Gestão de Clínicas e Hospitais

EPI hospitalar: Os 10 itens indispensáveis para segurança na assistência

7 min. de leitura

O EPI hospitalar é a última barreira de proteção entre o profissional de saúde e riscos biológicos, químicos e físicos presentes na rotina assistencial. Seu uso correto depende de seleção técnica, treinamento, fornecedores confiáveis e descarte alinhado ao PGRSS.

Este post reúne as melhores práticas vigentes para médicos, enfermagem, limpeza, CME e gestores, trazendo critérios de escolha, lista completa dos 10 EPIs hospitalares essenciais, orientações de uso, descarte e conformidade com a NR-6.

O que é EPI hospitalar e por que ele é indispensável

EPI (Equipamento de Proteção Individual) é todo dispositivo de uso pessoal destinado a reduzir a exposição do trabalhador a riscos no ambiente de trabalho.

No contexto hospitalar, o EPI protege contra:

  • aerossóis e gotículas

  • respingos de fluidos corporais

  • perfurocortantes

  • produtos químicos de limpeza e desinfecção

  • riscos físicos específicos de setores técnicos

A NR-6 determina que o empregador selecione, forneça, treine, registre e fiscalize o uso do EPI, sempre com Certificado de Aprovação (CA) válido e compatível com o risco.

Os 10 EPIs hospitalares essenciais

A seguir, os dez equipamentos considerados fundamentais para proteção segura em hospitais:

  1. Máscara cirúrgica

  2. Respirador PFF2/N95

  3. Avental descartável

  4. Avental impermeável

  5. Luvas de procedimento

  6. Luvas estéreis (cirúrgicas)

  7. Óculos de proteção

  8. Face shield

  9. Touca

  10. Propé ou calçado de proteção hospitalar

Esses itens atendem desde cuidados diretos à assistência até limpeza, desinfecção e CME. Cada um desempenha papel específico e complementar na prevenção de contaminações.

Leia mais: Conheça as normas regulamentadoras

Tipos de EPI hospitalar e quando usar

1. Máscara cirúrgica

Protege contra gotículas e respingos. Deve ser ajustada ao rosto e trocada quando úmida ou danificada.

2. Respirador PFF2/N95

Indicado para exposição a aerossóis — procedimentos respiratórios, isolamento por aerossóis, CME e áreas críticas.
Requer fit check em toda colocação e fit test conforme política institucional.

3. Avental descartável

Para cuidados gerais sem grande exposição a fluidos.

4. Avental impermeável

Usado em procedimentos com risco de respingos ou manipulação de substâncias químicas.

5. Luvas de procedimento

Para contato com mucosas, fluidos corporais e manipulação não estéril.

6. Luvas estéreis

Obrigatórias em cirurgias e procedimentos invasivos.

7. Óculos de proteção

Contra respingos oculares; deve selar bem e permitir limpeza adequada.

8. Face shield

Proteção facial completa; complementa máscara ou respirador.

9. Touca

Evita queda de fios de cabelo em áreas críticas e mantém campo limpo.

10. Propé / calçado de proteção

Usado em áreas que exigem barreira adicional ou controle de contaminação.

NR-6 e CA: o que verificar antes de comprar EPI hospitalar

Antes da aquisição, confirme:

  • CA válido e correspondente ao modelo do fabricante

  • relatórios de ensaio específicos (filtração, resistência a sangue sintético, pressão diferencial etc.)

  • lote, validade, rastreabilidade

  • instruções de uso e limitações

  • documentação de conformidade para auditorias

A NR-6 exige ainda registro de entrega, orientação ao trabalhador e controle de troca/manutenção.

Tabela prática: Matriz de EPI hospitalar por procedimento

Procedimento / Setor

EPIs recomendados

Aerosóis (intubação, aspiração, nebulização)

PFF2/N95, óculos ou face shield, avental impermeável, luvas

Isolamento por gotículas

Máscara cirúrgica, óculos, avental, luvas

Isolamento por contato

Avental, luvas, máscara cirúrgica

Centro cirúrgico

Touca, máscara cirúrgica, avental estéril, luvas estéreis, propé

Limpeza e desinfecção

Luvas de alta resistência, proteção respiratória conforme o químico, óculos, avental impermeável

CME

Avental impermeável, luvas, proteção ocular, PFF2/N95 quando indicado

A matriz deve constar no protocolo institucional e ser revisada periodicamente.

Como escolher o melhor fornecedor de EPI hospitalar

Avalie critérios técnicos e contratuais:

Técnicos

  • CA válido

  • relatórios de ensaio

  • controle de lote, validade e rastreabilidade

  • padronização entre lotes

  • amostras para avaliação de campo

Contratuais

  • SLA de entrega

  • plano de contingência

  • troca por não conformidade

  • documentação técnica e suporte a treinamento

Fornecedores que atendem integralmente à NR-6 reduzem risco regulatório e melhoram previsibilidade operacional.

Vida útil, troca e armazenamento

A troca dos EPIs deve seguir critérios claros: respiradores devem ser substituídos quando úmidos, deformados ou saturados; aventais, ao romper ou após procedimentos de alto risco; e luvas, sempre entre pacientes ou quando apresentarem danos. O almoxarifado deve seguir o sistema FEFO e assegurar condições adequadas de temperatura, umidade e proteção contra luz.

Descarte de EPI hospitalar conforme PGRSS

  • EPIs contaminados com material biológico → Grupo A (infectante)

  • Perfurocortantes → Grupo E (coletor rígido)

  • Resíduos químicos com risco → Grupo B

Acondicionamento, rotulagem, armazenamento temporário e transporte devem seguir o PGRSS e as licenças da empresa coletora.

Veja também: Como fazer a gestão do lixo eletrônico

Treinamento, ajuste e auditoria

Treinamento contínuo é tão importante quanto a compra adequada. É essencial reforçar ajuste e vedação da PFF2/N95, técnicas de colocação e retirada (donning/doffing) e simulações por setor. Auditorias ajudam a identificar falhas de adesão, trocas inadequadas e descarte incorreto, permitindo ações corretivas baseadas em indicadores de uso.

Checklist rápido para implementar hoje

  • Revisar a matriz de EPI por procedimento.

  • Auditar CAs dos lotes ativos.

  • Aplicar FEFO no estoque e padronizar armazenamento.

  • Reforçar treinamento de PFF2/N95, donning/doffing e descarte.

  • Garantir segregação correta no PGRSS desde a origem.

Conclusão

O EPI hospitalar eficaz começa na análise precisa do risco, passa por compra qualificada com CA vigente, treinamento contínuo, e termina no descarte correto, tudo sustentado por protocolos e auditorias regulares.

Com uma matriz clara de EPIs por procedimento, fornecedores confiáveis e PGRSS bem estruturado, é possível elevar a segurança ocupacional sem comprometer produtividade ou qualidade assistencial e ainda garantir vantagem competitiva no ranqueamento orgânico.

Redação

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