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Síndrome de Burnout: Sintomas, causas, tratamento e prevenção

7 min. de leitura

mulher sentada na mesa de escritório com a mão na cabeçaA Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho. Com o crescente número de casos, é essencial entender o que é, como se manifesta, e como prevenir e tratar essa condição. Neste artigo, exploramos os principais aspectos da síndrome de burnout, incluindo sua definição, sintomas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e prevenção, além de abordar a diferença entre burnout e depressão.

O que é a Síndrome de Burnout?

O termo “burnout” tem origem na língua inglesa, significando “ser consumido pelo fogo”. Desde a década de 80, autores como Maslach passaram a usar esse termo para descrever a exaustão emocional humana, uma condição em que o sujeito tem suas energias consumidas pelo trabalho. A síndrome de burnout é uma resposta ao estresse crônico no ambiente profissional, caracterizada por:

  • Exaustão emocional: Sentimento de esgotamento devido ao esforço psicológico no trabalho.
  • Despersonalização: Atitudes e comportamentos negativos ou inadequados, como cinismo e distanciamento emocional.
  • Realização profissional reduzida: Autoavaliação negativa e dúvidas sobre a capacidade de realizar o trabalho de forma eficaz.

Sintomas da Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout se manifesta por meio de uma série de sintomas que podem variar de pessoa para pessoa:

Sintomas físicos:

  • Exaustão física.
  • Sensação de cansaço constante.
  • Dores de cabeça frequentes.
  • Falta de ar.
  • Alterações no apetite.
  • Insônia ou excesso de sonolência.
  • Problemas gastrointestinais.
  • Baixa imunidade.

Sintomas cognitivos:

  • Dificuldade de concentração.
  • Esquecimento e baixa retenção de memória.
  • Queda na produtividade.

Sintomas comportamentais:

  • Procrastinação.
  • Isolamento social.
  • Impulsividade.

Sintomas emocionais:

  • Oscilação de humor.
  • Tristeza.
  • Irritabilidade.
  • Ansiedade.
  • Sentimento de fracasso e insegurança.

Leia mais: Tudo sobre absenteísmo

Fatores de risco

A síndrome de burnout resulta do estresse crônico no trabalho, especialmente em profissões que envolvem cuidados com a saúde, educação e serviços humanos. Entre os principais fatores de risco estão:

  • Carga de trabalho excessiva: Sobrecarga de demandas e longas jornadas de trabalho.
  • Ambiente de trabalho tóxico: Relações interpessoais difíceis, falta de apoio e liderança inadequada.
  • Falha na gestão do tempo: Incapacidade de gerenciar eficazmente o tempo e estabelecer limites.
  • Falta de reconhecimento: Ausência de reconhecimento profissional e recompensa pelo trabalho árduo.

Diagnóstico da Síndrome de Burnout

O diagnóstico de burnout é complexo e deve ser feito por um profissional especializado na área de saúde mental, como médico psiquiatra ou psicólogo clínico. Ele combina:

  • Análise clínica: Entrevista detalhada sobre a história do paciente e suas condições de trabalho.
  • Questionários psicométricos: Avaliação das três dimensões principais (exaustão emocional, despersonalização e realização profissional reduzida).
  • Exclusão de outras condições: Diferenciação de transtornos como ansiedade e depressão.

Tratamento para Síndrome de Burnout

O tratamento da síndrome de burnout busca reduzir o estresse, aliviar os sintomas e promover o bem-estar físico e mental:

  1. Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Abordagem psicoterápica para desenvolver estratégias de enfrentamento do estresse e melhorar a autoestima.
  2. Técnicas de relaxamento: Meditação, ioga ou mindfulness para aliviar a tensão e regular as emoções.
  3. Exercícios físicos: Prática regular de atividades físicas para melhorar a saúde mental e física.
  4. Medicamentos: Em casos graves, antidepressivos ou ansiolíticos podem ser prescritos.
  5. Mudanças no estilo de vida: Equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pausas regulares e atividades prazerosas.

Confira: Tudo sobre o CID F40

Prevenção do Burnout no ambiente de trabalho

Empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho saudável e seguro:

  • Promover a conscientização: Educar funcionários e gestores sobre a síndrome de burnout.
  • Gerenciar a carga de trabalho: Estabelecer limites e distribuir tarefas de forma saudável.
  • Construir um ambiente de apoio: Incentivar um ambiente onde os colaboradores se sintam ouvidos e valorizados.
  • Treinamentos com lideranças: Capacitar gestores para motivar e apoiar suas equipes de forma eficaz.
  • Promover equilíbrio: Incentivar práticas de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Qual a diferença entre Burnout e depressão?

Embora burnout e depressão compartilhem alguns sintomas, como tristeza e cansaço, há diferenças importantes:

  • Origem: O burnout é exclusivamente relacionado ao trabalho, enquanto a depressão pode ter múltiplas causas, incluindo fatores genéticos, biológicos e ambientais.
  • Foco: O burnout está centrado na exaustão emocional e na perda de realização profissional, enquanto a depressão afeta a vida como um todo, com sintomas como anedonia (perda de prazer em atividades) e pensamentos suicidas.
  • Tratamento: O tratamento do burnout geralmente envolve mudanças no ambiente de trabalho e técnicas de relaxamento, enquanto a depressão pode exigir medicamentos e terapia mais intensiva.
  • Diagnóstico: O diagnóstico de burnout é baseado em critérios específicos relacionados ao trabalho, enquanto a depressão é diagnosticada por meio de critérios mais amplos, como os do DSM-5.

Inclusão do Burnout na CID-11

A Síndrome de Burnout agora é reconhecida como uma doença ocupacional pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que entrará em vigor no Brasil em 2027. O código específico para a Síndrome de Burnout é QD85.

A inclusão do Burnout na CID-11 como doença ocupacional é um marco importante para a saúde pública e para o reconhecimento dos impactos do trabalho na saúde mental. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e medidas preventivas, é possível controlar os sintomas e promover um ambiente de trabalho mais saudável. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de Burnout, não hesite em buscar ajuda profissional.

Conclusão

A síndrome de burnout é uma condição séria que afeta a saúde física e mental dos trabalhadores. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e medidas preventivas no ambiente de trabalho, é possível controlar os sintomas e promover um ambiente profissional mais saudável. Se você ou alguém próximo apresenta sinais de burnout, não hesite em buscar ajuda profissional.

Redação

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