Os cuidados paliativos representam uma abordagem compassiva e holística no cuidado de pacientes que enfrentam doenças graves, crônicas ou terminais. Ao contrário dos tratamentos curativos, os cuidados paliativos concentram-se no alívio de sintomas, controle da dor e na promoção da qualidade de vida, integrando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Essa assistência procura proporcionar conforto e suporte não apenas aos pacientes, mas também às suas famílias, reconhecendo a complexidade das experiências enfrentadas durante situações de saúde desafiadoras.
Os cuidados paliativos são importantes em especial nas situações em que a cura não é mais possível, permitindo que os pacientes vivam seus últimos dias com dignidade e respeito às suas escolhas. Trata-se de um campo em constante evolução, que busca se adaptar às necessidades individuais de cada paciente e promover uma transição suave entre os estágios da doença.
Além disso, a integração precoce dos cuidados paliativos no plano de tratamento é crucial para maximizar seus benefícios, garantindo que os pacientes recebam suporte desde o diagnóstico até as etapas finais.
Por outro lado, somente uma em cada dez pessoas que precisam de cuidados paliativos efetivamente recebe esse tipo de atendimento no mundo hoje, de acordo com o Atlas Global de Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida, publicado pela Organização Mundial da Saúde e pela ONG Worldwide Palliative Care Alliance (WPCA).
O cenário demonstra a urgência em difundir a importância da abordagem e buscar maneiras de melhorar o acesso a essa forma de assistência.
Neste artigo você vai entender os tipos de cuidados paliativos e os pilares que dão base ao conceito, além de como esse campo da saúde pode ganhar com o desenvolvimento do ecossistema de saúde digital e das soluções de telemedicina.
Dentro desse espectro, parte-se do pressuposto de que cada paciente possui necessidades específicas e que isso deve ser levado em consideração acima de tudo para que se implemente esta ou aquela abordagem.
Os cuidados paliativos físicos buscam controlar sintomas que causam sofrimento ao paciente em razão da dor, aliviando estes sintomas por meio de medicamentos e terapias. Paralelamente, os cuidados psicossociais concentram-se nas dimensões emocionais e sociais, buscando cuidar da saúde mental dos pacientes e evitar que eles sejam excluídos do convívio social em função da sua doença.
Além disso, os cuidados espirituais consideram a dimensão espiritual do paciente, respeitando suas crenças e valores pessoais. A espiritualidade é um aspecto que não pode ser ignorado quando estamos falando de cuidados paliativos. A fé individual do paciente e familiares deve ser respeitada sem preconceitos ou distinções, e pode ser utilizada como ferramenta de conforto perante o sofrimento psíquico e o luto.
Por fim, ainda podemos pensar nos cuidados práticos que estão inseridos nesse tipo de assistência, e que englobam questões logísticas, como a organização de cuidados domiciliares, auxílio na gestão de documentos e a garantia de que as preferências do paciente em relação ao fim da vida sejam respeitadas.
A eficácia dessa abordagem está sustentada em quatro pilares essenciais. São eles:
Essa abordagem multifacetada visa criar uma rede de suporte abrangente e que dê conta das diversas dimensões da experiência humana, mobilizando o trabalho simultâneo de diferentes áreas da assistência à saúde. Logo, a eficácia dos cuidados paliativos depende da colaboração dessa equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde diversos.
Médicos especializados em cuidados paliativos desempenham um papel central, avaliando e gerenciando os sintomas físicos, ajustando os planos de tratamento conforme necessário e coordenando o cuidado geral do paciente. Enfermeiros especializados em cuidados paliativos fornecem assistência direta, garantindo a administração adequada de medicamentos e promovendo o conforto físico do paciente.
Psicólogos contribuem para o suporte emocional, auxiliando pacientes e familiares a enfrentar o impacto da doença. Além disso, assistentes sociais desempenham um papel essencial, oferecendo suporte emocional, ajudando na resolução de questões práticas e facilitando o acesso a recursos e dirietos assistenciais.
São muitos os perfis de pacientes que podem se beneficiar dos cuidados paliativos. Entretanto, esse tipo de abordagem costuma ser particularmente importante para alguns grupos que possuem complexidades específicas, como é o caso de idosos e pacientes oncológicos.
No caso dos idosos, há um foco especial na preservação da dignidade e autonomia, reconhecendo a riqueza das experiências vividas ao longo dos anos. Isso envolve a gestão de condições crônicas comuns em idades avançadas, o cuidado com a saúde mental, o suporte para enfrentar as transições emocionais associadas ao envelhecimento, além da atenção para possíveis situações sociais de preconceito e isolamento relativas à pessoa na terceira idade.
Já quanto aos pacientes oncológicos, os cuidados paliativos devem ser integrados desde o diagnóstico, proporcionando suporte ao longo do tratamento e nos estágios terminais da doença.
Além do gerenciamento da dor e sintomas físicos, há uma preocupação especial em tornar a assistência centrada no paciente e nas suas escolhas, envolvendo-os ativamente nas decisões relacionadas ao tratamento e cuidados no final da vida. O apoio psicossocial também desempenha um papel vital, auxiliando os pacientes a lidar com o impacto emocional do diagnóstico e tratamento do câncer.
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A evolução da tecnologia na área da saúde trouxe consigo a telemedicina e as soluções de telessaúde como ferramentas valiosas para aprimorar os cuidados paliativos. Esse avanço está relacionado principalmente com o fornecimento remoto de avaliações médicas, consultas psicológicas e monitoramento de sintomas à distância, facilitando o acesso dos pacientes aos cuidados especializados, independentemente de sua localização geográfica.
A telemedicina desempenha um papel significativo na extensão do alcance dos cuidados paliativos, especialmente em áreas remotas ou em situações de pandemia, quando o acesso físico a centros de saúde pode ser desafiador. Pacientes podem receber consultas regulares, ajustes de medicação e suporte emocional no conforto de seus lares, proporcionando-lhes uma sensação de segurança e continuidade nos cuidados.
Além disso, a telemedicina pode ser uma ótima alternativa para a comunicação entre membros da equipe de cuidados paliativos, permitindo uma coordenação eficiente do tratamento.
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