A medicina esportiva é uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) que tem como principal objetivo prestar cuidados à saúde das pessoas que praticam esportes, tanto profissionalmente quanto de forma amadora. Nessa área, o exercício físico é uma ferramenta de análise para a melhoria da qualidade de vida e do próprio desempenho do paciente em suas práticas.
Para conhecer melhor essa especialidade, também conhecida como Medicina do Exercício e do Esporte, continue a leitura.
Os profissionais de saúde especializados em medicina esportiva atuam de maneira bastante abrangente. A lista de objetivos inclui prevenção de doenças, melhoria do desempenho dos pacientes em práticas de modalidades competitivas profissionais e não competitivas amadoras.
O profissional da área tem formação clínica e conhecimento em diversas especialidades — como mostram os dados da Demografia Médica no Brasil 2020, realizado em parceria entre o CFM e a Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o estudo, é comum que a medicina esportiva seja uma especialização que acompanha outras, como as citadas acima, além de imunologia, nutrologia, medicina do sono, endocrinologia e diversos segmentos que se complementam para um atendimento ainda mais completo.
Destinada a todas as pessoas que praticam algum esporte ou fazem exercício físico de forma rotineira, a medicina esportiva cuida desde as etapas anteriores à prática até os cuidados pós-exercício.
O médico do esporte pode requisitar exames clínicos e laboratoriais, fazer análises de desempenho físico e propor dietas e programas de exercício com finalidades alinhadas com os objetivos do paciente. Ele também pode realizar intervenções invasivas e não invasivas, fazer gestão de projetos de inovação no esporte, coordenar equipes de saúde esportiva e ainda acompanhar e orientar a dopagem de atletas de alta performance.
O levantamento Demografia Médica indica que existem 898 especialistas em medicina esportiva no país (0,2% dos médicos brasileiros). A especialidade acompanha também títulos em outras áreas, como ortopedia e traumatologia (280), cardiologia (103), medicina do trabalho (100), entre outras.
Embora a população do Brasil seja bastante sedentária — segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 60% dos adultos não praticam nenhuma atividade física —, a busca por incluir na rotina a prática de algum exercício vem aumentando e, consequentemente, a busca por orientação profissional.
Como mercado na área de saúde, a medicina esportiva vem crescendo: um relatório publicado pela Grand View Research em 2020 indica que o mercado médico-esportivo deve chegar, até 2027, ao valor de US$ 15,2 bilhões. Alguns dos principais fatores que impulsionam esse segmento são um estilo de vida mais saudável adotado pela população jovem e o aumento de lesões entre atletas profissionais e pessoas entusiastas da vida fitness.
Nesse cenário, existem ainda os produtos relacionados à medicina do esporte, voltados para ortopedia e medicamentos esportivos. Após a pandemia de Covid-19, mais pessoas passaram a praticar esportes e a consumir produtos pré e pós-treino, por exemplo, e a inserção desses itens na dieta demanda acompanhamento médico especializado.
Além disso, o retorno de eventos esportivos também contribui para a expansão do setor, pois aumentam as consultas e os casos em que atletas precisam de acompanhamento e intervenção médica.
Na medicina do esporte, o médico especialista se ocupa de diversas atividades, como o tratamento de lesões causadas pela prática esportiva, análise e orientação antes do início de uma nova prática, direcionamento personalizado para cada paciente, recomendações alimentares e construção de melhores hábitos, pesquisa de métodos de tratamento e avaliação física.
Além disso, faz também a prevenção em três níveis: primário, secundário e terciário. Entenda melhor cada um deles:
Fornece ao paciente os melhores métodos e orientações para a prática esportiva segura, com redução de risco de lesões ou agravamentos de patologias já diagnosticadas.
Diagnóstico e tratamento de lesões precocemente, resultando em melhor prognóstico.
Apoio a pacientes com lesões crônicas ou patologias na prática esportiva por meio de planejamento e orientação direcionados à condição individual da pessoa.
Exames de imagem como ultrassonografia e teste ergométrico também contribuem para que os médicos especialistas na área possam fazer diagnósticos melhores e uma avaliação física mais acurada.
Cada esporte e cada paciente possuem características específicas, e diversas partes do corpo podem requisitar cuidados mais atentos. No entanto, o médico do esporte se depara com algumas lesões comuns em sua prática como:
Se não forem tratadas a tempo, lesões como essas podem levar a problemas sérios para o paciente, especialmente se a pessoa pratica o esporte que causou a lesão de forma regular. Conforme os sintomas forem surgindo, o médico do esporte pode intervir de modo a recuperar a lesão, impedindo que ela se agrave.
Com atuação ampla e abrangente, a medicina esportiva é uma das áreas em crescimento no Brasil. Voltada para atletas profissionais e de alto rendimento, mas também para qualquer pessoa que pratique alguma atividade física de forma amadora, essa especialidade é muito importante para garantir qualidade de vida no dia a dia e melhor performance nos treinos.
Médicos especializados em esporte podem também realizar atendimentos via teleconsulta. Como são poucos os profissionais com esse título — os 898 médicos do esporte são apenas 0,2% dos médicos brasileiros, muito distantes dos cerca de 17 mil cardiologistas, por exemplo —, a telemedicina pode ser uma grande aliada para que pessoas de todos os lugares do país acessem essa especialidade.
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