa área parece fazer. Embora seja possível ter avanços em diversos tratamentos, ainda é necessário se manter realista e compreender os limites da atuação da medicina. Cada caso é específico e apresenta tanto vantagens — por exemplo, detecção precoce da doença, paciente com bom estado de saúde — quanto desafios — como a gravidade do problema, expansão da doença — a serem enfrentados.

Conclusão

Abordagem clínica e terapêutica, a medicina personalizada tem sido vista como o futuro do tratamento de diversas doenças. Por meio de uma visão completa do indivíduo, médicos de diferentes especialidades podem se valer dos avanços tecnológicos para identificar os melhores tratamentos para cada paciente, reduzindo efeitos colaterais ou a aplicação de terapias que não serão efetivas.

Conforme os estudos sobre constituição genética forem avançando, mais a medicina personalizada poderá ser precisa. Esse tipo de abordagem pode ser seguido tanto em consultas presenciais quanto remotas, e plataformas de telemedicina, como a da Portal Telemedicina, contam com a integração de sistemas que fornece a visão global da saúde do paciente aos médicos responsáveis, bem como apoio de inteligência artificial para a assertividade dos diagnósticos.

 

incuca

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