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Fibrilação atrial de alta resposta ventricular: O que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

6 min. de leitura

A fibrilação atrial de alta resposta ventricular (FARV) é uma condição cardíaca que merece atenção urgente. Trata-se de um tipo de fibrilação atrial — a arritmia cardíaca sustentada mais comum no mundo — associada a uma frequência ventricular acelerada, o que pode causar sintomas intensos e aumentar o risco de complicações cardiovasculares.

Neste artigo, você vai entender o que é FARV, como ela se manifesta, os riscos que oferece à saúde e quais são as opções de diagnóstico e tratamento disponíveis, inclusive com apoio da telemedicina.

O que é fibrilação atrial de alta resposta ventricular?

A fibrilação atrial de alta resposta ventricular ocorre quando os átrios do coração apresentam uma atividade elétrica desorganizada (fibrilação atrial) e essa desorganização é transmitida de forma rápida para os ventrículos, fazendo com que eles batam em ritmo acelerado — geralmente acima de 100 batimentos por minuto (bpm), mesmo em repouso.

Essa resposta rápida impede que o coração funcione de forma eficiente, o que pode comprometer a circulação sanguínea, causar sintomas graves e sobrecarregar o coração.

Principais sintomas

A frequência cardíaca acelerada, combinada com o ritmo irregular, pode causar uma série de sintomas, que variam de leves a graves. Os mais comuns incluem:

  • Palpitações (coração “acelerado” ou “batendo forte”);
  • Falta de ar (dispneia), mesmo em repouso;
  • Tontura ou sensação de desmaio (pré-síncope);
  • Dor ou pressão no peito;
  • Cansaço excessivo;
  • Ansiedade ou sensação de mal-estar generalizado.

Em pessoas idosas ou com doenças cardíacas prévias, a FARV pode desencadear ou agravar uma insuficiência cardíaca.


Leia também: Palpitações no coração

 

Diferença entre fibrilação atrial e FARV

Embora a fibrilação atrial e a FARV compartilhem o mesmo tipo de arritmia atrial, a diferença principal está na frequência com que os ventrículos respondem:

 

Característica Fibrilação Atrial (FA) Fibrilação Atrial de Alta Resposta Ventricular (FARV)
Ritmo dos átrios Irregular e desorganizado Irregular e desorganizado
Ritmo dos ventrículos Variável (lento, normal ou rápido) Acelerado (>100 bpm)
Sintomas Variáveis Mais intensos e urgentes
Risco de complicações Moderado Elevado, especialmente para insuficiência cardíaca

Diagnóstico da FARV

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e exames complementares, principalmente o eletrocardiograma (ECG), que permite visualizar:

  • Ritmo irregular dos átrios e ventrículos;
  • Ausência de ondas P (atividade elétrica atrial);
  • Frequência ventricular superior a 100 bpm.

Outros exames podem ser solicitados para investigar a causa e os efeitos da arritmia:

  • Holter 24h;
  • Ecocardiograma;
  • Exames laboratoriais (como eletrólitos e função tireoidiana).

A telemedicina também tem papel importante, especialmente em regiões remotas, permitindo a realização de eletrocardiogramas com laudo à distância, agilizando o diagnóstico e início do tratamento.

Causas e fatores de risco

Algumas condições podem favorecer o desenvolvimento da fibrilação atrial com alta resposta ventricular:

  • Hipertensão arterial;
  • Doença cardíaca isquêmica;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Doença valvar;
  • Hipertireoidismo;
  • Consumo excessivo de álcool ou drogas estimulantes;
  • Infecções ou desequilíbrios eletrolíticos.

guia de telemedicina cardiológica

Tratamento da fibrilação atrial de alta resposta ventricular

O tratamento da FARV tem como principais objetivos:

  1. Controlar a frequência ventricular;
  2. Reduzir o risco de eventos tromboembólicos (como AVC);
  3. Restaurar o ritmo cardíaco normal, quando indicado;
  4. Tratar a causa de base.

As estratégias incluem:

1. Controle da frequência ventricular

  • Betabloqueadores (ex: metoprolol);
  • Bloqueadores dos canais de cálcio (ex: verapamil, diltiazem);
  • Digoxina, em casos selecionados.

2. Anticoagulação

Pacientes com fibrilação atrial estão sob maior risco de formação de coágulos. A anticoagulação é avaliada com base no escore CHA2DS2-VASc.

3. Controle do ritmo

Em casos específicos, especialmente com sintomas graves ou em pacientes mais jovens:

  • Cardioversão elétrica;
  • Ablação por cateter, para isolar focos arritmogênicos.

4. Tratamento de causa de base

Corrigir hipertireoidismo, controlar pressão arterial, tratar infecção, entre outros.

A importância do acompanhamento médico e da telemedicina

A fibrilação atrial com alta resposta ventricular é uma emergência clínica. O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento, ajustar doses de medicação e evitar recorrências.

A telemedicina, por meio de exames à distância, como ECG com laudo remoto, facilita o diagnóstico precoce, o monitoramento contínuo e o acesso a especialistas, mesmo em locais com escassez de cardiologistas.

Conclusão

A fibrilação atrial de alta resposta ventricular é uma condição séria, mas tratável. Com diagnóstico rápido, controle da frequência cardíaca e anticoagulação adequada, o risco de complicações pode ser significativamente reduzido.

Se você apresentar sintomas como palpitações persistentes, falta de ar ou tontura, procure um médico imediatamente. Com o apoio da Portal Telemedicina, você pode realizar exames com laudo remoto de forma segura, ágil e precisa.

Redação

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