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A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho. Com o crescente número de casos, é essencial entender o que é, como se manifesta, e como prevenir e tratar essa condição. Neste artigo, exploramos os principais aspectos da síndrome de burnout, incluindo sua definição, sintomas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e prevenção, além de abordar a diferença entre burnout e depressão.
O que é a Síndrome de Burnout?
O termo “burnout” tem origem na língua inglesa, significando “ser consumido pelo fogo”. Desde a década de 80, autores como Maslach passaram a usar esse termo para descrever a exaustão emocional humana, uma condição em que o sujeito tem suas energias consumidas pelo trabalho. A síndrome de burnout é uma resposta ao estresse crônico no ambiente profissional, caracterizada por:
- Exaustão emocional: Sentimento de esgotamento devido ao esforço psicológico no trabalho.
- Despersonalização: Atitudes e comportamentos negativos ou inadequados, como cinismo e distanciamento emocional.
- Realização profissional reduzida: Autoavaliação negativa e dúvidas sobre a capacidade de realizar o trabalho de forma eficaz.
Sintomas da Síndrome de Burnout
A síndrome de burnout se manifesta por meio de uma série de sintomas que podem variar de pessoa para pessoa:
Sintomas físicos:
- Exaustão física.
- Sensação de cansaço constante.
- Dores de cabeça frequentes.
- Falta de ar.
- Alterações no apetite.
- Insônia ou excesso de sonolência.
- Problemas gastrointestinais.
- Baixa imunidade.
Sintomas cognitivos:
- Dificuldade de concentração.
- Esquecimento e baixa retenção de memória.
- Queda na produtividade.
Sintomas comportamentais:
- Procrastinação.
- Isolamento social.
- Impulsividade.
Sintomas emocionais:
- Oscilação de humor.
- Tristeza.
- Irritabilidade.
- Ansiedade.
- Sentimento de fracasso e insegurança.
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Fatores de risco
A síndrome de burnout resulta do estresse crônico no trabalho, especialmente em profissões que envolvem cuidados com a saúde, educação e serviços humanos. Entre os principais fatores de risco estão:
- Carga de trabalho excessiva: Sobrecarga de demandas e longas jornadas de trabalho.
- Ambiente de trabalho tóxico: Relações interpessoais difíceis, falta de apoio e liderança inadequada.
- Falha na gestão do tempo: Incapacidade de gerenciar eficazmente o tempo e estabelecer limites.
- Falta de reconhecimento: Ausência de reconhecimento profissional e recompensa pelo trabalho árduo.
Diagnóstico da Síndrome de Burnout
O diagnóstico de burnout é complexo e deve ser feito por um profissional especializado na área de saúde mental, como médico psiquiatra ou psicólogo clínico. Ele combina:
- Análise clínica: Entrevista detalhada sobre a história do paciente e suas condições de trabalho.
- Questionários psicométricos: Avaliação das três dimensões principais (exaustão emocional, despersonalização e realização profissional reduzida).
- Exclusão de outras condições: Diferenciação de transtornos como ansiedade e depressão.


Tratamento para Síndrome de Burnout
O tratamento da síndrome de burnout busca reduzir o estresse, aliviar os sintomas e promover o bem-estar físico e mental:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Abordagem psicoterápica para desenvolver estratégias de enfrentamento do estresse e melhorar a autoestima.
- Técnicas de relaxamento: Meditação, ioga ou mindfulness para aliviar a tensão e regular as emoções.
- Exercícios físicos: Prática regular de atividades físicas para melhorar a saúde mental e física.
- Medicamentos: Em casos graves, antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos.
- Mudanças no estilo de vida: Equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pausas regulares e atividades prazerosas.
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Prevenção do Burnout no ambiente de trabalho
Empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho saudável e seguro:
- Promover a conscientização: Educar funcionários e gestores sobre a síndrome de burnout.
- Gerenciar a carga de trabalho: Estabelecer limites e distribuir tarefas de forma saudável.
- Construir um ambiente de apoio: Incentivar um ambiente onde os colaboradores se sintam ouvidos e valorizados.
- Treinamentos com lideranças: Capacitar gestores para motivar e apoiar suas equipes de forma eficaz.
- Promover equilíbrio: Incentivar práticas de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
Qual a diferença entre Burnout e depressão?
Embora burnout e depressão compartilhem alguns sintomas, como tristeza e cansaço, há diferenças importantes:
- Origem: O burnout é exclusivamente relacionado ao trabalho, enquanto a depressão pode ter múltiplas causas, incluindo fatores genéticos, biológicos e ambientais.
- Foco: O burnout está centrado na exaustão emocional e na perda de realização profissional, enquanto a depressão afeta a vida como um todo, com sintomas como anedonia (perda de prazer em atividades) e pensamentos suicidas.
- Tratamento: O tratamento do burnout geralmente envolve mudanças no ambiente de trabalho e técnicas de relaxamento, enquanto a depressão pode exigir medicamentos e terapia mais intensiva.
- Diagnóstico: O diagnóstico de burnout é baseado em critérios específicos relacionados ao trabalho, enquanto a depressão é diagnosticada por meio de critérios mais amplos, como os do DSM-5.
Inclusão do Burnout na CID-11
A Síndrome de Burnout agora é reconhecida como uma doença ocupacional pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que entrará em vigor no Brasil em 2027. O código específico para a Síndrome de Burnout é QD85.
A inclusão do Burnout na CID-11 como doença ocupacional é um marco importante para a saúde pública e para o reconhecimento dos impactos do trabalho na saúde mental. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e medidas preventivas, é possível controlar os sintomas e promover um ambiente de trabalho mais saudável. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de Burnout, não hesite em buscar ajuda profissional.
Conclusão
A síndrome de burnout é uma condição séria que afeta a saúde física e mental dos trabalhadores. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e medidas preventivas no ambiente de trabalho, é possível controlar os sintomas e promover um ambiente profissional mais saudável. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de burnout, não hesite em buscar ajuda profissional.