A realização do eletroencefalograma é fundamental para a investigação e o monitoramento de doenças neurológicas e psiquiátricas. A preparação técnica do enfermeiro responsável pela execução do exame é fundamental para um serviço preciso e sem interferências que possam comprometer o resultado final.
Neste artigo, você confere em que tipos de casos o EEG é mais requisitado, cuidados que o profissional de enfermagem deve ter, tanto na orientação ao paciente quanto na realização do eletroencefalograma, para garantir um resultado de qualidade, além de formas de se especializar neste procedimento.
O eletroencefalograma ou EEG é um exame que verifica a atividade cerebral por meio de ondas. Ele avalia a idade cerebral do paciente, atividades irritativas ou o ritmo que o cérebro projeta: alfa, beta, teta e delta.
Na maior parte dos casos, o EEG é requisitado para tratamento de epilepsias, hiperatividade e cefaleias. Mas também pode ser utilizado para a detecção de doenças, como:
O exame consiste na colocação de 23 eletrodos em regiões específicas que abrangem o encéfalo. Os eletrodos são colocados na base do crânio por meio de um creme condutor.
Para um resultado de qualidade, é fundamental que o profissional da enfermagem esteja atento a alguns cuidados na hora de aplicar o exame.
Um dos pontos importantes é a distribuição dos 23 eletrodos de acordo com o sistema 10-20, que determina a distância e pontos em que eles serão distribuídos.
Vale ressaltar que estes eletrodos são acoplados nas regiões: pré-frontais, frontais, central, parietais, occiptais e temporais.
O sistema 10-20 usa três pontos como referência, nasion (união das sobrancelhas), inion (acima da nuca) e ponto mastóide (bolinha da orelha), a partir destes pontos usamos 10% de distância a partir dos pontos anatômicos e 20% de distância entre os eletrodos.
Diante disso, durante a realização do eletroencefalograma é preciso se certificar dos seguintes aspectos:
Mas um resultado assertivo neste exame não depende somente do trabalho realizado pelo enfermeiro. A preparação começa um dia antes com cuidados tomados pelo paciente.
Para que ele chegue ao dia preparado, precisa ser bem orientado sobre cuidados a ter em casa, como:
Vale destacar que não há contraindicações para a realização do eletroencefalograma.
Os cuidados para a boa realização do eletroencefalograma também envolvem atenção a fatores externos que possam causar interferências de eletricidade.
É fundamental que durante o procedimento tanto o celular do enfermeiro quanto o do paciente estejam desligados.
O profissional deve ter conhecimento de traçado para saber se a gravação do exame está adequada. Quando há algum tipo de interferência as ondas não aparecem de forma nítida.
Veja a seguir dois exemplos de traçados corretos seguidos de um com interferência:
O eletroencefalograma está entre os exames que podem ser laudados via telemedicina. Neste caso, o profissional da enfermagem deve realizar o procedimento da mesma forma que habitualmente.
Após a realização do exame os dados são enviados para uma central médica. Em alguns serviços, este envio de informações é feito diretamente dos próprios equipamentos.
Nesta central, o médico neurologista vai avaliar o exame e emitir o laudo para a clínica médica que fez a solicitação.
A telemedicina tem sido um método eficaz em diversas situações, mas especialmente para permitir que comunidades que moram em regiões afastadas geograficamente ou onde há carência de especialistas, possam contar com serviços e atendimento adequados.
Para que este processo ocorra da melhor forma, o médico conta com a qualidade técnica do exame e isso depende, principalmente, de três fatores: equipamentos de qualidade, preparação adequada do paciente e uma boa execução do profissional que o aplica.
Por isso, quando o exame for realizado via telemedicina, ele deve estar livre de interferências ou artefatos que comprometam a sua qualidade. Aqui vale ressaltar mais uma vez a atenção aos aparelhos celulares, pois caso o profissional ou o paciente esqueçam de desligá-lo, corre-se o risco de haver alguma distorção que comprometa a eficácia do processo.
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Outro fator importante para a realização do eletroencefalograma de forma precisa é observar o pedido médico para saber a forma de gravação do exame. Por exemplo, se o procedimento deve ser realizado com o paciente dormindo ou acordado (sono e vigília).
Há ainda outra questão muito importante: a qualidade da anamnese, ou seja, a entrevista com o paciente.
Quanto mais detalhada for a entrevista com o paciente, mais assertivo tende a ser o exame. Uma boa conversa é fundamental para o técnico entender qual o motivo do exame e em que situações o problema investigado costuma ocorrer.
Por exemplo, se o paciente apresenta uma cefaleia (dor de cabeça), é importante que o profissional questione há quanto tempo isso ocorre, como é essa dor de cabeça, em que região a dor predomina, há quanto tempo este sintoma é registrado, se alguém na família apresenta sintoma semelhante, quais medicações este paciente usa, se já realizou exames antes, principalmente o EEG, e qual foi o resultado.
Essas informações com riqueza de detalhes são importantíssimas para que o médico faça uma boa leitura do exame.
O técnico responsável pelo exame é o “olho” do médico no cuidado do paciente, por isso essa descrição é tão importante. Se o paciente passou por uma cirurgia, por exemplo, pode ter sintomas típicos para a sua situação. Caso o médico que fará o laudo não tenha a informação sobre esta cirurgia, pode fazer uma análise equivocada.
Um curso prático e teórico para realização do eletroencefalograma tem por objetivo atualizar o profissional quanto a realização do exame, assim como auxiliá-lo a trabalhar de acordo com as normas exigidas quanto a colocação dos eletrodos, organização da sala e conhecimento básico dos ritmos cerebrais alfa, beta, teta e delta, artefatos e atividades irritativas.
Hoje o técnico em EEG deve saber como gravar um exame em situações específicas, como cuidar do aparelho e materiais de uso. Por isso, é de grande importância que o profissional busque esta qualificação para sua carreira.
Conforme explicado ao longo do artigo, os cuidados durante a realização do eletroencefalograma estão diretamente ligados a um resultado assertivo.
Para deixar o exame mais preciso, o profissional de enfermagem deve estar atento e seguir uma série de recomendações que fazem parte de todo um processo: orientação adequada ao paciente, preparação da sala, entrevista detalhada com paciente, atenção às observações médicas e instalação correta do equipamento.
A atenção a todas estas etapas garante a condução de um exame de forma técnica e mais precisa.
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