Atualmente, o mercado da telemedicina no país ainda está muito voltado a sua aplicação em clínicas de saúde ocupacional e unidades médicas de médio a grande porte. No entanto, os procedimentos de baixa complexidade em saúde podem ser um nicho promissor para escalar os negócios de quem já possui expertise na área. Neste artigo, analisaremos alguns aspectos importantes na relação entre a telemedicina e a atenção básica que podem gerar boas ideias de negócio.
O Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil classifica o atendimento à saúde da população em três níveis principais: primário, secundário e terciário. O primeiro, foco deste artigo, compreende cuidados de baixa complexidade em saúde, que dispensam a necessidade de contratação de profissionais especialistas. Grande parte dos procedimentos são básicos, como curativos. O SUS também busca que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) desempenhem um papel de educação junto à população, estimulando ações de prevenção de doenças e do bem-estar. Fora do sistema estatal, pequenas clínicas e consultórios médicos populares absorvem o restante da alta demanda de consultas e exames.
Os atendimentos de baixa complexidade em saúde são a porta de entrada dos pacientes para o cuidado médico, e portanto, existe uma grande necessidade de diagnóstico. Exames como eletrocardiogramas, eletroencefalogramas, Raios X e ultrassonografias são importantes para diagnosticar problemas mais complexos e dar continuidade ao tratamento. Contudo, a falta de especialistas alocada nos atendimentos de baixa complexidade em saúde para a devida interpretação e geração de laudos dos exames realizados é um empecilho.
A situação recorrente é que, na falta de um profissional especializado para efetuar o diagnóstico, o paciente é encaminhado para uma unidade de média ou alta complexidade. Todavia, como seu diagnóstico não foi concluído, é impossível saber se, de fato, o paciente precisa de atenção mais qualificada. Isso gera gargalos de atendimento nos níveis mais complexos de atenção e dificulta o suporte aos casos mais urgentes.
Como citado, o gargalo de atendimentos gerado nos níveis intermediários e avançados de saúde têm origem na falta de especialidade no diagnóstico dos pacientes da atenção básica. A telemedicina pode ser uma importante aliada na resolução deste problema. Contudo, as pequenas clínicas de saúde dificilmente contam com tempo e recursos disponíveis para buscar ferramentas inovadoras com o poder de resolver esse tipo de problema. Gestores de novos negócios de hospitais maiores podem desempenhar um papel estratégico para inserir a telemedicina na atenção básica, identificando este nicho e buscando novas oportunidades.
A Índia, país de proporções grandiosas com características semelhantes ao Brasil, já adota a telemedicina para melhorar o atendimento de baixa complexidade em saúde. Devido ao tamanho e às condições sócio-econômicas de sua população, o país também enfrenta o problema de concentração de médicos nos centros urbanos (cerca de 75%, segundo estudos). O país também adota três níveis de complexidade de atenção. A solução encontrada por alguns pesquisadores foi transformar pequenos e médios hospitais em “hubs” que levam as ferramentas da telemedicina até regiões remotas.
Os pesquisadores propõem que hospitais médios, de alcance regional, funcionem como centros de telemedicina para agilizar o atendimento dos pequenos centros de saúde localizados em comunidades distantes. Desta forma, além de ampliar o atendimento dos pequenos centros de saúde, os hospitais médios também podem ser beneficiados com a diversificação da receita proveniente deste serviço.
Observando as condições do sistema de saúde brasileiro, é possível afirmar que esta lógica pode ser reproduzida aqui. As clínicas populares foram recentemente regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina e representam, além de uma alternativa para a população, uma oportunidade de expansão dos negócios.
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