Abordar o tema da gestão de saúde populacional requer, primeiramente, um olhar mais atento para a promoção de saúde e a prevenção de doenças em contraposição a uma visão focada apenas no tratamento das enfermidades. Manter uma população saudável pressupõe também agir sobre fatores sociais que impactam na saúde desse grupo.
Neste artigo você vai entender do que se trata a gestão de saúde populacional e como a tecnologia pode ser uma poderosa aliada dos responsáveis pelo bem-estar de uma população, garantindo ao mesmo tempo economia, acesso e eficiência seja no setor público ou privado.
A saúde populacional diz respeito aos indicadores de saúde dentro de um determinado grupo, em vez do estado de saúde de um único indivíduo. Esse grupo vai desde os habitantes de um país ou município até os beneficiários de seguros ou empregados de uma organização.
De acordo com a Aliança para Saúde Populacional, associação que atua no Brasil desde 2012, o objetivo da gestão de saúde populacional é a transformação de um modelo antigo, que aguardava o surgimento da doença, em um modelo muito mais proativo. Este modelo alternativo é baseado em princípios da medicina preditiva e medicina preventiva, buscando identificar riscos e prevenir enfermidades ou, então, minimizar seus impactos.
Logo, a discussão sobre gestão de saúde populacional passa pelos papéis de secretários de saúde, prestadores de cuidados com a saúde, seguradoras e empregadores. Entretanto, essa mudança de modelos é também um incentivo para que todos os setores da sociedade pensem na saúde de forma ampla, para além do conjunto de indivíduos que estão sob a responsabilidade deste gestor ou daquela instituição.
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A saúde de uma população é impactada diretamente pelos Determinantes Sociais de Saúde, um conceito da área da saúde pública que diz respeito a um conjunto de situações e comportamentos da vida das pessoas. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), grupo que atuou no Ministério da Saúde estudando o tema entre 2006 e 2008, os DSS são “os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população”.
Sendo assim, não é possível manter uma população saudável sem olhar para fatores sociais decisivos como habitação, pobreza e educação. Nesse cenário, temos, para além do atendimento clínico, as políticas públicas de saúde de um governo, os programas de saúde corporativos, as ações de educação alimentar e nutricional nas escolas, entre outros conjuntos de ações possíveis.
Em resumo, o tratamento de doenças crônicas não tem mais uma posição tão central nas políticas de saúde, que agora dão mais ênfase para a prevenção de enfermidades, busca pela equidade e manutenção do bem-estar.
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Quando falamos em gestão, monitorar e melhorar a saúde de uma população significa otimizar as ações que são tomadas nesse sentido, mas, primeiramente, compreender amplamente tais indicadores.
Em 2020, a Portal Telemedicina firmou uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SES/SP) para criação de uma plataforma para gestão de saúde populacional e detecção de fraudes.
O projeto realizou a integração de dados da SES/SP que estavam fragmentados em mais de 80 bancos diferentes. Esse cruzamento garantiu mais agilidade e assertividade na tomada de decisão dos gestores, uma vez que a complexidade e o alto volume de informações foram traduzidas em painéis gerenciais que apontam dados sobre:
A plataforma conta com algoritmos de Inteligência Artificial e Machine Learning que trabalham nessa integração. O gestor tem à sua disposição os dados agrupados por similaridade, geografia ou período de tempo. Essa inteligência gerada sobre um grande volume de dados permite visualizar com mais clareza aumentos repentinos de demandas e casos — ferramenta importante para vigilância epidemiológica, por exemplo.
Além disso, através do agrupamento de casos similares, a plataforma dá suporte na detecção de fraudes aplicadas por grupos mal intencionados. O gestor responsável — sem necessidade de conhecimento técnico em IA — recebe alertas que precisam de maior atenção e analise a respeito de dados como:
Saiba mais sobre a plataforma no vídeo:
O uso de IA no apoio à gestão de saúde populacional e a economia que isso pode representar tanto para empresas e seguradoras como para o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos exemplos de como a tecnologia pode tornar os cuidados com saúde, ao mesmo tempo, mais eficientes e acessíveis. Outras aplicações dos algoritmos podem ser observados no suporte ao diagnóstico, predição de doenças e automatização de tarefas administrativas.
Neste artigo você confere mais sobre as outras formas de utilização de Machine Learning na saúde e como a tecnologia vem transformando a medicina.
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