A realidade virtual (ou VR, de Virtual Reality) é uma ferramenta revolucionária e uma tendência tecnológica com potencial de transformação em diversas áreas. Mas você consegue imaginá-la sendo aplicada na medicina?
Considerada uma das frentes da saúde digital, um movimento de modernização que ganhou força com a pandemia da Covid-19, o uso da realidade virtual, assim como outras tecnologias avançadas (como inteligência artificial, por exemplo), pode trazer contribuições significativas para a relação entre médico e paciente.
Neste artigo vamos abordar como a realidade virtual pode revolucionar a prática médica e beneficiar o tratamento de pacientes.
De modo geral, a realidade virtual é uma tecnologia que utiliza vídeos de grafismos em 3D para criar ambientes virtuais, que simulam o mundo real, permitindo ao usuário uma certa interação com o uso de gadgets como óculos VR, luvas, headsets, entre outros dispositivos.
Na prática, a realidade virtual se baseia na imersão, interação e envolvimento do indivíduo, pois consiste numa interface avançada construída com o auxílio de softwares, computadores de alto desempenho e periféricos especializados, capazes de explorar os cinco sentidos de uma pessoa, fazendo com que ela tenha a sensação de estar dentro de uma realidade paralela.
Bastante usada em jogos, vale ressaltar que realidade virtual não é a mesma coisa que realidade aumentada. Enquanto a primeira se refere à simulação de um ambiente no universo digital, a segunda simula dados virtuais no mundo real, como por exemplo, o famoso jogo Pokémon Go, que usa o ambiente captado pelo celular para mostrar personagens virtuais.
Mesmo que ainda embrionário, o uso da realidade virtual na medicina já tem impactado o setor de diferentes formas, seja contribuindo com a aprendizagem dos profissionais, já que a visualização de ambientes virtuais imersivos facilita o aprendizado, seja para o tratamento de pacientes, visto que a recuperação pode ser influenciada pela tecnologia.
Para compreender melhor a importância da realidade virtual na medicina, listamos abaixo as principais aplicações que têm sido feitas nos dias de hoje, além de seus respectivos impactos. Confira:
De modo geral, quando estudantes de medicina estão em processo de formação, o treinamento é feito com cadáveres para, em seguida, acompanharem cirurgias reais e, somente depois de formados, realizarem cirurgias em pacientes de fato.
Para desenvolver a aprendizagem dos futuros médicos e assegurar a qualidade da prática, a realidade virtual já tem sido usada tanto para simular cirurgias quanto outros procedimentos médicos que os estudantes só fariam após a conclusão do curso.
Na Universidade de Stanford, por exemplo, a realidade virtual permitiu que os alunos realizassem cirurgias virtuais nos seios da face de uma forma muito similar a uma situação real. Já na Universidade Case Western Reserve, os alunos têm um campus para treinamento imersivo com aulas de anatomia digital e outras simulações.
Há situações complexas na saúde que demandam soluções mais avançadas, como o tratamento de fobias que prejudicam o bem estar e a qualidade de vida do indivíduo, assim como a ansiedade diante de um procedimento médico, ou até mesmo a recuperação de um paciente após sofrer um trauma ou AVC.
No caso das fobias, a VR leva o paciente a imaginar cenários que ele tem medo, como andar de avião e falar em público, enquanto é monitorado por psicólogos e médicos, que sugerem medidas de tratamento. Já, para amenizar a ansiedade durante um atendimento, a VR estimula paisagens e músicas que promovem o relaxamento.
Mas um dos exemplos mais interessantes de aplicação nesse sentido é a Neuro Rehab VR, um programa que ajuda vítimas de AVC ou traumas espinhais a recuperarem suas funções motoras e sensoriais de forma no menor tempo possível, usando jogos virtuais.
Da mesma forma que a tecnologia de realidade virtual na medicina pode acalmar a ansiedade de um paciente, ela também pode amenizar a dor em pacientes com o uso de jogos virtuais como SnowWorld, desenvolvido pela Universidade de Washington, para amenizar dores de queimaduras, que em tese são consideradas bastante intensas.
Basicamente, o jogo consiste em fazer o jogador lançar bolas de neve em pinguins com o uso do mouse, enquanto o tratamento é realizado nas queimaduras. A eficácia desta técnica já foi comprovada por meio de imagens escaneadas do cérebro, que constataram a redução da dor no paciente, surpreendendo médicos e cientistas.
Outra aplicação da realidade virtual na medicina atual tem sido no tratamento de jovens com espectro autista, como mostra um programa de treinamento da Universidade do Texas, que visa desenvolver habilidades sociais por meio de interações simuladas.
O programa permite que os pacientes sejam inseridos em situações virtuais que demandam deles uma interação social como encontro com amigos, entrevistas de empresas, compras em supermercado, entre outros momentos cotidianos, que aumentam as atividades cerebrais relacionadas à compreensão social.
Por fim, como prevenir é melhor do que remediar, a realidade virtual também pode ser revolucionária na medicina preventiva, uma vez que a imersão em ambientes virtuais também funciona como um olhar através do espelho. Isso permite ver e sentir os efeitos dos nossos comportamentos de saúde, nos levando a tomar escolhas mais saudáveis.
A realidade virtual na medicina é apenas uma das principais tecnologias que fazem parte da Saúde 5.0, na qual o maior foco é assegurar a boa experiência do paciente, transformando a prática médica desde a formação de profissionais ao diagnóstico e tratamento de doenças.
Embora ainda esteja em desenvolvimento, e seja considerada uma novidade para muitos profissionais, a realidade virtual já demonstrou resultados promissores no treinamento de novos médicos, tratamento de fobias e ansiedades, recuperação de traumas e AVC, controle da dor, inserção social de autistas, entre outros desafios da rotina médica.
Portanto, a VR é uma importante tendência da saúde digital, assim como o uso de inteligência artificial que também está revolucionando o segmento, e exigindo que os profissionais estejam mais preparados para acompanhar e explorar todas as vantagens dessas tecnologias.
O CEO da Portal Telemedicina, Rafael Figueroa, teve a honra de ministrar uma aula magna…
O CID A02, parte da CID-10 (Classificação Internacional de Doenças, Décima Revisão), refere-se a "Outras…
Entre os dias 14 e 15/11 de 2024, a Portal Telemedicina esteve no Amapá participando…
O chamado "chip da beleza" ganhou notoriedade nos últimos anos como uma suposta solução milagrosa…
A escolha correta da via de administração de medicamentos pode definir a eficácia do tratamento…
O teste de Romberg (ou prova de romberg) é uma ferramenta diagnóstica simples, mas poderosa,…